13/05/24 03:50 - Atualizado há 42 dias
Desde o início de maio, as cenas das enchentes no Rio Grande do Sul têm chocado o país. Até o momento, são mais de 2 milhões de pessoas afetadas, além dos quase 100 mil imóveis destruídos ou danificados, pelo que está sendo considerada a pior tragédia climática do estado.
No setor condominial, os danos em áreas comuns e imóveis localizados nos pavimentos mais baixos dividem atenção com outras questões que preocupam o síndico gaúcho, a exemplo da insegurança em evacuar completamente os empreendimentos e da falta de recursos básicos, como água potável e energia elétrica.
Para orientá-los no momento de crise e depois que a água baixar, o SíndicoNet reuniu as informações mais recentes e dicas dos principais especialistas do segmento neste guia completo. Esta página será frequentemente atualizada pela nossa equipe de Jornalismo.
Confira os destaques a seguir que podem ajudar o povo gaúcho nessa crise:
LINHA DO TEMPO
“O impacto da tragédia no mercado imobiliário fica mais evidente agora, três meses depois. A menor disponibilidade de imóveis e a alta demanda em bairros mais altos e não afetados pelas enchentes têm alterado a dinâmica local”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu, na noite desse domingo (16), uma série de boletins com alertas sobre a elevação dos rios Taquari, Caí, Paranhana, Cadeia e rio dos Sinos, que está em elevação a partir de Taquara.
Pouco mais de 10 mil consumidores seguem sem energia elétrica no Rio Grande do Sul, em função da fortes chuvas e enchentes que assolam o estado há mais de um mês. Os dados mais atualizados são da Aneel — no pico da tragédia, mais de 500 mil pontos ficaram sem luz.
A ocupação ocorreu no dia 26. Formado por duas torres, de 8 e 6 andares, o espaço já funcionou como um hotel, o Arvoredo House Hotel, que fechou.
O passo a passo da prevenção começa com estudos detalhados das áreas de risco no estado, passa pela elaboração de um plano de ação com as medidas mais e menos urgentes, e segue com a realização de obras e outras medidas de prevenção.
Segundo o governador Eduardo Leite (PSDB), a reconstrução das áreas atingidas pelas enchentes deve levar de seis meses a um ano. Drones e imagens de satélite estão sendo usados para analisar as manchas de inundação ao longo de todo o estado.
Essa verificação deverá ser feita no site gov.br e é destinada às famílias que tiveram que sair de suas casas, de forma permanente ou definitiva, em meio às enchentes que atingiram o estado.
Segundo a última atualização da Defesa Civil, 163 mortes foram confirmadas no estado; 65 pessoas seguem desaparecidas e mais de 63 mil pessoas estão acolhidas em abrigos no Rio Grande do Sul.
Água voltou a inundar bairros como o Menino Deus, onde o nível já tinha baixado em algumas ruas. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) revela que há explicações distintas para inundações em diferentes pontos do bairro.
Mesmo diante do recuo das águas no Rio Grande do Sul, o cenário ainda exige uma série de cuidados para garantir a segurança e a saúde da população afetada pelas enchentes. O alerta é do Ministério da Saúde, ao citar cuidados classificados pela própria pasta como indispensáveis durante a limpeza de casas e áreas atingidas e na remoção de entulhos.
A doença é uma das que mais preocupa as autoridades de saúde, pois há grande risco de casos em razão do contato com a água das cheias. Na fase inicial, os pacientes podem sentir febre, dor na lombar ou panturrilha, dor de cabeça e conjuntivite.
A estrutura servia para tirar água dos três lagos do condomínio privado e despejar numa avenida que dá acesso ao Canal São Gonçalo, um dos córregos afetados pelas chuvas de maio.
Dona Almira não se intimidou nem quando a água tomou os primeiros degraus do térreo, trazendo também ratos e peixes mortos. Sobrou para a filha dela, que precisava subir e descer do apartamento no sexto andar todos os dias para levar mantimentos.
Campanha com arrecadações em dinheiro e doações de produtos é realizada em parceria com a Cufa (Central Única das Favelas) para fornecer assistência às famílias afetadas em razão das fortes chuvas e cheias sem precedentes que atingem o estado gaúcho.
Trechos dos bairros Menino Deus, Cidade Baixa e Centro Histórico ficaram secos após casas de bomba voltarem a operar. "A gente teve que lavar todo o corredor do prédio com água sanitária, com detergente, com água. Porque ficou mesmo água podre, tinha até minhoca", relata moradora.
O animal, que se chama Esperança, foi retirado pela janela com ajuda do Corpo de Bombeiros. Dono contou que tem uma chácara em frente ao condomínio e colocou a égua no local para protegê-la.
De acordo com informações do Cavex, eles permaneceram dentro do imóvel, isolados, e utilizaram mantimentos e água que haviam estocado. Ao perceberem que o nível da água estava subindo ainda mais, solicitaram ajuda para sair do local.
“Não sabemos quando vamos poder acessar e nem sabemos se a estrutura não foi arruinada e se o prédio tá condenado", lamentou a escritora gaúcha Graziela Sanchez em um post do X (antigo Twitter).
Guaíba tinha registrado queda, mas com as fortes chuvas que caem na região desde sexta (10), ele voltou a encher; tragédia já afetou mais de duas milhões de pessoas, com um saldo de 147 mortos.
Os municípios do Rio Grande do Sul calculam que ao menos 99,8 mil casas (como residências, prédios e condomínios) foram destruídas ou danificadas pelas tempestades e enchentes que atingiram o estado nos últimos dias.
Com a previsão de “temporais generalizados”, risco de descarga elétrica, ventos de até 100 km/h, granizo e uma queda acentuada na temperatura sequência, o Rio Grande do Sul está em alerta para uma piora ainda maior na crise climática e humanitária que afeta ao menos 414 dos 497 municípios gaúchos.
Segundo relato de moradora de Canoas, "[...] água não parava de subir. O pé direito tem 2,38 metros, e subiu até o teto. Nosso apartamento é térreo e, desde então, não conseguimos acesso, pois ele permanece submerso", contou.
A Defesa Civil confirmou que subiu para 116 o número de mortos na tragédia. O órgão vem recebendo doações. Empresas do setor condominial também se uniram criando campanhas, assim como outras instituições e pessoas físicas de todo o País.
Os temporais no Rio Grande do Sul já deixaram 90 mortes confirmadas desde o início das chuvas, em 29 de abril. Além disso, o estado registra problemas como estradas bloqueadas, falta de água e luz e impactos em serviços públicos.
Fonte: Conteúdo SíndicoNet