Convivência
Áreas de lazer
Em Salvador, espaços para crianças são determinantes em condomínios
Por Mariana Ribeiro Desimone
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Espaços para o público infantil são decisivos na hora da compra de imóveis de luxo
Empreendimentos de luxo apostam em áreas para o público infantil
Os apartamentos de luxo costumam ser bem grandes e com espaço de sobra. Mas, mesmo com muito lugar dentro de casa, os pais preferem ter espaços para a diversão da criançada nas áreas comuns dos condomínios. Pensando nisso, as construtoras de empreendimentos de alto padrão na Bahia investem em áreas de lazer voltadas, exclusivamente, para o público infantil.
Foi isso que atraiu a empresária Valéria Ribeiro, 32 anos, para comprar um apartamento de quatro quartos no bairro do Horto Florestal.
“Tenho filhos pequenos e tinha muito receio de criá-los em um grande condomínio onde eles não pudessem conviver com outras crianças. Mas essas áreas de lazer compartilhadas me encantaram”, conta.
A psicóloga Lúcia Rocha, especialista em psicoterapia cognitivo-comportamental infantil, ressalta que à medida em que existe uma estrutura de área externa que possibilite à criança explorar, brincar e aprender, ela encontrará um ambiente propício para o seu desenvolvimento saudável. “Não é determinante, mas é um grande passo para estimular crianças a aprendizagens que somente a interação com outras pessoas da mesma faixa etária e o lúdico propiciam”.
Rocha ressalta que as áreas comuns de convivência para crianças nos condomínios favorecem o crescimento do espírito de compartilhamento entre os vizinhos pequeninos.
“À medida em que as crianças passam a interagir com outras, passam também a entender a dinâmica social, a aprender a lidar com o outro, resignificando a cada passo suas percepções acerca do outro, realizando modelagens sociais tão importantes para a aprendizagem e para o compartilhamento”, pontua.
Mercado
Dados dos setores de inteligência de empresas, que desenvolvem projetos de alto padrão, indicam que cerca de 60% dos investidores de imóveis de alto padrão na Bahia possuem entre 30 e 49 anos. Destes, 84% são casados e têm família com tamanho médio de 3,5 membros.
“Isso obriga as empresas a fazer cada vez mais espaços voltados para o público infantil e consequentemente agrega valor ao imóvel”, explica o corretor de imóveis Valter Andrade, que trabalha com o segmento de alto padrão em Salvador e na Região Metropolitana. O Hemisphere 360°, residencial da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário em construção no bairro de Pituaçu, por exemplo, terá disponível para os pequeninos seis brinquedotecas, variando de 30m² a 50m². Além disso, são cinco piscinas infantis com pouco mais de 20m² para esse público. Os apartamentos custam entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.
Outro empreendimento que aposta nesse conceito Horto Barcelona, da Prima Empreendimentos Inovadores, localizado no Horto Florestal. As unidades - que custam entre R$ 1,2 milhão e R$ 2,5 milhões - possuem brinquedoteca e fraldário além de piscina infantil.
O Parque Tropical, empreendimento da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) localizado em Patamares, tem além da piscina infantil, parque, salão de festas e praça de convivência para as crianças. Além disso, o Parque Tropical tem o Castelinho, salão de festas infantil temático, com infraestrutura de cozinha voltada para as crianças.
Também na região de Patamares, o empreendimento Biarritz Maison Patamares, recém-entregue aos moradores, tem área de lazer integrada com praça de convivência, com três ambientes para festas, espaço zen, spa com ofurô, salão de jogos e ainda brinquedoteca.
Cuidados
A psicóloga Lúcia acredita que são muitas as vantagens da socialização das crianças nos espaços infantis dos condomínios.
“Dentre os benefícios identificados para crianças que convivem com outras em seu ambiente residencial, ou em praças e clubes, estão a socialização, a integração e o compartilhamento. No entanto, é importante que a família participe deste desenvolvimento de seu filho. A criança precisa de acompanhamento e orientação para entender os ajustes nas interações sociais”.
Ela destaca também a necessidade de monitoramento. “É importante atentar para a compatibilidade da idade dos grupos infantis com as atividades desenvolvidas. Se houver um monitoramento responsável, orientações quando percebida a sua necessidade, tudo ocorrerá bem”, argumenta.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br/