quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Três pessoas morreram por causa da explosão
O Instituto de Criminalística de Maceió concluiu a primeira etapa da perícia criminal, no caso da explosão que fez vir abaixo um bloco de apartamentos no Conjunto Maceió 1, no bairro Cidade Universitária, na capital alagoana, na madrugada da última quinta-feira. Um criança e dois adultos perderam a vida no ocorrido.
As primeiras evidências indicam que o epicentro da detonação pode estar localizado nas proximidades do banheiro de um dos apartamentos. Foram examinadas as marcas visíveis no solo, e coletadas amostras do terreno e de gás para confirmar a hipótese.
Também foram coletadas pelo menos 52 amostras, inclusive do próprio solo e também de gás, que serão submetidos a cerca de 35 exames no Laboratório de Química Forense para confirmar a hipótese. Os especialistas do Laboratório irão utilizar, entre outras ferramentas, um microscópio eletrônico de varredura para identificar padrões em fissuras, rachaduras e microfissuras nos materiais encontrados na área do suposto epicentro para identificar a dinâmica da explosão.
Nesta primeira etapa do laudo, a perícia criminal identificou que o imóvel onde ocorreu a explosão continha pelo menos sete botijões de gás, levando a possibilidade de que possa ter havido transferência de gás entre botijões maiores e menores. Por isso a análise também inclui os próprios botijões e suas respectivas mangueiras.
O estudo dos ferimentos nos corpos das três vítimas, ocasionados pela explosão, realizado através de necropsias pelo IML de Maceió, também vai ajudar a confirmar se, tanto a criança, quanto um dos adultos encontrados mortos embaixo dos escombros estavam próximos ao local onde a explosão teve, teoricamente, origem.
Moradores foram cadastrados pela Prefeitura e vão receber um auxílio para fazer os reparos necessários, como em portas, janelas e tetos. Oito apartamentos seguem interditados e os moradores foram para casa de parentes.
Após uma nova vistoria feita pela Defesa Civil, alguns moradores do Residencial Maceió I vão poder retornar para suas casas. Isso porque 13 apartamentos foram liberados para as famílias retornem para suas casas após a explosão e desabamento de um prédio com quatro apartamento que deixou três pessoas mortas e cinco feridas. Oito apartamentos seguem interditados e moradores foram para casa de parentes.
Segundo o coordenador da Defesa Civil Abelardo Nobre, os moradores que poderão retornar foram orientados a fazer os reparos dos danos causados pela explosão.
"Eles foram cadastrados pela Prefeitura e vão receber um auxílio para poder reparar a estrutura que foi danificada, como portas, janelas, teto. É uma ajuda para que eles possam voltar com segurança", disse Abelardo Nobre.
A Polícia Científica e o Corpo de Bombeiros recolheram 11 botijões de gás, sendo 5 grandes e 6 pequenos, além de seis mangueiras e uma válvula nos escombros do prédio. Após a explosão e desabamento, a estrutura de ferro ficou exposta.
Não há informações se todo o material se encontrava no mesmo apartamento. Os peritos trabalham agora para traçar a dinâmica de como o acidente aconteceu, a partir da localização exata da explosão. Para isso, eles tentam identificar buracos no solo que possam apontar o local onde a explosão teve início.
“Todo esse material foi coletado e a gente vai agora fazer os exames complementares. Nesta sexta, retornaremos para buscar os crateramentos no solo, para fazer a reconstituição da cena e a finalização dos exames, e para saber se também tem mais botijões nos escombros do imóvel” explicou o perito criminal Gerard Deokaran, especialista em explosivos.
O vendedor de churros Gilvan da Silva, 57 anos, e o neto Tharlysson Felipe da Silva Ferreira, 10 anos, moravam no mesmo apartamento. A terceira vítima, o ajudante de construção Wesley Lopes da Silva, 36 anos, morava em outro apartamento no mesmo prédio.
Vizinhos contaram para a reportagem do g1 que Tharlysson era tranquilo e obediente. Ele estudava e gostava de brincar com os amigos na região. Ele e o avô Gilvan moravam no mesmo apartamento. Com o impacto da explosão, os dois foram arremessados cerca de 30 metros para fora do imóvel e morreram no local, segundo o Corpo de Bombeiros.
Gilvan da Silva vendia churros e batata frita e tinha costume de acordar durante a madrugada para preparar a massa do churros e cortar as batatas. Durante anos ele trabalhou na porta do campus do IFAL em Maceió, e era conhecido carinhosamente como "Tio do Churros".
Wesley Lopes trabalhava como ajudante na construção civil e morava com o tio no residencial. Segundo Maurício Ferreira, o primo iria se mudar no fim de semana para outro bairro. Ele estava vivo quando os militares chegaram ao local.
Um residencial com oito apartamentos desabou na madrugada desta quinta-feira (7) após a explosão causada por vazamento de um botijão de gás em um dos apartamentos. Dois homens e uma criança morreram.
Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/11/07/predio-desaba-em-maceio.htm