17/07/19 11:19 - Atualizado há 4 anos
Muita gente acompanhou o caso. O que seria questão interna e rotineira de condomínio, como assembleia para eleição do novo síndico e prestação de contas, virou assunto de polícia com direito a brigas e acusações.
A história ganhou pimenta adicional – e espaço garantido na grande mídia – sendo o protagonista o conhecido chef Henrique Fogaça, jurado do programa MasterChef, da Band. O “sucesso” da novela de Fogaça, dessa vez, se deve ao fato de poder assumir o posto de síndico em assembleia presidida por um interventor judicial.
No começo da semana, dia 15 de julho, duas horas e meia depois, os 505 condôminos presentes apontaram a vitória do chef com 52,9% dos votos.
“Finalmente ele foi eleito e tirou um pessoal que estava há 19 anos no poder. Uma guerra. A experiência mais intensa que tive nos últimos anos. Estamos muito felizes com esse resultado”, conta Marcio Rachkorsky, advogado que representa Fogaça e seus condôminos apoiadores.
O fato de a assembleia só ter sido possível na presença do interventor judicial, conforme Rachkorsky, sacramentou uma história inédita no universo condominial.
Olhar para esse caso inusitado pode ser um exercício interessante. Com certeza, há coisas a aprender a partir dessa experiência, que afinal foi tão desgastante para todos.
O que fazer quando o síndico é o problema
Como vimos, é totalmente possível que toda a discórdia gire em torno da má gestão que se perpetua no poder durante décadas. Quando este for caso, como seguir o caminho correto para destituir o síndico?
Primeiro passo: As razões para a destituição
Obs.: no caso de problemas na prestação de contas, a melhor forma de comprovar é por meio de uma auditoria.
Segundo passo: Convocação de Assembleia Extraordinária.
Essa convocação deve ser feita por um quarto dos proprietários com as obrigações em dia. [importante que o edital da convocação tenha a assinatura de todos os convocantes]
A pauta deve conter: solicitação de explicações ao síndico e conselho de sua gestão; possibilidade de renúncia; deliberação sobre destituição e eleição de novos representantes do condomínio. Quórum necessário: metade dos proprietários mais um.
Terceiro passo: Se o síndico se recusar a sair:
É possível entregar uma notificação extra-judicial para que devolva a documentação, cartão de banco e papelada que não estão mais sob a sua gestão. Se for necessário, poderão acionar judicialmente para que devolva por meio de uma ação de busca e apreensão.
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
Como evitar que o condomínio vire um campo de guerra
Para o síndico
Para o morador
No final, todos têm a aprender com o que aconteceu com o Baronesa de Arary, e também a ganhar. No mínimo, uma boa convivência em comunidade.
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