10/09/21 02:57 - Atualizado há 3 anos
Por Roberto Piernikarz*
“fake news”mentiras ou fofocas disfarçadas no formato de notíciaajudados pela ignorância de muitos que as compartilham sem saber que aquilo é cascata pesada.no universo dos condomínios os danos também são graves e se espalham em alta velocidadegrupo de WhatsApp dos moradores.
mistura de lar e ambiente de trabalhocondomínios um ambiente fértilmais tempo em suas residências.
“O condomínio é onde as pessoas moram, e a mistura desse lado pessoal com o profissional gera um acirramento de ânimos”, afirma Marcio Rachkorsky, advogado especialista em condomínios, colaborador regular do telejornal SP1, da Globo, e colunista do SíndicoNet.
risco do desencontro de informações entre a administradora, o síndico e os condôminos pessoa que ofendeu e aquela que ajudou a divulgar a notícia pode ser responsabilizada criminalmente por tais crimes, previstos em nosso Código Penal nos artigos 138, 139 e 140”, reforça.
penalidade acontece de três formas.chance de se retratarpublicamente no mesmo canal que ele ofendeu inquérito policialação na esfera cível, de reparação moral, indenizatória. Isso varia de caso a caso”, explica Rachkorsky.
problema é que algumas pessoas querem discutir temas complexos ali e essa rede não serve pra issoserve pra dar um pequeno recadocoisas do dia a dia, operacionais, simples”, esclarece Rachkorsky.balancete hipercomplexo Lugar apropriado é numa reunião ou no canal oficial de comunicação da administradora”, prossegue o advogado. as pessoas confundem muito com quem estão falando, segundo Rachkorsky:
como se o WhatsApp fosse uma terra sem lei, e não é. Tudo que você fala para alguém, ou que você escreve pra alguém, você se responsabiliza.”sempre um mediador no grupo do condomínio, que deixe claro quais são as regras, quais as penalidades e inclusive possa excluir pessoas que atrapalham o convívio harmonioso de comunicação entre os vizinhos. “Tem que ter um mediador, tem que ter um controlador e regras bem definidas.”
cuidado com o dedo nervoso é vital ao receber uma mensagem com jeito de fake news, não encaminhe ou divulgue. Reflita, pesquise a fonteSe for uma informação que você percebe que vai atingir alguém de alguma forma, tem que checar. E na dúvida, não repasse, tenha bom senso”, recomenda Rachkorsky.
ofensas escritas podem servir de prova em futura ação criminal.”comunicação da administradora precisa ser ativa, clara e transparentedeixar claro para o morador qual é o canal oficial para ele reclamar, elogiar e perguntar alguma coisa. E precisa responder sempre com agilidade e com rapidez nesses canais oficiais, e deixar muito claro que o WhatsApp do condomínio serve apenas para assuntos banais do dia a dia, e não para assuntos mais complexos.”
O mundo virtual, sem a presença física cara a cara, estimula um sentimento e ato nada nobre: a covardia. Isso é ainda maior quando há o anonimato. “Tem muita notícia falsa, ilação e comentário maldoso que é anônimo, as pessoas fazem sem se identificar. São comunicados baseados geralmente na covardia, e quem faz isso merece ser identificado e punido”, afirma Márcio.
através do WhatsApp, e também por e-mails anônimos – praticamente impossíveis de serem rastreados - atacam a reputação de síndicos e administradoras em busca de interesses pessoais, como moradores, ou de poder, no caso de pessoas que trabalham em uma administradora e lutam por mais espaço no mercado”, conclui.
Segundo o criminalista Gabriel Tyles, quando se consegue identificar o agressor, pode-se apelar para o crime contra a honra, para responsabilizar o ofensor e aquele que propala a informação falsa.
Finalmente, contra tantos problemas e possíveis crimes, espera-se que os condôminos tenham mais cuidado, equilíbrio e bom senso com os conteúdos que recebem no grupo de WhatsApp de onde moram. E, antes de tudo, ao surgir alguma dúvida sobre uma informação, é preciso buscar os canais oficiais de comunicação do condomínio: o síndico ou a administradora.