sexta-feira, 20 de maio de 2022
Defesa de Luiz de Matos Pinto, de 70 anos, tentou alegar que o acusado agiu em legítima defesa, mas tese não foi aceita
O idoso de 70 anos acusado de matar o professor Júlio Cesar Lorens Junior a facadas em um prédio do bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, foi condenado nesta terça-feira (27) a mais de 13 anos de prisão pelo crime, cometido em maio de 2022. Júlio era filho do desembargador Júlio César Lorens, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (relembre o caso no fim da matéria).
Luiz de Matos Pinto, autor do crime, foi condenado em júri popular. No julgamento de hoje, o promotor Carlos Eugênio Souto Maior Filizzola Junior argumentou que Júlio abordou Luiz para pedir para que o idoso fizesse silêncio e respeitasse o direito ao sossego. O Ministério Público também argumentou que o idoso possui transtornos psiquiátricos e, por isso, pediu a absolvição por inimputabilidade.
A defesa de Luiz alegou que o idoso agiu em legítima defesa ‘motivado pelo fato de Júlio portar um spray de pimenta e ter ainda desferido um golpe contra Luiz durante a perseguição no prédio’. Os argumentos não foram aceitos e o Conselho de Sentença considerou que o idoso agiu de forma dolosa, condenando-o a 13 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelo crime de homicídio qualificado.
Corpo de Júlio César Lorens Júnior, de 28 anos, será velado a partir das 13h, desta sexta-feira (20), no Cemitério da Paz, no bairro Caiçara
Imagens do circuito de segurança registraram a briga entre vizinhos que resultou na morte de um homem de 28 anos. O crime aconteceu em um prédio no bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (19).
Segundo informações da Polícia Militar (PM), Júlio César Lorens Júnior se incomodou com o barulho que o vizinho, Luiz de Matos Pinto, de 67, estava fazendo e foi ao apartamento do idoso.
Pelo vídeo registrado por câmera de segurança, é possível ver quando o idoso abre a porta com uma faca na mão. Ele é atingido por spray de pimenta e, pouco depois, esfaqueia o jovem. O golpe acertou a região do tórax.
O idoso disse aos policiais que, antes de abrir a porta, viu o vizinho com um objeto na mão pelo olho mágico. Ele afirmou que os dois tinham "desavenças anteriores" e que esfaqueou o jovem para se defender.
Júlio César Lorens Júnior chegou a ser socorrido por outra moradora do prédio, mas morreu na noite desta quinta-feira (19), no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em BH.
De acordo com a Polícia Civil, o homem de 67 anos foi preso em flagrante e encaminhado ao sistema prisional. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) disse que Luiz de Matos Pinto deu entrada nesta sexta-feira (20) no Centro de Remanejamento Provisório (Ceresp) Gameleira, em Belo Horizonte.
A faca do crime foi recolhida e será submetida a exames.
Ainda, segundo a instituição, com a morte da vítima, confirmada após o flagrante, a investigação do homicídio ficará a cargo do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Júlio era professor de história em um curso preparatório e filho do desembargador Júlio César Lorens. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) divulgou nota de pesar.
"Em nome do Poder Judiciário, o presidente Gilson Lemes expressa solidariedade e condolências pela irreparável perda a familiares e amigos", disse a nota.
A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) também lamentou o falecimento de Júlio.
"Manifestamos nossa solidariedade ao colega magistrado e a seus familiares e nos colocamos à disposição".
A associação também informou que o corpo será velado nesta sexta-feira (20h), a partir das 13h, no Cemitério da Paz, na Avenida Presidente Carlos Luz, 850, no bairro Caiçara, em Belo Horizonte.
Fonte: https://g1.globo.com/