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Como tornar sua administradora de condomínio protagonista

O desafio é a maior oportunidade da administradora. Analise o mercado e seu negócio, mas antes, leia esta matéria que, com certeza, vai te despertar ideias para ganhar protagonismo

Por Thais Matuzaki

16/12/22 02:22 - Atualizado há 1 ano


A gestão de condomínios mudou e o papel das administradoras tambémnão ficassem mais restritas somente às tarefas administrativas, financeiras ou de recursos humanos.

Claro que estas atribuições (outras competências começaram a ser incorporadas permitem diferenciar-se e conquistar o desejado protagonismo num mercado extremamente concorrido como o de condomínios.

Deixando de lado essa parte operacional que sempre está evidente para todos, como envio de boletos, pagamentos e prestação de contas, a expertise da administradora é capaz de elevar o nível da gestão, pois:

São os valores que uma administradora carrega por trás da prestação de serviço aos condomínios e que nem sempre são percebidos ou recebem a devida importância. Aliás, as próprias empresas precisam enxergar isso, senão ficarão para trás. 

As administradoras de condomínio que querem crescer devem ter uma visão mais analítica sobre o mercado e seu próprio negócio. Esse exercício permitirá identificar os desafios e as oportunidades que, por sua vez, serão os responsáveis pelo protagonismo da sua empresa.

Vale a velha máxima: o desafio é a sua maior oportunidade. E esta matéria, com certeza, lhe dará alguns insights, confira!

A transformação do mercado condominial nos últimos anos Para entender como o mercado condominial se apresenta atualmente para as administradoras de condomínio, é importante olharmos rapidamente para o passado, um tanto quanto recente: a pandemia.

Segundo José Roberto Graiche Jr., presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), a chegada da Covid-19 desestabilizou todos os setores, que tiveram que se reinventar para se manter.

Na perspectiva condominial, o desafio da pandemia permitiu que alguns processos evoluíssem mais rapidamente, criando, então, oportunidades, como a adesão à tecnologia. 

O maior exemplo disso foi a assembleia digital. Respeitando os protocolos sanitários de isolamento social, as reuniões de condomínio foram forçosamente transportadas para a tela do notebook ou celular. Com praticidade, a tecnologia ganhou a confiança dos usuários e, em alguns casos, até resolveu problemas crônicos como a baixa presença dos condôminos. 

"A tecnologia se tornou uma aliada para impulsionar o crescimento das administradoras de condomínios, ao prover essas ferramentas que desafogam o trabalho manual dos colaboradores. Ela também veio para eliminar alguns processos mais lentos e burocráticos, que mantínhamos por puro costume", reforça Graiche.

Em sua palestra no Conexão SíndicoNet 2022, o diretor da Apsa Leonardo Schneider complementa esse raciocínio, relembrando o quanto as administradoras de condomínio tiveram que se adaptar instantaneamente ao trabalho remoto.

"Porém, ao mudar essa dinâmica, a tecnologia na gestão condominial se consolidou. Além das assembleias digitais, tivemos o  atendimento agilizado via WhatsApp e cada vez mais aplicativos", ele pontua. 

Importância de analisar o passado através dos números Na pandemia, o universo condominial viveu 2 anos em 5, muito em função da tecnologia. Em sua palestra no Conexão SíndicoNet 2022, o sócio-proprietário da Manager Gestão Condominial Marcelo Mahtuk mostrou que daqui em diante o mercado para as administradoras vai sofrer cada vez mais transformações.

Para demonstrar isso, Mahtuk abriu alguns números da Manager dos últimos 5 anos, que mostram como muita coisa já mudou e a tendência é intensificar: 

No caso da Manager, nota-se que a questão do preço já não é mais o fator determinante para manter um contrato, e sim, o atendimento. Em contrapartida, a empresa cresceu, aumentou a equipe, porém, o valor dos seus honorários foi reduzido. 

Será que sua administradora também passa por esse cenário?elabore esses cálculos, como uma forma de olhar o passado, entender o futuro e se prevenir. Mahtuk dá outras dicas para que os gestores tenham noção de onde estão e onde querem chegar: 

Desafios e oportunidades para as administradoras de condomínio Dentro deste cenário de mudanças do mercado condominial, elencamos três desafios que ao mesmo tempo são as três maiores oportunidades das administradoras: preço, transformação digital e novo perfil do síndico. 

1. Preço  Hoje em dia, está tudo muito igual na concorrênciapreço muitas vezes acaba se tornando um fator determinante para escolha do síndico. 

Para transformar o desafio do preço numa oportunidade, a administradora pode:

"Quanto a esse último tópico 'especialização', eu tenho um cliente que saiu da minha carteira por preço, mas voltou por causa do nosso atendimento. Isso é palpável para ele, faz a diferença, as administradoras têm que investir", lembra Mahtuk. 

2. Tecnologia/Transformação Digital A tecnologia é um desafio, pois pode trazer alguns pontos tempo e dinheiro para acompanhar e investir nas tendências que surgem em um piscar de olhos. “Parece que as empresas estão dentro de uma bolha, o que dificulta enxergarmos novas possibilidades”, afirma Mahtuk. 

De acordo com ele, para a administradora utilizar a tecnologia a seu favor, ela deve:

3. Novo perfil do síndico Schneider concorda que existe, sim, uma revolução em andamento no mercado condominial, mas que ela não é apenas digital. Trata-se do novo perfil do síndico - o principal cliente de uma administradora de condomínios. 

Segundo dados da Apsa, o número de síndicos profissionais na cidade do Rio de Janeiro aumentou 193% nos últimos cinco anos. Esse alto percentual bate com o Censo SíndicoNet feito em 2021, cujo levantamento apontou que 18% dos condomínios possuem síndicos profissionais. Para se ter uma ideia, esse índice era de 15% em 2020 e 6% em 2013, ou seja, em oito anos, triplicou. 

Com a entrada significativa desses agentes no setor, nota-se a mudança de perfil desses profissionais – antes senhores aposentados; hoje mais jovens, participativos e empreendedores.alto nível de qualificação exigido para o cargo atualmente. 

Cabe às administradoras entender que tipo de serviço, atendimento ou demanda os síndicos profissionais vão exigir da empresa. 

O que é certo, como já comentado por Mahtuk, as empresas podem acompanhar esse movimento agregando novos produtos. Schneider costuma aplicar o conceito intitulado como “Universo Condomínio” para prestar um serviço melhor e aumentar a receita. 

Basicamente, é uma forma da administradora funcionar como uma plataforma, oferecendo soluções, e assim, novas oportunidades. A Apsa, por exemplo, tem parceria com diversos setores, como empresas de qualificação de síndicos profissionais, contas digitais especializadas em condomínios e até garantidoras de crédito

Ou seja, o leque de oportunidades para as administradoras de condomínio está cada vez mais amplo e já não dá mais para se prender às atividades burocráticas. Inove para alçar voos!

Marcelo Mahtuk (sócio-proprietário da Manager Gestão Condominial); Leonardo Schneider (diretor da Apsa e vice-presidente do Secovi-RJ) e José Roberto Graiche Jr. (presidente da AABIC).