03/07/12 06:07 - Atualizado há 4 anos
Foi-se o tempo em que demitir um funcionário ou substituir um terceirizado, principalmente da faxina ou portaria, era só uma questão trabalhista e de reposição do novo profissional. Atualmente, para muitos condomínios essa troca pode ser o início de um longo caminho até encontrar a pessoa certa.
Essa situação se apresenta desde 2010, quando a mão de obra para trabalhar em condomínios, principalmente nos grandes centros, ficou mais escassa. Um dos principais motivos para tanto é o boom imobiliário. Com o aquecimento do ramo da construção civil, que pede pouca qualificação de seus trabalhadores e oferece muitas oportunidades de trabalho, houve muito interesse de porteiros, faxineiros e até zeladores a se aventurarem nesse novo mercado de trabalho.
A situação só não está pior porque, segundo os especialistas consultados, recentemente a situação se alterou um pouco em favor dos condomínios, já que as empresas voltaram a perceber um movimento de interesse dos candidatos a ocupar postos de trabalho em empreendimentos
Para completar, além dessa escassez de mão de obra, existe ainda o problema da falta de qualificação. Antigamente, para ser porteiro, bastava abrir o portão e atender o interfone. Hoje em dia, a realidade é diferente: há mais equipamentos para serem operados, como os de controle de acesso e o CFTV, a violência aumentou muito e há mais oportunidades, mesmo para quem não conta com muita qualificação.
Com esse quadro pouco favorável, o condomínio pode ficar refém de uma situação ruim, como um funcionário que não está trabalhando bem, mas que não pode ser mandado embora porque não há candidato para sua vaga.
Para se ter uma ideia, nos grandes centros, há casos de condomínios que ficam até dois meses procurando candidatos para preencher uma vaga e quando acham alguém para ocupá-la, a pessoa simplesmente não se adapta ao local de trabalho, ou não tem a qualificação necessária.
As empresas terceirizadas também sentem esse revés, já que fica mais difícil contratar funcionários para trabalhar em sua carteira de clientes e isso impacta diretamente nos condomínios, gerando assim uma alta rotatividade de funcionários no local de trabalho.
Por isso, muitas empresas apostam em centros de treinamento voltados para profissionais do setor. Nesses locais, especialistas ensinam como o trabalho deve ser feito, além de dicas de como se comportar, e de apresentação pessoal. Algumas empresas oferecem cursos de português e de informática.
Mas a capacitação não deve ser oferecida apenas para aqueles que estão buscando uma vaga. Para o profissional que já trabalha em condomínio, também é importante uma reciclagem, para que se mantenha atualizado com as necessidades do empreendimento –e também para evitar que se transforme naquele funcionário antigo e cheio de vícios, que só executa as tarefas ao seu modo.
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E como fazer quando até há candidatos para a vaga, mas nenhum se mantem no posto? Essa situação também é ruim para o empreendimento, que vê seu cotidiano exposto a vários profissionais diferentes. Para evitar a rotatividade, os especialistas dão uma série de soluções a problemas típicos da vida em condomínio:
Um bom processo de seleção é fundamental. Se for conduzida por um profissional adequado de recursos humanos, a entrevista de emprego ajuda a eliminar os interessados “problema” na vaga ou aqueles que não são compromissados com o trabalho. Peça ajuda para a sua administradora, caso os funcionários sejam do condomínio e não terceirizados.
Também devem pesar no momento da escolha a proximidade da casa do funcionário com o local de trabalho, se ele foi indicado por algum empregado ou morador do condomínio, e se ele tem experiência anterior com o tipo de trabalho em questão.
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Fontes consultadas: Ricardo Karpat, diretor da Gábor RH, Gabriel de Souza, diretor da administradora Prop Starter, Mauro Mandeltraub, gerente da Portoserv, Ligia Paula Paranhos Grillet, diretora administrativa do grupo Pró Security, José Roberto Iamposky, diretor da administradora Paris