Espaço SECOVI

Evento em SP

Conami discutiu sobre autorregulamentação de administradoras

Por Mariana Ribeiro Desimone

domingo, 20 de outubro de 2013


 Conami 2013: quatro dias de conhecimento e networking

Atividades do congresso foram prestigiadas por empresários, profissionais e lideranças de todo o País 
 
Terminou dia 16/10 a 17ª edição do Congresso Nacional do Mercado Imobiliário (Conami), no Hotel Renaissance, em São Paulo. Em quatro dias de evento, mais de 500 pessoas participaram de atividades que consumiram cerca de 40 horas, incluindo visitas técnicas e oito painéis com 30 palestrantes, que abordaram temas como autorregulamentação da atividade de administração de condomínios, sucessão familiar, gestão de novos empreendimentos, responsabilidade socioambiental, panorama global do mercado imobiliário, questões jurídicas atuais do mercado de locação, perspectivas da gestão de recursos humanos e comunicação e multimídia.
 
A programação teve início na manhã de domingo, 13/10, com as visitas técnicas a dois empreendimentos. O grupo formado por empresários e profissionais de várias partes do País estiveram no Pátio Victor Malzoni, que oferece diferenciais em serviços e tecnologia; e no Parque da Cidade, empreendimento que concentra, num só lugar, shopping, hotel, restaurantes, torres corporativas, salas comerciais, edifícios residenciais, quiosques de serviço e praças integrados por um parque linear aberto à população. À noite, cerca de 400 pessoas participaram do coquetel de boas-vindas, seguido da apresentação emocionante do maestro João Carlos Martins e Camerata Bachiana.
 
Na manhã de segunda-feira, 14/10, ocorreu a sessão solene de abertura com a participação, dentre outros, do secretário Silvio Torres, secretário da Habitação de São Paulo e presidente da CDHU, que destacou os planos de levar mais residências para o Centro de São Paulo, onde já há boas ofertas de empregos, transportes e outros equipamentos públicos. Esse modelo de adensamento, com foco em qualidade de vida, deverá originar muitos novos condomínios.
 
O vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara, destacou a importância do constante aperfeiçoamento das empresas de administração condominial e observou, com bom humor, que as administradoras só são lembradas pelos condôminos quando surge algum problema, e que existe pouca percepção do público em relação à importância do trabalho que elas desenvolvem para o bom funcionamento dos condomínios em seu dia a dia, sejam estes comerciais, residenciais ou mistos, verticais ou horizontais.
 
Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, ponderou que as empresas administradoras precisam estar em constante atualização, pois só assim podem acompanhar as novas demandas de seus clientes. E enfatizou a importância de haver diálogo e interação entre as incorporadoras e as administradoras – isto é, entre a parte que constrói os empreendimentos e aquela que faz a gestão. Rubens Carmo Elias Filho, que preside a Associação das Administradoras de Bens, Imóveis e Condomínios de São Paulo, entidade que organiza o Conami juntamente com o Secovi-SP, lembrou que a perseverança é fator fundamental para o sucesso das empresas que atuam no segmento.
 

Painéis técnicos

 
A programação técnica teve início com o painel sobre autorregulamentação da atividade de condomínios. O diretor de Administradoras do Secovi-SP, Marco Gubeissi, destacou a necessidade de criar parâmetros mínimos para a atuação das empresas deste segmento, tanto no que toca à qualidade dos serviços prestados quanto em relação à idoneidade dos sócios-proprietários. Gebara salientou que a autorregulamentação é fundamental para diferenciar as administradoras sérias e competentes daquelas que, de forma muitas vezes predatória, captam clientes com a oferta de preços baixos – e, não raro, têm uma atuação ineficaz, comprometendo a imagem do setor como um todo.
 
Também participaram deste painel, na qualidade de debatedores, Rubens Carmo Elias Filho, presidente da AABIC; Deborah O’Dena Mendonça, presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi); Pedro Wähmann, presidente do Secovi-RJ e coordenador da Câmara Brasileira do Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI); e o secretário executivo do Conselho de Ética do Conar, Luiz Ignácio Homem de Mello.
 
O segundo painel técnico abordou o tema da gestão de recursos humanos com palestra-show do consultor Max Gehringer, que falou sobre as mudanças aceleradas das últimas décadas e de seu impacto no nosso estilo de vida: o crescimento impressionante de São Paulo, o apogeu e o declínio da migração interna, a inserção (e o rápido desenvolvimento) da mulher no mercado de trabalho, o aumento da expectativa de vida – que se refletiu em um “estiramento” da adolescência – e o advento das novas tecnologias. “Existe uma geração que – não importa o que a gente pense dela – vai construir o futuro, e nós vamos viver neste futuro”, afirmou Gehringer, que desconstruiu alguns conceitos que, não raro, são replicados pelo mercado. “Começamos a criar teorias demais, sendo que precisamos apenas de gente agradável e eficiente. Um tipo de profissional que, se nós tratarmos bem, ficará sempre com a gente”, concluiu.
 

Sucessão familiar

 
A tarde da segunda-feira (14/10) deu lugar ao painel "Sucessão nas Organizações Imobiliárias Familiares" com a participação de Fábio Mizumoto, professor do Insper, e Eduardo Najjar, professor e fundador de instituto especializado em pesquisas e projetos de consultoria para negócios gamiliares. Najjar reforçou a ideia de que é preciso mudar a forma de pensar das famílias empresárias. "Não contrate quem você não pode demitir", afirmou. Segundo ele, é preciso encontrar uma forma de tratar os conflitos, que são coisas boas desde que administrados, e também criar novos líderes para o negócio. "Formar novas lideranças significa o futuro da empresa, e estas devem ser mais especializadas", opinou. "Temos dois processos importantes de sucessão, a transição do acionista para o sucessor e a transmissão dos valores da família para a nova geração", concluiu Najjar.
 
Fábio Mizumoto lembrou que cada família deve encontrar seu caminho e as práticas mais adequadas a sua realidade. "Temos ferramentas para que as famílias possam criar planos em comum e crescer", afirmou. Durante sua apresentação, o palestrante reforçou a importância da governança. "É preciso trazer o diálogo entre família e empresa e liderar o processo de comunicação. A governança é um processo e precisa ser pilotado. A responsabilidade está nas mãos da geração atual", finalizou.
 
Em seguida, sob a coordenação do diretor de Condomínio da AABIC, Omar Anauate, os congressistas puderam conhecer a história de três grandes empresas que passaram por processos sucessórios. Rui Hess, diretor da Dudalina, falou sobre a trajetória da empresa fundada pelos seus pais Duda e Adelina, na década de 1940. Paulo Bellini, fundador da MarcoPolo, revelou como fez para tornar uma pequena fábrica da Serra Gaúcha na maior fabricante de ônibus do mundo. Elbio Fernández Mera, fundador da Fernandez Mera Negócios Imobiliários, contou como foi passar o bastão para o seu filho Gonzalo, em 2010.

Fonte: http://www.secovi.com.br/