Ambiente

Economia de água

Hábitos e individualização de hidrômetros ajudam a poupar recursos

Por Mariana Ribeiro Desimone

domingo, 4 de dezembro de 2011


 Veja como economizar água em seu condomínio

Manter a torneira fechada enquanto escova os dentes parece pequeno, mas os costumes menos perceptíveis influenciam no consumo de água e contribuem com o meio ambiente
 
Se a água falta, baldes e chaleiras se espalham pela casa: na pia, no chuveiro, perto da louça e da roupa sujas. No aperto é quando se percebe: gastamos mais água do que o necessário. O exagero despercebido compromete, a longo prazo, o meio ambiente; e, a curto, o próprio bolso do pródigo.
 
Na concepção do gerente de Controle de Perda e Eficiência Energética da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Luiz Celso Pinto, a primeira palavra para definição do problema é “manjada”: conscientização.
 
“Porque a maioria das pessoas sabe como faz economia, mas não se conscientiza, então não muda os hábitos”, opina o gerente.
 
Existem, no entanto, formas e formas pra tomada de consciência. A psicóloga Andréa Cordeiro, de 40 anos, é prova disso. Sempre rateou a conta da água com todo o condomínio onde vive com o marido, duas filhas e o cachorrinho, na Aldeota. Quando o síndico propôs individualizar os hidrômetros, a moradora topou sem problemas. No mês seguinte, a surpresa: R$ 250 em consumo de água. Não era possível.
 
“Procuramos pela casa inteira, tinha algo errado. Encontramos na pia do box do banheiro um vazamento tão pequeno, gotas. Consertamos. No mês seguinte, baixou para R$ 180”, relata Andréa. A família também tratou de se acostumar a acumular roupa suja antes de usar a máquina, e Andréa fica de olho no chuveiro das meninas.
 
“Vejo vantagens no controle da conta de água, não financeiras, porque nosso gasto é alto mesmo. Mas na nossa sensibilização para o tema. Pra minha geração ainda pode ser chato essas preocupações com o meio ambiente. Pras minhas filhas vai ser vital”, opina a psicóloga.
 
As despesas financeiras causadas pelos excessos deixaram de ser atenuadas pela conta de água dividida em partes iguais entre condôminos, por isso a aposentada Martha Pontes agradece. “Fico mais tranquila de saber do meu próprio gasto, não tenho plantas, nem piscina, nem criança, nem muita gente em casa. Assim é mais justo”, opina.
 

Contas coletivas

 
A Capital tem 4.328 condomínios com água da Cagece, apenas um deles individualizou os hidrômetros. “O ganho com a economia de água (a partir da individualização da conta) é muito elevado, porque a pessoa passa a gerenciar a própria despesa. Quando rateia a conta, se incomoda menos com o vazamento”, alerta o gerente de relacionamento com grandes clientes da Companhia, Jacinto Leal.
 
Além do prédio de Martha e Andréa, um segundo condomínio conclui a individualização, e outros dois estão em fase de iniciação do processo. Conforme a Cagece, o objetivo é ampliar a cobertura de hidrômetros individuais. A princípio, existe o gasto com empresa especializada para interromper o fluxo de água da caixa para os apartamentos com os medidores. Depois, o condomínio baixa e as contas são responsabilidade de cada um.
 
O quê
 
ENTENDA A NOTÍCIA
De acordo com o relatório sobre desenvolvimento humano elaborado pelo Pnud em 2006, um em cada cinco habitantes dos países em desenvolvimento não têm acesso à água de boa qualidade.

Fonte: http://www.opovo.com.br