Convivência

Agressão animal

Cachorra morta com marcas de agressão causa tristeza em Nova Lima (MG)

Por Mariana Ribeiro Desimone

sexta-feira, 28 de março de 2014


Morte de cadela revolta moradores de condomínio da Grande BH

Lilica foi encontrada morta nesta sexta-feira, com marcas de pauladas. De acordo com a dona do animal, cadela já tinha recebido ameaças.
 
A morte de uma cadela chamada Lilica é motivo de indignação para moradores do condomínio de prédios Alphaville Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O animal foi encontrado morto na última sexta-feira, com marcas de agressão por todo o corpo. De acordo com a bióloga Cristina Nunes, dona de Lilica, ela já havia sido ameaçada por vizinhos que não gostavam da cadela. “Disseram que se não conseguissem pelos meios legais, tentariam se livrar dela por outros meios”, lembra.
 
Cristina conta que Lilica vivia há sete anos na área onde os prédios foram construídos, sempre sendo cuidada por quem morava na região. Quando se mudou com o marido para o local, há um ano e meio, a bióloga era uma das pessoas que tomava conta da cadela. “ Eu e meu marido pegamos o maior amor por ela. A Lilica era um animal livre”, lembra.
 
Mas nem todo mundo gostava da cadela, já que ela ficava solta, andando entre os prédios. “Um dia recebi a ameaça e resolvi colocar ela dentro da minha casa. Mas ela não podia ficar trancada no meu apartamento, porque não era acostumada, então ela saia sozinha, quando queria”, conta.
 
Nesta sexta-feira (21), Cristina acordou com o barulho de Lilica saindo do apartamento. “Ela sabia fazer tudo sozinha, abria a porta, descia as escadas, e até o elevador. Ela também tinha uma cama na garagem, e gostava de ir pra lá de vez em quando”. Depois de passar a manhã inteira sem ver a cadela, como de costume, Cristina e o marido resolveram procurar por ela, encontrando-a morta em um dos prédios em construção do condomínio. “A Lilica estava com marcas de pauladas. Quem agrediu jogou ela de uma altura de sete metros”, conta.
 
A Polícia Militar Ambiental informou que foi até o local para registrar o boletim de ocorrência por volta das 17h desta sexta-feira. Segundo a corporação, uma avaliação foi feita, por meio de depoimentos de testemunhas, já que a cadela já havia sido enterrada quando a polícia chegou. A PM afirmou estar concluindo as últimas considerações do boletim para encaminhá-lo para a Polícia Civil, onde ele será investigado.
 
De acordo com a Polícia Civil, a prática de atos de abuso, maus tratos, ferimentos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, é considerada crime. A  pena é a detenção de três meses a um ano, além de multa.
 
Cristina afirma estar acompanhando as investigações da morte de Lilica com esperanças de ver o responsável pelo crime punido. “Está todo mundo com medo aqui, porque uma pessoa qualquer que faça uma coisa dessas com uma cachorrinha, faz com uma criança, com a gente também”, desabafa.

Fonte: http://g1.globo.com/