Mundo estranho

Begich Towers

Condomínio abriga quase todos habitantes de cidade no Alasca

Por Agências de notícias

sexta-feira, 18 de agosto de 2023


A cidade onde (quase) todos os habitantes moram no mesmo prédio

Apartamento, delegacia, lojas, correios e até igreja: tudo isso está à disposição dos moradores das torres conectadas do condomínio Begich Towers, localizado na isolada cidade de Whittier, no Alasca (EUA).

De acordo com o último Censo dos EUA, feito em 2020, 272 pessoas habitam a cidade, que nem é a menos populosa dos 332 municípios do referido estado alasquiano.

Quase todos moradores fixos da localidade moram no mesmo edifício, são cerca de 200 pessoas, ou seja, 73% de toda população.
 
Projetado para ser um prédio militar com 14 andares, ele foi transformado em edifício residencial após Whittier ser usada como estratégico ponto militar dos Estados Unidos.

Sua geografia favorecia as instalações militares que até a Segunda Guerra Mundial tinha apenas construções de madeira: seu porto marítimo profundo era livre de gelo, tinha proteção natural contra ataques aéreos devido as montanhas e sua topografia não era favorável ao uso de radares.

Foi no pós-guerra e iminência da Guerra Fria que houve as construções de dois prédios. O primeiro foi de seis andares chamado Buckner que tinha uma prisão e hoje está abandonado.

Já o segundo, chamado Hodge, foi feito para acomodar mais pessoal militar e acabou se tornando o Begich Towers, anos após o sismo do Alasca de 1964 que provocou um tsunami e levou a saída de muitos militares da base de Whittier. O edifício acabou convertido em moradia com 197 apartamentos e serviços públicos.

Modesto polo turístico e pesqueiro

Muitos acreditam que a cidade é apenas o prédio em si, quando na verdade não. Há ainda diversas outras construções, muitas inclusive interligadas com o condomínio por túneis subterrâneos devido ao inverno intenso do local, como a escola para a população infantil.

Chegar lá é possível via aérea (helicóptero), marítima, ferroviária ou terrestre passando pelo túnel misto para veículos e trens sob a montanha Maynard.

A estrada subterrânea tem quase cinco quilômetros, possui velocidade controlada e pode ser acessada apenas um sentido por vez, após pagar taxa numa espécie de pedágio e em horários específicos, sinalizados em um painel.

Chegando lá, dá para ver a presença de moradias de contêineres de pessoas que moram por temporada na cidade, que serve como polo pesqueiro. Muitos barcos e lanchas são vistas no porto, conforme mostram youtubers.

Anderson Dias, do canal 196sonhos no YouTube, esteve na cidade no inverno em 2021 e mostrou outras instalações além do prédio que deixou a cidade famosa: há uma prefeitura, postos de combustíveis e restaurante com comida típica marinha. Ele chegou a conversar com um jovem que era de Samoa Americana.

Quem vai para lá no verão acaba pegando uma paisagem diferente do branco da neve e chuvas e muitos chegam através de navios de cruzeiro entre maio e setembro. Os turistas aproveitam o local para desfrutar dos glaciares e da exuberante natureza.

No TikTok, a jovem Jenessa Lorenz, moradora do famoso condomínio, já viralizou e tem milhões de visualizações em seus vídeos mostrando o prédio e sua cidade, incluindo seus arredores com montanhas.

@messy.nessy home??#whittieralaska #alaska #AEHolidayCard ? original sound - sapncpvfx :]

Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2023/08/18/whittier-cidade-moradores-mesmo-predio.htm