segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Menino de 15 anos estava no playground quando foi baleado. Menino, que é de Minas Gerais, está internado com bala alojada no braço. Um adolescente de 15 anos foi ferido por uma bala perdida em Icaraí, Niterói, no final da noite deste sábado (25). Caio Robert Carvalho Rodrigues brincava no playground do prédio quando foi atingido no braço. “Se dentro de um condomínio aconteceu isso, imagina na rua?”, questionou a mãe Gracielle Carvalho Milagres, de 33 anos. Em oito dias, pelo menos nove pessoas foram atingidas por bala perdida na Região Metropolitana do Rio. A família é de Barbacena, interior de Minas Gerais, e pretendia voltar para casa neste domingo (25). Caio estava na casa de uma tia há cerca de 15 dias e a mãe chegou neste sábado para busca-lo. “Fico um pouco revoltada com a violência aqui. A cada ano que venho vejo que as coisas estão piores”, lamentou.
Gracielle estava vindo ao Rio quando recebeu uma ligação avisando que Caio tinha ido para o hospital. Apenas na unidade de saúde ela ficou sabendo que o filho havia sido atingido por uma bala perdida.
“A gente que é do interior não está acostumada com isso. Nunca tinha passado por nada parecido aqui no Rio mas a partir de agora a gente passa a ver com olhar diferente”, explicou.
O adolescente está internado no Hospital Icaraí, em Niterói, com a bala alojada no braço. Apenas na segunda-feira (26) os médicos devem avaliar a necessidade de realizar uma cirurgia para retirar o projétil. Segundo Gracielle, na noite de sábado Caio chorou muito e estava bastante assustado. “Ele sente bastante dor. O médico pediu que ficasse de repouso. Minha aflição agora é para ter notícias do que será feito”, afirmou a mãe.
O caso foi registrado como lesão corporal e a polícia aguarda a liberação do menino para ouví-lo. Familiares serão chamados para prestar depoimento. As investigações estão em andamento.
Na manhã deste domingo, um ato contra a violência que tem matado crianças no Rio foi realizado na praia de Copacabana, na Zona Sul. Uma cruz de três metros foi fincada na areia para protestar o falecimento de crianças desde 2007. O ato foi feito na semana em que duas crianças morreram baleadas na cidade - Larissa de Carvalho, em Bangu, na Zona Oeste, e Asafe Ibrahim, em Honório Gurgel, no Subúrbio.
O ato foi organizado pela ONG Rio de Paz, filiado do Departamento de Informação Pública da ONU, para despertar a sociedade e o poder público para o fato de que a violência do Rio está matando crianças.
Os participantes levaram faixas e cartazes para protestar. Uma delas pergunta "Quem disse que no Brasil não tem pena de morte?" e os cartazes listavam os nomes das crianças mortas.
Fonte: http://g1.globo.com/