Ambiente

Condomínio novo

Moradores enfrentam escassez de água mesmo antes do rodizío, em MG

Por Mariana Ribeiro Desimone

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015


Moradores reclamam de falta de água em condomínio de Juiz de Fora

Segundo Caixa e administradora, problema é causado por racionamento. Cesama afirmou que responsabilidade é do próprio condomínio.
 
Moradores de um condomínio do Bairro São Pedro, em Juiz de Fora, enfrentam a falta de água. E, de acordo com eles, o problema não é por conta do rodízio no abastecimento na cidade, que já dura três meses. A situação existe desde que as primeiras famílias se mudaram para os imóveis, que são arrendados pela Caixa Econômica Federa
 
A Caixa e a administradora do condomínio informaram que a falta de água tem relação com o rodízio. Já a Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) afirmou que a solução do problema é de responsabilidade do condomínio.
 
No total, são 400 apartamentos. Enquanto em algumas unidades não há água, em outras ocorre o contrário. Por isso os moradores querem saber o motivo do problema.
 
"Eles têm que trazer um aparelho e colocar no cano por onde sobe a água para o condomínio para verificar porque não está tendo pressão para subir para as caixas. Se alguns apartamentos têm, porque outros não?", questionou o carpinteiro Paulo Henrique Oliveira.
 
As roupas e panelas da casa da assistente de operações Giovana de Oliveira Leite estão sendo lavadas na residência da sogra. Sem água, foi a única alternativa que encontrou para diminuir o problema. Ela disse que, dos 20 blocos do condomínio onde mora, seis estão sem água desde o último domingo (18).
 
"Está sendo um problema recorrente. Em dezembro já aconteceu isso. A situação é anterior ao racionamento de água. A Cesama passou um parecer técnico se isentando. Ela informou que limita a quantidade de água que libera e que está normalizada. Mas a administradora fala para a gente que não pode fazer muita coisa, pois está além dela resolver o problema de estrutura hidráulica, já que a água não tem pressão para subir", falou.
 
No apartamento da cantora Rosa Kirshmaer, a descarga do banheiro teve que ser substituída por um balde. Na cozinha, torneira e filtro não funcionam. "Até quando vamos continuar vivendo assim? Desde que me mudei para cá, em 2008, passo por essa situação. Temos que comprar água sem poder para beber e fazer comida", lamentou.
 
De acordo com o advogado especialista em direito do consumidor, Leandro Bissoli, descobrir a origem da falta de água é o primeiro passo.
 
"É preciso procurar a administradora para contratar alguém e fazer uma análise de qual é o problema. Após isso, é preciso apurar a responsabilidade. Se houve um erro de projeto na construção do edifício, quem vai responder é o responsável pela obra", explicou.
 
Em nota enviada à produção do MGTV, a Caixa informou que o empreendimento foi construído com base em projetos aprovados pelas autoridades competentes. Segundo a Caixa, a falta de água é consequência do racionamento realizado pela Cesama e que contratou um caminhão-pipa para garantir o abastecimento.
 
Já a administradora do condomínio garantiu que não foi encontrada nenhuma anormalidade que justifique o problema no local e afirmou que as interrupções no fornecimento também ocorrem por conta do rodízio no abastecimento.
 
Também em nota, a Cesama esclareceu que disponibiliza água para o local dentro das normas técnicas exigidas e que, na época da construção do condomínio, orientou quanto à construção de uma caixa baixa para abastecer o local, principalmente nos períodos de maior consumo. A companhia afirmou ainda que a solução do problema é de responsabilidade do próprio condomínio.

Fonte: http://g1.globo.com/