AR CONDICIONADO
Instalação em condomínios prediais obedecem normas
Quem viver, verá! Já dizia o ditado. E quem está vivo, viu. Quem diria que as temperaturas um dia chegariam a 34 ou 35ºC em Sorocaba? Com sensação térmica de 40 e até 45ºC, dependendo da hora do dia. Isso porque há quinze ou vinte anos, o máximo que se cogitava era que os termômetros chegassem a 30ºC.
O fato é que, a cada ano, as altas temperaturas têm feito consumidores de todo o mundo correrem atrás da invenção do norte-americano Willis Carrier - sim, o inventor do ar condicionado, que lá em 1902 já previa o aquecimento acelerado da superfície da terra e a dificuldade que isso traria à população.
Consumo que de ano em ano, somente em Sorocaba, cresce cerca de 35%, segundo Luiz Edson Fernandes, proprietário da Matullovk Comercial, empresa de ar condicionado. De acordo com ele, a procura não tem barateado o produto, que custa em média R$ 1.500, para refrigeração de cerca de 10 metros quadrados.
Porém, ele diz que a população já não vê o aparelho como luxo, como era antigamente, mas como necessidade. "Sorocaba é uma cidade quente. E as pessoas têm cada vez mais instalado o produto em suas residências, sejam casas ou apartamentos. Querendo ou não, a climatização ajuda nos afazeres e até para dormir", diz.
Porém, instalar o aparelho requer três itens fundamentais. O primeiro é potência específica na rede elétrica; o segundo é espaço externo para o aparelho condicionador; e o terceiro é a instalação que requer uma espécie de buraco na parede. Fatores que devem ser discutidos e no caso de condomínios prediais, verificadas as regras.
Com o calor batendo à porta, quase sempre, uma das soluções que passa pela cabeça é a instalação de ar condicionado. Situação simples quando trata-se de uma casa ou escritório térreo. A questão se complica quando a necessidade bate à porta de quem mora em condomínio vertical, os prédios?
De acordo com Vanessa Souza Ramos Peredo, proprietária da administradora de condomínios Ramos e Peredo, para que a instalação seja eficaz, é preciso que a caixa de força do imóvel tenha potência para o uso do aparelho. "O ar condicionado requer mais pressão energética que as caixas comuns. Muitos prédios novos já estão sendo feitos com tubulação e cabeamento adequados. Mas a grande maioria precisa se adequar para instalar o produto", afirma.
E para se adequar, ressalta ela, é preciso que 100% dos moradores estejam de acordo com a proposta. "Uma iniciativa que tem dado certo é a autorização para essa adequação prevista no regimento interno, por meio da convenção. Do contrário, é preciso que o síndico organize uma assembleia para discussão do tema", detalha. Porém, quando o prédio não foi preparado para a adequação energética, Vanessa destaca que um engenheiro elétrico e um engenheiro civil precisam averiguar a situação do imóvel.
"Prédios antigos, com mais de 10 ou 15 anos, quase sempre não podem se adequar. Além da tubulação ser estreita, moradores mais velhos temem que a abertura na parede, para colocação do aparelho, comprometa a estrutura", avisa.
Além disso, segundo a empresária, é preciso que o prédio em questão disponha de um local específico para o condicionador, para que possa drenar o ar quente. "Quase sempre esse aparelho é colocado na área de serviço. Por falta de espaço, às vezes, alguns prédios permitem a colocação na sacada. Na verdade, o aparelho não pode modificar a fachada do prédio. Logo, apartamentos sem sacada ou com área de serviço minúscula, não conseguem instalar o ar condicionado", explica.
Vale lembrar também que, caso o condômino desobedeça a norma interna e aplique, por conta própria, o ar condicionado, segundo Vanessa, ele estará sujeito a multas. "Dificilmente isso acontece, mas pode ocorrer", diz.
Instalação e custos
Em prédios já com a rede elétrica adequada para uso de ar condicionado, a instalação do aparelho mais comum - o Split de 9 mil BTUs, que custa em média R$ 1.500 para climatização de cerca de 10 metros quadrados -, custa em média R$ 600, com inclusão da abertura da parede, diz Luiz Edson, especialista em instalação. Já para prédios que precisam adequar a potência da caixa de energia, o custo é maior e varia muito, desde a avaliação do engenheiro até a adequação da rede, a ser feita por um engenheiro elétrico ou eletricista.
"Muitos prédios não tem espaço na rede para adequação dos fios elétricos, que medem de 2 a 3 polegadas", detalha ele que ainda acrescenta: "Porém, quando essa adequação é viável, a aprovação final depende da companhia de energia, e às vezes, pode demorar até 120 dias", avisa. No entanto, de acordo com o especialista, atualmente existem ar condicionados inteligentes, como o Set Free, que conta com um condicionar (dreno) para dois ou mais evaporadoras (refrigeradores), sendo capaz, por exemplo, de climatizar um prédio inteiro, com mais de 30 pontos de refrigeração.
"Nestes casos o aparelho depende do poder aquisitivo do proprietário, podendo chegar ao custo de R$ 9 mil", informa. Situação que pode facilitar a instalação do ar condicionado no prédio, ou até mesmo do apartamento, já que um condicionador pode contar em evaporadoras em todos os ambientes, ou com BTUs suficiente para o imóvel todo.
"Mas vale lembrar que no caso da Set Free, muito usado em prédios comerciais, mas que pode ser instalado em residências, é preciso que haja um espaço específico para o condicionador. O que também prevê tubulação específica para a drenagem do ar", lembra.
Manutenção
Ainda de acordo com Fernandes, a manutenção do ar condicionado deve ser mensal e pode ser feita, inclusive, pelo proprietário do aparelho. "Todo proprietário recebe em mãos o manual do usuário. Nele contém todas as informações para limpeza e higienização. Mas no geral, é preciso limpar o aparelho e aplicar bactericida", diz ele, mencionando a bactéria Legionella pneumophila, que levou à morte o ministro das Comunicações, Sérgio Motta. "Se não for limpo, o ar condicionado pode ser prejudicial", avisa.
Além disso, a manutenção exige que, ao menos uma vez ao ano, o aparelho seja devidamente higienizado por um técnico. A visita custa em média R$ 300, mas inclui a desmontagem e montagem, a limpeza das turbinas, os bastões, do ventilador e da rede de impurezas, localizada dentro do aparelho. Vale lembrar que essa limpeza mais detalhada está prevista como portaria (3.523/98) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Informações: portal.anvisa.gov.br.
Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/