terça-feira, 22 de novembro de 2016
Condomínios – os 12 casos mais absurdos que já aconteceram com os moradores
A vida em condomínio tem seus pontos positivos e negativos. Com grande experiência na área e vivenciando diversos casos, o advogado Rodrigo Karpat, especialista em direito imobiliário e condominial, conta algumas histórias curiosas e problemáticas do que já viveu nos conjuntos habitacionais.
Com tanto tempo de experiência trabalhando com condomínios e pessoas, é difícil que o advogado especialista em direito condominial e imobiliário, Rodrigo Karpat não tivesse histórias curiosas sobre alguns acontecimentos que ocorrem nos condomínios.
Nas 12 histórias que o advogado conta, existe a de o morador que incendiou o apartamento de cima, câmeras de segurança gravando sexo e, até, a de um porteiro preso por não liberar a entrada de policiais.
“A mulher tinha algumas atitudes um pouco estranhas, ela vivia caminhando à noite, dentro do condomínio, apenas com uma camisola grande, dormia na área das crianças, algumas vezes, algumas mães encontraram ela dormindo já e as crianças brincando em volta, sem nenhum problema.
Ela também jogava coisas dela no lixo e o zelador ia buscar, sabendo que eram coisas importantes. Muitas vezes, ele ficava revirando o lixo e uma vez ela ficou muito estressada com este zelador. Colocou as fezes de seu cachorro em um saco e jogou na porta do apartamento dele.
O andar todo ficou cheirando mal por dias, principalmente a porta do funcionário que teve que ser pintada. O prédio reuniu e fizeram o acordo e a mulher continua por lá”.
“Nesse prédio onde moravam muitos casais de idosos e outros jovens casados e com filhos, um vídeo da câmera de segurança mostrava duas pessoas completamente peladas andando no último andar do prédio. Uma das que andavam nuas era menor de idade e a outra era uma travesti, percebido de forma muito clara e evidente.
Tem um momento no vídeo que eles até ensaiam um sexo ao ar livre, mas não seguem adiante.
O síndico não sabia o que fazer e convocou uma reunião sobre o caso sem esconder a cara do menor e, assim, a mãe foi multada, mas quando ela descobriu que o rosto dele foi exposto para todos que participaram da reunião, ela entrou com um processo na justiça e quem teve esse primeiro acesso ao vídeo foi intimado a depor na delegacia por esta exposição”.
“Em um condomínio, tinha um morador que ele tinha uns problemas. Vivia armado dentro das dependências e era arma pesada, coisa de pistola automática, nada de 38.
Então, o pessoal ficava com medo. Ele também ficava ameaçando as pessoas, tem vários casos de coisas bobas que ele ameaçava, gostava de mostrar a arma. Por exemplo, ver ele chegando e fechar o portão deixava-o contrariado e tirava a arma do bolso.
Outra vez, foi que o rapaz subiu no elevador do bloco dele e não segurou para ele. O morador armado foi atrás do outro morador e ameaçou com a arma na cabeça; o morador ameaçado se mudou.
Em vez de os condôminos irem contra, ficavam com medo, pois, além da arma, o morador era tatuado, o que agravava a situação de coerção. Mas, depois, ouviram nosso conselho e eles começaram a multar e ele se comportou”.
“Teve um morador que sempre causava transtornos às pessoas do prédio. Ele morava na cobertura. Os porteiros já sabiam quando alguém reclamava e alguns nem davam mais importância, nem queriam interfonar para ele.
Passavam para os outros ou diziam que iriam verificar. Ele era muito estressado e, para piorar, era procurado na Europa pela Interpol. Ele morava na cobertura e devia muito o condomínio, mais de R$ 200 mil e, depois de um tempo, ele nem dava mais desculpas, mostrando-se bem arrogante e não se importando quando era cobrado.
Trocava síndico e ele não quitava seu débito. Como ele tinha essas coisas excêntricas, como não gostar de reclamações, de atender à campainha – talvez medo de ser a polícia –, foi estranho que ele deixasse o prédio usar a cobertura para amarrar a corda para fazer a pintura, pois não gostava que vissem o que tinha dentro do apartamento, muito menos chegar perto.
Exemplo disso era o fato de trocar de diarista a cada semana e fazia tempo que não chamava outra.
Na semana da pintura do prédio, sem qualquer motivo, ele cortou a corda da cadeirinha que o pintor estava sentado. Sorte que tinha uma de segurança, mas o trabalhador ficou preso por mais de 4 horas, pela atitude insana do proprietário.
Diante disso, precisamos entrar no apartamento do rapaz com um pedido da polícia e era extremamente evidente o cheiro de maconha, havia também várias seringas na mesa. Ele foi processado por tentativa de homicídio”.
“Era um condomínio que com muitas brigas em suas reuniões, mesmo nos assuntos mais simples, demorava cada vez mais para ter soluções e, especialmente nessa eleição de síndico, tal atitude se agudizou.
Um dos candidatos tinha passagem pela polícia e o outro candidato, querendo argumentar porque ele seria o melhor, começou a afirmar que, do mesmo jeito que não queria um pedófilo cuidando de sua filha, ele também não quereria que pessoas endividadas cuidassem da parte econômica do condomínio.
No entanto, ele não conseguiu chegar ao final, pois o outro candidato considerou que ele estava chamando-o de pedófilo e avançou para prosseguir fisicamente a discussão, com todos acompanhando as agressões proferidas.
Depois de muito tempo e com várias tentativas de parar, eu prossegui como líder da reunião até o fim de toda votação e decisão”.
“Fiquei sabendo dessa recentemente, quando o zelador me chamou e contou que ele teve que resolver o problema de um corpo no hall do prédio.
Não foi caso de suicídio, ele encontrou o no chão, com muito sangue, e a mulher estava nua.
O rapaz tinha o dinheiro para pagar, não a matara por isso, o motivo foi que ele gostava muito do sofá que tinha em casa, comprado no exterior. Por causa do excesso de bebidas e drogas que ingeriu, ela passou mal e vomitou por todo lado.
O sofá ficou extremamente sujo e quando ele saiu do quarto e viu o estado seu sofá que estava e ela já em pé, segurando uns paninhos para tentar limpar.
Ele ficou descontrolado com ela e tentou bater nela, mas ela correu (provavelmente acostumada com clientes violentos) e quando ele a pegou, ela foi para a sacada e ameaçou jogá-la, provavelmente os dois estavam suados e ela caiu e morreu”.
“Um porteiro jovem, de 20 anos, nunca tinha trabalhado nisso e queria ‘mostrar serviço’. Era seu terceiro dia na portaria. Quando chegou um carro civil, com dois homens sem identificação alguma, mas que eram da Policia Federal.
Este agentes faziam parte da área de imigração e disseram que precisavam entrar no prédio. O porteiro não quis permitiu a entrada de pessoas não identificadas e os policiais avisaram que se ele não deixasse entrar, estaria obstruindo o trabalho da justiça.
Ele pediu alguma identificação e não as obtendo, eles continuaram na rua e o agente da PF deu voz de prisão.
O rapaz ainda não quis entrar no carro, já que não tinha nada que identificasse como sendo carro oficial e foi avisado de que se não fosse para delegacia, iria responder por resistência à prisão. A conclusão foi que tive de ir até a delegacia para liberar o porteiro e contornar todo o caso”.
“Um condomínio tinha uma ligação dos canos na varanda até no último andar por causa do esgoto, a construtora fez uma manutenção de rotina, só que, nesse dia, o rapaz que fez o serviço, teoricamente, confundiu o pedido e acabou misturando as substâncias com gesso e colocou do 10o andar até o térreo.
Era uma torre de 13 andares e o gesso, ao secar, entupiu todos os andares com esse serviço de manutenção e quando os moradores do 11º andar para cima, que não foram diretamente afetados pelo serviço, tentaram secar suas varandas, a água voltava, suja e molhara toda a varanda.
Houve, inclusive, um apartamento que a água chegou a entrar nas dependências. Foi um trabalho longo até terminar de instalar tudo de novo”.
“Esse condomínio é bem populoso e quando chega o final de semana com sol, a maioria aproveita para ir à piscina, esta, ficando cheio de crianças e adultos.
Percebendo que o verão estava chegando, o síndico decidiu fazer uma manutenção na piscina para que não tivesse problema na época de grande movimento.
Mas como não dispunham de grande quantidade de dinheiro para fazer essa manutenção, buscaram uma empresa que cobrava mais barato e isso deu origem a um grande problema.
A empresa fez o serviço, mas não de maneira correta e higiênica e quando as pessoas começaram a usar a piscina, todas que entravam na água e ficavam nas redondezas molhadas tiveram coceiras.
Foi somente após algumas semanas que fomos descobrir que o serviço não tinha sido feito de maneira adequada e que as coceiras eram, na verdade, micose. A triste conclusão é que, até hoje, alguns moradores, apesar de curados, preferem não entrar na piscina com medo de pegarem novamente alguma doença de pele”.
“Uma ‘lei’ que não está no Código Civil, mas é muito respeitada todas as quartas-feiras em dia de jogo de futebol. Mesmo se jogo terminar depois das 22h, pode-se gritar gol que não terá problema com o vizinho.
Mas, em uma final de campeonato da Libertadores, quando os jogos terminam bem mais tarde, um morador para comemorar o título de seu time, quis soltar um rojão de sua varanda. Ele acendeu e quando posicionou, colocou muito inclinado para cima e o piro-objeto acabou caindo no andar acima.
Os vizinhos de cima, com esse objeto não desejado, se assustaram e começaram a berrar com o susto e o medo de que algo pior que a cortina que queimava ocorresse, visto que o sofá ficava bem próximo da cortina em chamas.
Os bombeiros foram chamados e tivemos que criar algumas regras de não poder soltar fogos dentro do apartamento para que não ocorresse nada que nada que pusesse em risco a vida das pessoas e a segurança do condomínio ocorresse novamente”.
“Não existe uma lei especificando qual animal deve ou não deve ter dentro dos apartamentos. Se for legalizado pelo IBAMA, o Código Civil não criou uma legislação sobre isso.
Um morador mais exótico tinha uma cobra daquelas grandes, jiboias, píton. Com o tempo, ela foi crescendo e o dono começou a deixa-la fora do aquário.
Um dia, ele esqueceu de fechar a varanda, pois o animal peçonhento andava pela casa, livremente. Por esse motivo, a cobra conseguiu descer para o apartamento do andar onde morava um bebê que estava brincando do lado de fora e sem perceber a cobra chegando, continuou vivendo a vida tranquilamente, sem chorar.
A cobra ficou bem próxima da criança, sorte que a babá a viu e tirou o bebê, chamando, logo em seguida, o zelador, já que a cobra estava parada, olhando para a pequena criança.
O rapaz teve de sair do trabalho para tirar a cobra da casa da outra família. A família não gostou de saber que corria esse risco e, em poucos dias, se mudou do apartamento. O morador com a cobra continua morando no edifício”.
“Tinha um condomínio bem grande, com quatro torres e uma regra um pouco estranha: os animais de estimação não podiam andar com as patas no chão dentro do condomínio.
Os moradores tinham de carregar no colo até a via pública e, somente lá, soltar os cachorros ou gatos para passear.
O problema era que algumas pessoas que moram lá são de idade avançada, girando em torno de 80 a 89 anos e têm cachorros, mas não conseguiam passear. Uma senhora japonesa, bem magra, com 40 kg tinha um labrador que era do filho e deixava com a mãe para fazer companhia.
O animal de estimação pesava 25 kg, mais da metade do peso da senhora e ela não tinha como segurar o animal até a rua. Vivia pedindo ajuda para passear e o cachorro era muito apegado a ela, rosnava para todos, tornando a tarefa um pouco difícil.
O resultado foi que houve a necessidade de envolver a justiça da cidade que liberou o uso de coleiras nas dependências do condomínio”.