Convivência
Espaço reduzido
Crianças brincam em playground diminuto, em condomínio em SP
Por Mariana Ribeiro Desimone
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Condomínio na Zona Norte tenta adaptar espaço de lazer para crianças
Hoje, 28 crianças utilizam um espaço de 22 metros quadrados. Falta segurança, brinquedos e opções de recreação.
O Condomínio Atlântica, na Zona Norte de São Paulo, tenta encontrar um espaço de lazer e recreação para 28 crianças. Hoje, elas utilizam um espaço de 22 metros quadrados e o único brinquedo é um gira-gira. Crianças e pais reclamam também da falta de segurança no local, como mostrou reportagem do SPTV desta terça-feira (29).
“Crianças batiam a cabeça, é muito estreito não tem como, o espaço é pequeno, o escorregador foi quebrado, está perigoso, está enferrujando porque ficou abandonado também” conta a síndica Marli Ribeiro da Silva.
Essa é mais uma das batalhas da síndica do condomínio que foi escolhido através de um concurso promovido pelo SPTV para receber orientações de especialistas. Além de unir mais os moradores, o condomínio tem outros grandes desafios: são necessários 32 extintores novos e que não podem ser violados ou roubados. Tem ainda as questões ligadas à garagem: faltam cinco vagas, tem que tirar os varais, abrir as que estão fechadas com chapas e não permitir que os moradores lavem carros no pátio.
“Eles não estão muito participativos em relação ao concurso, eles estão meio na expectativa, eles querem coisa melhor, querem ver o que vai acontecer”, diz Marli.
Os pais reclamam que não há proteção para as crianças brincarem com segurança. “Não tem nenhum tipo de proteção. Eu gostaria de um espaço maior para as crianças brincarem, não dá para brincar na rua então tem que ter pelo menos um espaço para eles brincarem dentro do prédio”, diz a moradora Selma da Silveira.
No projeto original, o terreno onde estão os carros era uma área de lazer para as crianças. Resolver essa questão é tarefa para a arquiteta Fadva Ghobar, que ficou responsável por criar um projeto para a garagem e agora, também para o parquinho. “Vamos ver o que restou do mini-parquinho. Eu confesso que é difícil dar nome à esse espaço”, diz a arquiteta.
“Vou ser bem sincero, tenho filhos também eu ia ficar muito chateado se eu morasse aqui e os meus filhos quisessem brincar e eles tivessem um paredão com pouquinho de espaço para bater a cabeça e se machucar, tudo sujo eu ia ficar muito chateado”, diz o especialista em condomínio do SPTV, Márcio Rachkorsky.
“Difícil falar tecnicamente; a questão porque vai muito além, de novo repito, quando se fala em condomínio pressupõe-se convivência de tudo o que é importante para esse condomínio. Quer seja a utilização do carro, é inevitável dizer que o carro é importante ter o espaço para ele, é inevitável, precisa, mas o trabalho de convivência e o respeito ao espaço das crianças é fundamental. Uma coisa não pode se sobrepor”, explica a arquiteta.
Tem morador que concorda. “Eles priorizaram, área para manter os veículos, foi falta de planejamento coisa que agora nós temos que planejar, fazer de acordo”, fala o morador Silvio Ricardo Piperno.
Segundo a arquiteta, o próximo passo é fazer uma planta para o projeto. “Vamos aproveitar que já existe como área de lazer para as crianças, é possível, mas com outros equipamentos, outro acabamentos, uma pequena cobertura, mesmo para pequenos espaços pode haver uma boa solução”, diz Fadva.
Os moradores sugeriram um playground e uma quadra pequena, além de um banheiro e uma churrasqueira. Já as crianças gostariam de ter um campo de futebol, gangorra e mais brinquedos.
Agora, falta os moradores decidirem em assembleia sobre a remodelagem da garagem, a compra dos extintores e a reforma de um parquinho.
Fonte: http://g1.globo.com/