quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Outros 40 pássaros apareceram mortos na avenida Efigênio Sales, três semanas após morte escandalosa de 200 periquitos. Desta vez, policiais apreenderam um pincel com suposta substância tóxica perto do local
Mais de 40 periquitos apareceram mortos na avenida Efigênio Sales, bairro Adrianópolis, Zona Centro Sul de Manaus, na manhã desta terça-feira (16), três semanas após mais de 200 pássaros também terem sido encontrados mortos no mesmo local. Policiais encontraram um pincel com suposta substância tóxica perto das árvores onde as aves estavam. Agentes da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema) foram ao local verificar a denúncia e recolher provas. O pincel continha uma espécie de tinta branca, aparentemente tóxica, que estava escondido na base de uma árvore no meio-fio da avenida, colocado entre a raiz da planta. O objeto foi levado para perícia. Desde a morte dos 200 periquitos, os órgãos ambientais investigavam se houve ato criminoso contra os animais por parte dos moradores do condomínio Ephigênio Salles, localizado na mesma avenida. Entretanto, até agora não havia sido encontrada nenhuma prova concreta sobre a possível intoxicação. Desses novos 40 periquitos mortos, alguns corpos serão levados para o laboratório de análises clínicas veterinárias da Escola Batista do Amazonas (Esbam). Em seguida, talvez sejam enviados para laboratórios especializados fora do Amazonas, para onde também foram levados os corpos da primeira morte “em massa” de periquitos. O primeiro laudo de análise ainda não tem resultado. Os policiais da DEMA fizeram também perícia em todo local onde hoje foram encontrados os periquitos mortos. Eles descobriram marcas de pontos de tinta branca em várias árvores daquela área, tanto nas palmeiras localizadas na frente do residencial quanto nas árvores do meio-fio. Os agentes acreditam que o pincel tenha sido usado aplicar a tinta nas plantas. Testemunha A médica Autamini Salom, que mora próximo ao condomínio Ephigênio Salles, contou que na noite de ontem (15) percebeu que os pássaros estavam agitados e faziam revoadas. Por volta das 5h30 de hoje, quando ia à padaria, a médica avistou dezenas de aves mortas no meio-fio da avenida. Ela acredita na possibilidade de envenenamento dos pássaros, já que mora próximo ao local há seis anos e nunca viu algo igual acontecer. Ipaam O envio dos corpos dos pássaros a laboratórios de outros estados para exame toxicológico foi feito pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgçai estadual responsável pela fauna local. Na época da morte “em massa”, a assessoria di Ipaam confirmou que os 200 pássaros tenham morrido de uma vez só, sendo muitos deles amassados por veículos que passavam na via. Manifestação A suspeita da primeira morte “em massa” de 200 periquitos por envenenamento criminal em frente ao condomínio gerou revolta de pessoas, que foram às ruas protestar pela preservação e respeito aos bichos e cobrar dos órgãos ambientais investigação dos responsáveis. A manifestação reuniu pelo menos 250 pessoas. Condomínio O conflito no residencial Ephigênio Salles gerado pela presença dos periquitos não algo é novo. Em 2012, moradores desse mesmo condomínio instalaram telas de proteção nas copas das palmeiras imperiais para impedir a presença das aves lá, que usavam o local para descansar e se proteger, mas acabavam “destruindo” as plantas.
Fonte: http://acritica.uol.com.br/