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Guia sobre Segurança

Equipamentos e sistemas de segurança para condomínios

Confira lista atualizada dos aparelhos, sistemas e recursos de segurança que estão disponíveis no mercado e que podem fazer a diferença para o seu condomínio estar mais seguro

09/12/10 10:02 - Atualizado há 2 anos
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Câmera de alta potência instalada em condomínio
Funcionários bem treinados, moradores conscientes e bons equipamentos fecham o tripé de segurança nos condomínios
iStock

Nos últimos anos, assaltos e invasões em condomínios estão se tornando frequentes, e os criminosos têm agido das mais diferentes maneiras.

A verdade é que, para garantir a segurança do condomínio, não basta ter funcionários bem treinados e atualizados sobre os novos protocolos, ou contar somente com a colaboração dos moradores.

Para completar esse tripé, o condomínio precisa estar munido de equipamentos e sistemas de segurança de boa qualidade.

O SíndicoNet elaborou uma lista atualizada dos equipamentos, sistemas e recursos de segurança que estão disponíveis no mercado e que podem fazer a diferença para o seu condomínio estar mais seguro. Vamos lá?

Equipamentos necessários em um sistema de CFTV para condomínios

  • Câmeras (móveis, fixas, analógicas, digitais ou IP)
  • Câmeras que  possuem o sistema de reconhecimento facial e até mesmo a possibilidade de detectar comportamentos;
  • Cabos coaxiais (para sistemas analógicos) ou cabos de rede UTP ou fibra ótica (sistemas digitais);
  • Caixa de proteção para as câmeras;
  • Cúpula para ocultar câmeras (em elevadores, por exemplo), por razões de segurança e/ou estética;
  • Aparelhos de gravação e armazenamento das imagens das câmeras. Podem ser DVR (Digital Video Recorder) para sistemas analógicos ou NVR (Network Video Recorder) para sistemas digitais, com imagem via IP ou HVR (Hybrid Video Recorders). 
  • Softwares inteligentes, que permitem a comparação das imagens em diferentes dimensões, e até captem sons. Podem ser utilizados como alarmesativando sistemas sonoroscontatando a central de segurança e monitoramento ou até mesmo efetuando chamadas telefônicas para números pré-cadastrados.
  • Nobreaks e geradores para manter o sistema operando mesmo na sabotagem da energia ou até mesmo na falta de energia comum.
  • O sistema de CFTV precisa estar conectado a uma internet de boa qualidade

Além de ajudar na prevenção a assaltos e invasões ao condomínio, o maior benefício do sistema de CFTV é a possibilidade de posterior reconhecimento em imagens, o que desestimula a ação dos criminosos.

Para maior segurança, é importante deixar o equipamento de gravação em uma sala trancada, da qual os funcionários não tenham a chave ou nem saibam onde fica. 

Dê preferência para o armazenamento em nuvem ou ainda com monitoramento e gravação remota. Já ocorreram vários assaltos em que os ladrões fizeram o zelador ou o porteiro entregar o equipamento.

Aqui uma dica importante é que se você não tem um monitoramento remoto das câmeras do seu condomínio, crie uma rotina para que o seu zelador possa verificar se o sistema está gravando normalmente a cada dois dias.

Controle de acesso

É importante criar uma clausura (espécie de gaiola) tanto na entrada social quanto na garagem. Trata-se de um sistema de intertravamento com duplos portões, responsável por não permitir que eles abram ao mesmo tempo, uma vez que sensores impedem a abertura do portão posterior se o anterior não estiver fechado.

Isso evita o efeito carona – quando pessoas mal intencionadas entram junto com um morador sem passar pela identificação na portaria.

Opte por grades altas, grossas e materiais fortes, enquanto vidros não são recomendados. 

Em ambientes de alto fluxo, torniquetes podem oferecer um rigoroso controle de acesso, pois restringem a movimentação de pedestres uma vez que a passagem é individualizada.

Além de soluções comuns e até um pouco questionáveis, como cartões RFID/UHF e tags de proximidade que podem ser roubados, os fabricantes investiram pesado em novas tecnologias como:

  • Biometria (impressão digital, facial, íris, voz ou palma da mão);
  • Controle remoto anticlonagem;
  • Portões eletrônicos de garagem com alta velocidade;
  • Sistemas de carona nos portões veiculares;
  • Aplicativos específicos para controle e agendamento de eventos;
  • QR Code para o morador acessar e para enviar convites a seus visitantes.

Para o portão da garagem, existem essas opções:

  • Portões enclausurados intertravados;
  • Catraca eletrônica;
  • Cancelas automáticas;
  • Controle remoto manual de garagem;
  • Sistema linear: É uma forma de avisar o porteiro, quando alguém está chegando, através do acionamento de um botão de dentro do carro. Assim, conforme o morador se aproxima, o porteiro observa na sua tela quem está chegando, em qual carro, e como está o movimento da rua naquele momento. 
  • Tags RFID veicular;
  • Leitura de placa LPR;
  • Etiqueta de controle veicular;
  • Antenas digitais para tags e etiquetas;
  • Controles com botão de pânico (porteiro pode ser acionado em caso qualquer situação emergencial); 
  • Laço indutivo no piso das entradas da garagem
  • "Transponder" para automóveis: O equipamento, geralmente usado em aviões, emite sinais que permitem ao porteiro identificar imediatamente os carros que estão prestes a entrar na garagem. Na porta do condomínio, um antena receptora do sinal identifica o carro do condômino, se é ou não autorizado. Após identificação, porteiro abre o portão. O equipamento evita clonagem de carro.

Na clausura da garagem, vale reforçar que o espaço deve alocar somente um carro. Se isso não for possível, exija um sensor carona conectado a uma central de monitoramento 24h para alertar, imediatamente, caso uma segunda passagem aconteça no condomínio. 

Monitoramento 24h

Este serviço pode estar integrado a diversos aparelhos de segurança, como sensores, portões, câmeras etc.

Quando algum equipamento dispara um alarme diante de uma anormalidade, a empresa contratada liga para o condomínio para certificar-se de que tudo está bem ou se realmente houve invasão. Normalmente, este serviço é acompanhado do monitoramento das imagens, no qual o operador visualiza o que está ocorrendo no local.

Geralmente o funcionário da empresa que faz a ligação pede a senha do condomínio; se esta não for fornecida, ou se o telefone não for atendido, a empresa envia uma viatura ao local e chama a polícia.

O maior benefício do monitoramento 24h é discrição, pois o sistema pode ser usado sem que invasores percebam. Além disso, é possível conferir a veracidade das informações através da integração com a observação das imagens.

É importante que haja sensores nas portas da guarita e que somente seja aberta com o devido protocolo de emergências.

Ronda

Trata-se da contratação de uma empresa que disponibilizará um carro com um ou dois funcionários para passar no condomínio em horários determinados, e observar se tudo corre bem quanto à segurança. 

Atualmente, o que se tem utilizado são rondas virtuais, nas quais as empresas de monitoramento realizam a visualização periódica das câmeras internas e externas do condomínio. Elas seguem procedimentos preventivos e, em caso de não conformidade, adotam medidas emergenciais junto à polícia.

Caso o porteiro seja coagido numa invasão, a vigilância externa estará a postos para acionar a polícia, funcionando como um eficiente complemento na segurança do condomínio. 

E se eventuais ladrões estiverem "estudando" o local com antecedência, é possível que sejam desestimulados ao perceberem que o prédio conta com esse serviço.

Deve-se ficar atento, ainda, para evitar horários rotineiros, pois ladrões podem identificá-los facilmente.

Cercas elétricas e proteção perimetral

Geralmente, as cercas eletrificadas têm uma baixa corrente, e o choque funciona como advertência, retardando a ação criminosa. 

Atualmente, existem cercas industriais e semi-industriais com sensibilidade de acionamento programadas de acordo com a necessidade do local. 

Se interligadas a um sistema com computador ou quadro sinóptico, as cercas elétricas rompidas ou esticadas junto ao sistema de molas podem denunciar imediatamente o ponto de invasão.
  • Maior benefício das cercas elétricas: Proteger o condomínio de invasões em locais distantes da portaria, evitando a necessidade de um vigia para ronda interna.
  • Problema: Quando não estão conectadas ao alarme ou à central de monitoramento, podem ser violadas com ferramentas pouco sofisticadas, devido ao jampemento dos fios.

Já os sensores de alarme funcionam como uma cerca virtual. Se a comunicação entre os dispositivos for interrompida, é disparada uma sirene, que também emite um alerta para a central de monitoramento 24h. O sensor infravermelho é o mais recomendado, pois é invisível.

Projetos e consultorias de segurança

Há empresas de consultoria que desenvolvem projetos de segurança personalizados para condomínios, levando em conta as características do local, pontos mais vulneráveis (internos e externos), e apontando os equipamentos e as estratégias mais adequados. 

Além disso, elaboram manuais de procedimentos, treinam os funcionários do condomínio e auxiliam na conscientização dos moradores.

O mais importante aqui é o projeto de segurança seja elaborado à parte da compra dos produtos – não realize os dois processos com a mesma empresa, e nem aceite indicações de fornecedores de revenda. Interesses comerciais podem prejudicar a qualidade do projeto. 

Ter um projeto de segurança também ajuda o síndico na equalização das propostas das tecnologias que serão implantadas segundo especificado pela consultoria. 

Programas de segurança de vizinhança comunitária

É importante lembrar que quanto mais difícil for o acesso ao condomínio, a tendência é que criminosos busquem outros lugares próximos para invadir. Assim, se os outros condomínios da região também adotarem procedimentos rigorosos, é provável que aquela área fique potencialmente mais segura. 

Nesse sentido existe o Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG), que surgiu para que a comunidade pudesse ter um espaço e um momento para expor às forças policiais sobre seus desejos e preocupações relacionados à segurança do bairro ou região. Levantadas as "dores" da comunidade, os órgãos públicos de segurança propõem medidas de proteção, como a circulação de viaturas em determinados períodos. 

Participam dessa comissão policias, integrantes do Corpo de Bombeiros, comerciantes, sindicos e moradores. Nestas reuniões, realizadas geralmente uma vez por mês, são discutidas ações preventivas a serem tomadas para a segurança de todo o entorno. 

Na cidade de São Paulo, a Polícia Militar criou ainda o Programa Vizinhança Solidária em conjunto com o City Câmeras.

Passa-volumes e lockers na portaria

Recurso facilita a entrega de encomendas e deliverys, além de manter o condomínio seguro, pois evita a entrada de pessoas estranhas.

Quanto à guarda de encomendas, sobretudo para condomínios com portaria virtual remota, é importante que se tenha armários inteligentes (lockers), de preferência digitais, a fim de se separar e controlar os volumes que chegam para os moradores.

"Alerta vigia"

Existem alguns aparelhos no mercado que podem ser utilizados para evitar que o porteiro durma em serviço e coloque a segurança do condomínio em risco.

Um deles dispara um alarme a cada 15 minutos ou no intervalo que o síndico programar. Para o alarme não tocar, o porteiro deve apertar o botão nos intervalos determinados. Assim, o aparelho entende que, sem pressionar o botão, o porteiro estará cochilando e dispara o som.

O melhor "alerta vigia" é aquele em que o colaborador precisa se levantar para apertar o botão. Assim, se movimentando, espanta-se um pouco do sono.

O ideal é que esse sistema seja online, ligado a uma central de monitoramento. Dessa maneira, caso o profissional não aperte o botão no tempo correto, a empresa entre em contato imediatamente para saber se está tudo em ordem na portaria.

Iluminação das entradas principais

Lembre-se de que todo intruso tem medo de ser identificado, por isso, é fundamental que os acessos social, serviço e garagem estejam sempre bem iluminados. Uma dica é instalar lâmpadas ou refletores de leds integrados com fotocélula, assim, toda vez que o portão for aberto ou houver algum tipo de arrombamento, ele será acionado. 

Vale também instalar sensores de presença junto a iluminação.

Guarita

Com o crescimento da tecnologia referente a controle de acesso, a maioria das construtoras já não contempla esse espaço em novos projetos.

No entanto, em caso de construção ou reforma deste local, opte, preferencialmente, por deixá-lo recuado do portão, mas que ainda assim, possibilite a visão para a guarita do prédio vizinho, por exemplo. Assim, o porteiro pode perceber com mais facilidade um assalto e acionar ajuda policial. 

E tenha atenção especial com os vidros da guarita. Além de aplicar o insulfilm, produto que dificulta a visão de “fora para dentro”, o condomínio pode optar por vidros escurecidos de fábrica e aumentar a distância entre porteiro, visitante e vidros em ângulo.

Outro recurso válido é a blindagem da guarita.

Comunicação entre prédios

Pode ser por telefone fixo, celulares (em especial, o WhatsApp), bem como Rádios HTs. 

Ainda que esteja em desuso, um botão de pânico silencioso ligando as chamadas entre vários prédios de uma mesma rua também é uma boa solução. Caso surja alguma ocorrência em um deles, os outros serão acionados.

Muros

O ideal é que tenham 3 metros de altura.

Portas

Devem abrir de dentro para fora, facilitando a evasão e dificultando o arrombamento.

Sistemas de segurança para apartamentos

Para minizar o prejuízio de moradores caso a portaria seja "furada", estas soluções podem ajudar:

  • Portas resistentes e maciças nas entradas sociais e de serviço, dando preferência às que possuem blindagem interna; 
  • Olho mágico de 180° ou mesmo digital nas portas externas, para observar quem está do lado de fora antes de abrí-las;
  • Fechaduras quádruplas nas portas externas, para dificultar que sejam  “michadas” ou mesmo arrombadas. Se possível, instalar  fechaduras eletrônicas e digitais;
  • Manter em bom estado de conservação e sempre funcionando os meios de comunicação, tais como telefone e interfone;
  • Sistemas de alarme no interior do apartamento ligados a uma central de monitoramento ou à portaria do condomínio, com dispositivos remotos também conectados à central de monitoramento ou mesmo no celular dos moradores;
  • Nas janelas, trancas especiais, grades e blindagens, se for o caso;
  • Câmeras de CFTV internas, com acesso remoto através do celular.

Bônus #1 | Treinamento de funcionários

De nada adianta adquirir equipamentos de segurança de última geração, se quem deve manuseá-los não tem conhecimento para tal. Estes treinamentos devem ser feitos e monitorados por consultores de segurança especializados, então, não tente fazer por conta própria. Acione uma empresa de consultoria para criar procedimentos e métricas de monitoramento.

Bônus #2 | Manutenção preventiva dos equipamentos

Fontes consultadas: Odirley Rocha, José Elias de Godoy e Conteúdo SíndicoNet.

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