segunda-feira, 20 de outubro de 2014
A vida em condomínio é uma extensão daquela que levamos dentro de nossas residências. Saber administrar a convivência entre grupos diferentes de pessoas, respeitar o próximo e o seu espaço são requerimentos básicos para manter harmonia. Porém, a coexistência, depois de algum tempo, conduz à intimidade e a intimidade, por mais que seja superficial, como no caso das relações entre funcionários prediais e condôminos, pode trazer riscos ao coletivo. Quem nunca pediu para o porteiro ou zelador fazer um “favorzinho”, daquele tipo que nós sabemos que não podemos pedir? Como deixar uma chave na guarita, um objeto de valor, fazer o profissional abandonar o seu posto para buscar ou comprar algo fora do condomínio, ou até mesmo fazer uma pequena manutenção em nosso apartamento. Por outro lado, existe aquele trabalhador que está há anos trabalhando no mesmo imóvel e já não vê mais a necessidade de anunciar determinadas visitas, pois já as conhece “de vista”, comprometendo a segurança do morador ou criando uma situação de constrangimento para o mesmo. Ou também, aquele que descuida da conduta profissional e não é cordial com todos moradores, somente com alguns que ele possui mais afinidade, ignorando a chegada e saída dos mesmos. Essas atitudes descritas acima, tanto dos residentes quanto dos profissionais do condomínio, quando em excesso, tendem a gerar conflitos. Os condôminos precisam compreender que o condomínio é um local de trabalho como qualquer outro, possui regras a serem seguidas e os seus trabalhadores também têm responsabilidades e deveres que precisam ser cumpridos. Acredito que, de um modo geral, dentro de seu local de trabalho, ninguém gosta quando seu chefe exige atividades que estão fora de suas funções ou que podem complicá-lo dentro da empresa e até mesmo causar uma demissão, correto? Essa realidade precisa ser refletida para o funcionário predial também. Já o profissional precisa buscar sempre uma solução para os problemas, quando ocorrem, junto ao seu superior, como levar ao conhecimento do zelador as irregularidades vindas por parte dos moradores, sem se deixar intimidar, para que ele tome conhecimento e as providências necessárias. Por outro lado, cabe aos síndicos e administradoras estimular os trabalhadores a participarem de programas de treinamentos, assim como incentivar a leitura de manuais de informações de suas atribuições e obrigações, fornecidos logo que contratados. O zelador deve ser o responsável por fiscalizar os subordinados para que desempenhem suas funções corretamente sem usufruir da liberdade excessiva, assim como fazer as devidas orientações e sugerir a substituição dos empregados quando não estiverem cumprindo o que lhes foi atribuído. Qualquer conflito com funcionários do condomínio deve ser reportado ao síndico e eventualmente ao conselho consultivo para que as providências sejam imediatas, evitando maiores desgastes. É importante lembrar que bons ambientes começam, sobretudo, em nossas próprias atitudes. (Fernando Fornícola, presidente da Habitacional e diretor de Marketing da Associação de Adm. de Bens, Imóveis e Condomínios de São Paulo)
Fonte: http://www.dm.com.br/