09/12/10 10:02 - Atualizado há 2 anos
Nos últimos anos, assaltos e invasões em condomínios estão se tornando frequentes, e os criminosos têm agido das mais diferentes maneiras.
A verdade é que, para garantir a segurança do condomínio, não basta ter funcionários bem treinados e atualizados sobre os novos protocolos, ou contar somente com a colaboração dos moradores.
Para completar esse tripé, o condomínio precisa estar munido de equipamentos e sistemas de segurança de boa qualidade.
O SíndicoNet elaborou uma lista atualizada dos equipamentos, sistemas e recursos de segurança que estão disponíveis no mercado e que podem fazer a diferença para o seu condomínio estar mais seguro. Vamos lá?
Além de ajudar na prevenção a assaltos e invasões ao condomínio, o maior benefício do sistema de CFTV é a possibilidade de posterior reconhecimento em imagens, o que desestimula a ação dos criminosos.
Para maior segurança, é importante deixar o equipamento de gravação em uma sala trancada, da qual os funcionários não tenham a chave ou nem saibam onde fica.
Dê preferência para o armazenamento em nuvem ou ainda com monitoramento e gravação remota. Já ocorreram vários assaltos em que os ladrões fizeram o zelador ou o porteiro entregar o equipamento.
Aqui uma dica importante é que se você não tem um monitoramento remoto das câmeras do seu condomínio, crie uma rotina para que o seu zelador possa verificar se o sistema está gravando normalmente a cada dois dias.
É importante criar uma clausura (espécie de gaiola) tanto na entrada social quanto na garagem. Trata-se de um sistema de intertravamento com duplos portões, responsável por não permitir que eles abram ao mesmo tempo, uma vez que sensores impedem a abertura do portão posterior se o anterior não estiver fechado.
Isso evita o efeito carona – quando pessoas mal intencionadas entram junto com um morador sem passar pela identificação na portaria.
Opte por grades altas, grossas e materiais fortes, enquanto vidros não são recomendados.
Em ambientes de alto fluxo, torniquetes podem oferecer um rigoroso controle de acesso, pois restringem a movimentação de pedestres uma vez que a passagem é individualizada.
Além de soluções comuns e até um pouco questionáveis, como cartões RFID/UHF e tags de proximidade que podem ser roubados, os fabricantes investiram pesado em novas tecnologias como:
Para o portão da garagem, existem essas opções:
Na clausura da garagem, vale reforçar que o espaço deve alocar somente um carro. Se isso não for possível, exija um sensor carona conectado a uma central de monitoramento 24h para alertar, imediatamente, caso uma segunda passagem aconteça no condomínio.
Este serviço pode estar integrado a diversos aparelhos de segurança, como sensores, portões, câmeras etc.
Quando algum equipamento dispara um alarme diante de uma anormalidade, a empresa contratada liga para o condomínio para certificar-se de que tudo está bem ou se realmente houve invasão. Normalmente, este serviço é acompanhado do monitoramento das imagens, no qual o operador visualiza o que está ocorrendo no local.
Geralmente o funcionário da empresa que faz a ligação pede a senha do condomínio; se esta não for fornecida, ou se o telefone não for atendido, a empresa envia uma viatura ao local e chama a polícia.
O maior benefício do monitoramento 24h é a discrição, pois o sistema pode ser usado sem que invasores percebam. Além disso, é possível conferir a veracidade das informações através da integração com a observação das imagens.
É importante que haja sensores nas portas da guarita e que somente seja aberta com o devido protocolo de emergências.
Trata-se da contratação de uma empresa que disponibilizará um carro com um ou dois funcionários para passar no condomínio em horários determinados, e observar se tudo corre bem quanto à segurança.
Atualmente, o que se tem utilizado são rondas virtuais, nas quais as empresas de monitoramento realizam a visualização periódica das câmeras internas e externas do condomínio. Elas seguem procedimentos preventivos e, em caso de não conformidade, adotam medidas emergenciais junto à polícia.
Caso o porteiro seja coagido numa invasão, a vigilância externa estará a postos para acionar a polícia, funcionando como um eficiente complemento na segurança do condomínio.
E se eventuais ladrões estiverem "estudando" o local com antecedência, é possível que sejam desestimulados ao perceberem que o prédio conta com esse serviço.
Deve-se ficar atento, ainda, para evitar horários rotineiros, pois ladrões podem identificá-los facilmente.
Geralmente, as cercas eletrificadas têm uma baixa corrente, e o choque funciona como advertência, retardando a ação criminosa.
Atualmente, existem cercas industriais e semi-industriais com sensibilidade de acionamento programadas de acordo com a necessidade do local.
Já os sensores de alarme funcionam como uma cerca virtual. Se a comunicação entre os dispositivos for interrompida, é disparada uma sirene, que também emite um alerta para a central de monitoramento 24h. O sensor infravermelho é o mais recomendado, pois é invisível.
Há empresas de consultoria que desenvolvem projetos de segurança personalizados para condomínios, levando em conta as características do local, pontos mais vulneráveis (internos e externos), e apontando os equipamentos e as estratégias mais adequados.
Além disso, elaboram manuais de procedimentos, treinam os funcionários do condomínio e auxiliam na conscientização dos moradores.
O mais importante aqui é o projeto de segurança seja elaborado à parte da compra dos produtos – não realize os dois processos com a mesma empresa, e nem aceite indicações de fornecedores de revenda. Interesses comerciais podem prejudicar a qualidade do projeto.
Ter um projeto de segurança também ajuda o síndico na equalização das propostas das tecnologias que serão implantadas segundo especificado pela consultoria.
É importante lembrar que quanto mais difícil for o acesso ao condomínio, a tendência é que criminosos busquem outros lugares próximos para invadir. Assim, se os outros condomínios da região também adotarem procedimentos rigorosos, é provável que aquela área fique potencialmente mais segura.
Nesse sentido existe o Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG), que surgiu para que a comunidade pudesse ter um espaço e um momento para expor às forças policiais sobre seus desejos e preocupações relacionados à segurança do bairro ou região. Levantadas as "dores" da comunidade, os órgãos públicos de segurança propõem medidas de proteção, como a circulação de viaturas em determinados períodos.
Participam dessa comissão policias, integrantes do Corpo de Bombeiros, comerciantes, sindicos e moradores. Nestas reuniões, realizadas geralmente uma vez por mês, são discutidas ações preventivas a serem tomadas para a segurança de todo o entorno.
Na cidade de São Paulo, a Polícia Militar criou ainda o Programa Vizinhança Solidária em conjunto com o City Câmeras.
Recurso facilita a entrega de encomendas e deliverys, além de manter o condomínio seguro, pois evita a entrada de pessoas estranhas.
Quanto à guarda de encomendas, sobretudo para condomínios com portaria virtual remota, é importante que se tenha armários inteligentes (lockers), de preferência digitais, a fim de se separar e controlar os volumes que chegam para os moradores.
Existem alguns aparelhos no mercado que podem ser utilizados para evitar que o porteiro durma em serviço e coloque a segurança do condomínio em risco.
Um deles dispara um alarme a cada 15 minutos ou no intervalo que o síndico programar. Para o alarme não tocar, o porteiro deve apertar o botão nos intervalos determinados. Assim, o aparelho entende que, sem pressionar o botão, o porteiro estará cochilando e dispara o som.
O melhor "alerta vigia" é aquele em que o colaborador precisa se levantar para apertar o botão. Assim, se movimentando, espanta-se um pouco do sono.
O ideal é que esse sistema seja online, ligado a uma central de monitoramento. Dessa maneira, caso o profissional não aperte o botão no tempo correto, a empresa entre em contato imediatamente para saber se está tudo em ordem na portaria.
Lembre-se de que todo intruso tem medo de ser identificado, por isso, é fundamental que os acessos social, serviço e garagem estejam sempre bem iluminados. Uma dica é instalar lâmpadas ou refletores de leds integrados com fotocélula, assim, toda vez que o portão for aberto ou houver algum tipo de arrombamento, ele será acionado.
Vale também instalar sensores de presença junto a iluminação.
Com o crescimento da tecnologia referente a controle de acesso, a maioria das construtoras já não contempla esse espaço em novos projetos.
No entanto, em caso de construção ou reforma deste local, opte, preferencialmente, por deixá-lo recuado do portão, mas que ainda assim, possibilite a visão para a guarita do prédio vizinho, por exemplo. Assim, o porteiro pode perceber com mais facilidade um assalto e acionar ajuda policial.
E tenha atenção especial com os vidros da guarita. Além de aplicar o insulfilm, produto que dificulta a visão de “fora para dentro”, o condomínio pode optar por vidros escurecidos de fábrica e aumentar a distância entre porteiro, visitante e vidros em ângulo.
Outro recurso válido é a blindagem da guarita.
Pode ser por telefone fixo, celulares (em especial, o WhatsApp), bem como Rádios HTs.
Ainda que esteja em desuso, um botão de pânico silencioso ligando as chamadas entre vários prédios de uma mesma rua também é uma boa solução. Caso surja alguma ocorrência em um deles, os outros serão acionados.
O ideal é que tenham 3 metros de altura.
Devem abrir de dentro para fora, facilitando a evasão e dificultando o arrombamento.
Para minizar o prejuízio de moradores caso a portaria seja "furada", estas soluções podem ajudar:
De nada adianta adquirir equipamentos de segurança de última geração, se quem deve manuseá-los não tem conhecimento para tal. Estes treinamentos devem ser feitos e monitorados por consultores de segurança especializados, então, não tente fazer por conta própria. Acione uma empresa de consultoria para criar procedimentos e métricas de monitoramento.
Fontes consultadas: Odirley Rocha, José Elias de Godoy e Conteúdo SíndicoNet.