Ambiente

Crime ambiental

Em Araraquara, síndico e funcionário são detidos por extrair ipês

Por Mariana Ribeiro Desimone

domingo, 15 de abril de 2012


 Síndico e jardineiro são detidos por crime ambiental em Araraquara, SP

Os dois foram responsabilizados pela extração irregular de seis ipês.Meio Ambiente informou que condomínio será multado pela ação.
 
Thaisa Figueiredo e Fabio Rodrigues
 
Um síndico e um jardineiro de um condomínio foram detidos por suspeita de crime ambiental, nesta sexta-feira (13), no Santa Angelina, em Araraquara (SP). Os dois são apontados como responsáveis pela extração irregular de seis ipês na calçada do residencial, segundo a Secretaria de Meio Ambiente.
 
A denúncia chegou à secretaria por meio de moradores da região. De acordo com o secretário José dos Reis Santos Filho, o gerente de reflorestamento, Fernando Braga, esteve no local e flagrou o funcionário extraindo as árvores, cada uma delas com mais de sete metros de altura, que compunham o paisagismo em frente ao condomínio, localizado na Rua das Magnólias.
 
O chamado foi acompanhado pelas polícias Florestal e Militar, além da Promotoria de Meio Ambiente. O síndico e o funcionário foram detidos e levados para a delegacia para prestar esclarecimentos. Em seguida, eles foram liberados.
 
De acordo com o secretário, o síndico decidiu retirar as árvores alegando que elas poderiam ser escaladas por pessoas que queriam observar a casa dele do lado de fora dos muros.
 
“A justificativa é inviável, uma vez que em casos dessa natureza, onde as árvores foram arrancadas pela raiz, a Prefeitura precisa analisar uma solicitação que deve ser enviada à secretaria. Neste caso, especificamente, não havia uma justificativa forte”, afirma Santos Filho.
 

Autorização 

 
A licença para a extração de árvores em Araraquara, só é permitida dentro de casos específicos.
 
“Só é possível liberar a autorização quando essas árvores oferecem uma ameaça à vida das pessoas ou quando podem trazer riscos e causar um acidente. No caso de uma estrutura tomada por cupins, por exemplo, ela deve ser retirada, porque uma pessoa pode ser atingida por ela, ou ela pode cair sobre uma casa ou um carro. Há ainda os casos em que as empresas solicitam a retirada para a construção de prédios. Mas temos que ressaltar que, para isso, existe uma lei de compensação. Ou seja, a empresa extrai as árvores, mas se compromete a plantar outras tantas no lugar daquelas”, explica o secretário.
 

Laudo

 
Um laudo feito pela fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente será elaborado para que o condomínio seja penalizado pela extração dos ipês. “O síndico e o funcionário serão responsabilizados individualmente, mas o residencial será notificado e multado”. O valor da multa só será especificado após a conclusão do laudo.
 
O síndico do condomínio e o funcionário não foram encontrados para comentar o assunto.

Fonte: http://g1.globo.com