quarta-feira, 28 de agosto de 2024
Luiz Evaldo Lima, Graciane Rosa de Oliveira e o filho de 23 dias, Léo, morreram após caírem do sétimo andar. Perito afirma que deslocamento das vítimas indica que foi um acidente.
A queda do casal e do bebê de um apartamento em chamas pode ter sido acidental, de acordo com o perito Fernando Lerbach. O casal Luiz Evaldo Lima e Graciane Rosa de Oliveira, juntamente com o filho de 23 dias, Léo, morreram em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
"Quando a gente faz uma análise, um dos parâmetros que usamos é o deslocamento da vítima em relação ao ponto em que ela caiu. Quando é uma queda acidental, geralmente essa proximidade é bem pequena, como foi o caso. Todas as vítimas estavam muito próximas à prumada do prédio, o que indica para nós que foi realmente uma queda acidental, e não alguém que se projetou para frente", explicou o perito.
De acordo com Fernando Lerbach, ainda não foi possível determinar a causa do incêndio. Além dos três que morreram, havia duas pessoas no apartamento que sobreviveram: a mãe de Graciane e um técnico de impermeabilização de sofá. Eles estão internados no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), no Distrito Federal.
O síndico Anderson Oliveira explicou que, quando tentavam respirar ar fresco, o bebê escapou das mãos da mãe, que tentou salvá-lo. O pai tentou ajudar e, com isso, os três caíram. "É óbvio que a situação ali devia ser desesperadora pelo calor, mas foi um ato de mãe tentando salvar o seu pequeno, o que infelizmente resultou nesta tragédia", disse.
Luiz Evaldo Lima, Graciane Rosa de Oliveira e o filho, Léo Oliveira de Lima, morreram após pular de um prédio em chamas. Prédio foi evacuado e polícia investiga causas do incêndio.
Um casal e um bebê morreram após pular de um apartamento em chamas em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, segundo informações do Corpo de Bombeiros. A corporação afirmou que o incêndio no sétimo andar do prédio deixou outros 12 feridos.
Veja tudo que se sabe sobre o caso:
O casal Luiz Evaldo Lima e Graciane Rosa de Oliveira morreu ao pular do prédio com o filho bebê, de 23 dias, Léo Oliveira de Lima. As informações são do major Maurílio Correa Cesar, do Corpo de Bombeiros.
Nas redes sociais, o casal anunciou a gravidez em janeiro deste ano. “Estamos ansiosos te aguardando, com o coração cheio de amor”, diz a postagem. Léo foi o segundo filho de Graciane, que já era mãe de uma menina.
A cadela da família também morreu. Segundo o capitão Fábio Rodrigues, não se sabe se ela pulou depois ou junto com eles. O capitão informou que o animal foi encontrado no chão, junto ao casal.
Segundo a Polícia Científica de Goiás, a causa dos óbitos foi um politraumatismo em decorrência da queda. Não havia fuligem nas vias respiratórias das vítimas, o que indica que elas não inalaram fumaça do incêndio.
Graciane tinha 34 anos e trabalhava com alongamento de cílios. Em seu perfil profissional na internet, ela se orgulhava de se identificar como empreendedora e se descrevia como apaixonada pela vida. "Sou rica de tudo aquilo que o dinheiro não pode comprar", afirmava nas redes.
Luiz Evaldo compartilhava na internet alguns dos trabalhos que realizava como garçom. Em muitas publicações, ele também demonstrava o amor pela esposa. "Continue sendo essa menina engraçada que faz bem a todos. Coração gigante. Te amo, meu amor", declarou-se em um post.
Um amigo do casal, Robson Muller, contou ao g1 que Luiz Evaldo e Graciane se apaixonaram em 2019, quando se conheceram em um atacadista. Luiz e Robson trabalharam juntos no local por quase sete anos.
Além do casal e do bebê, outras duas pessoas estavam no apartamento que pegou fogo. Ambas foram resgatadas com vida.
De acordo com o síndico do condomínio, Anderson Oliveira, uma das pessoas resgatadas era a mãe de Graciane Rosa. O síndico informou que acredita que a segunda pessoa seja um profissional de impermeabilização de sofá, que entrou no condomínio dizendo que ia ao apartamento da família.
A filha de Graciane Oliveira estava na escola no momento do ocorrido. A informação foi confirmada pelo síndico do edifício, Anderson Oliveira. Segundo ele, a menina está com os avós.
O capitão Fábio José Rodrigues, do Corpo de Bombeiros de Goiás, atuou no local do incêndio. O militar disse que "o óbito foi em decorrência do desespero deles, que acabaram pulando do sétimo andar."
Felipe Ferreira, vizinho das vítimas, descreveu o momento em que a situação começou e o desespero dos moradores. Segundo ele, por volta das 10h30, sentiu o prédio tremer. Nesse momento, começou a ouvir diversos gritos de pessoas que estavam no local. "Começou uma gritaria na parte de fora do condomínio, solicitando que todo mundo saísse", disse.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio deixou 12 feridos. O g1 não conseguiu o estado de saúde atualizado dessas pessoas até a última atualização da reportagem.
À TV Anhanguera, Felipe Ferreira, que mora no bloco ao lado, afirmou que, ao descer para o pátio do condomínio, viu quando o casal pulou da janela com o bebê.
"A gente se deparou com um casal com uma criança na janela do sétimo andar. Começamos a gritar para eles não pularem, mas as chamas começaram a tomar conta deles na hora. Acabou que eles se jogaram, vindo a falecer na hora", disse.
Outra testemunha disse à TV Anhanguera que estava passando perto do prédio quando ouviu um barulho. "Eu ouvi um estrondo muito forte, pareceu que era uma batida de carro, um contêiner caindo", relatou ele à TV Anhanguera.
"As pessoas começaram a gritar, as pessoas que moram aqui no condomínio. Eu vim para cá correndo, com o objetivo de ajudar alguém, de dar algum apoio, aí comecei a ver as chamas se alastrando de forma muito rápida, com muita violência", completou.
Uma moradora foi resgatada junto com o cachorro de estimação durante o incêndio e socorrida pelos bombeiros em uma maca.
Após o incêndio, o Bloco E do prédio foi totalmente evacuado, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Segundo o major Maurílio Correa Cesar, a possibilidade de risco estrutural deve ser investigada. A corporação afirmou que não há previsão para o retorno dos moradores.
A Secretaria Municipal de Assistência Social de Valparaíso de Goiás informou, em nota, que “o Bloco E do edifício passará por vistoria com o objetivo de garantir a segurança dos residentes.” A nota também mencionou que “peritos trabalharão nos próximos dias para determinar se a estrutura do local foi comprometida pelo fogo.”
Por enquanto, o síndico informou à prefeitura que os moradores devem permanecer abrigados em casas de familiares e que serão assistidos pelo seguro do prédio. Além disso, o município informou que equipes do Serviço Social e da Psicologia “estão de prontidão para assegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia familiar e pessoal de cada indivíduo que passou pelo trauma do incêndio.”
Devido à gravidade da ocorrência, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal auxiliou nas operações de combate ao incêndio e resgate das vítimas. A corporação alertou que a causa do incêndio só poderá ser confirmada após uma perícia técnica.
"Qualquer informação sobre as origens dos incêndios antes da conclusão desse processo é considerada especulação prematura e imprecisa", disse o Corpo de Bombeiros.
Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/08/28/veja-o-que-se-sabe-sobre-incendio-que-matou-casal-e-filho-bebe-em-goias.ghtml