Segurança

Falta de segurança

Pedreiros trabalham sem equipamento necessário em SP

Por Mariana Ribeiro Desimone

terça-feira, 19 de julho de 2011


 Flagrantes mostram desrespeito à segurança em obras do interior de SP

Equipe do Jornal da Globo flagrou pedreiros e serventes em cima de lajes sem capacetes e luvas. Delegacia Regional do Trabalho diz que não tem funcionários para fiscalizar todas as obras.
 
 
A construção civil tem ajudado o Brasil a crescer, mas ainda precisa resolver um grave problema: o descumprimento de normas de segurança.
 
No ano passado, o Ministério do Trabalho fez mais de 150 mil ajustes em obras. Hoje, a nossa equipe flagrou o descaso de trabalhadores com itens essenciais de segurança.
 
Em Sorocaba, no interior de São Paulo, 300 condomínios estão sendo erguidos. O problema é que muitas vezes as regras de segurança são desrespeitadas nos canteiros de obra.
 
A equipe do Jornal da Globo flagrou pedreiros, serventes, armadores em cima da laje, e muitos não usavam capacetes e luvas. O equipamento de proteção é obrigatório. Quando o encarregado percebeu a presença da equipe, em poucos minutos, os capacetes apareceram e foram entregues aos trabalhadores.
 
"Capacete tem, luva tem, bota tem, tem tudo. Dá pra eles e eles não querem usar", diz o encarregado de obra, João Batista da Silva.
 
Em outra obra, os funcionários denunciam: os equipamentos que deveriam ser entregues de graça estão sendo cobrados.
 
A Delegacia Regional do Trabalho diz que não tem funcionários para fiscalizar todas as obras. Eles só vão até os canteiros de obra quando há denúncias. São apenas 12 fiscais para percorrer 42 cidades na região de Sorocaba.
 
"Temos necessidade de, no mínimo, de 35 a 40 para região. É humanamente impossível você fiscalizar com um número tão pequeno de auditores”, fala o delegado Regional do Trabalho, Victorio Cattai.
 
Em Sorocaba, dois trabalhadores da construção civil morreram soterrados. Eles abriam uma vala quando foram cobertos pela terra. No local não há placas indicando o tipo de obra e nem o responsável técnico por ela.
 
Em Jundiaí, a 60 quilômetros, por pouco o pedreiro Edmir Alves não morreu. Ele trabalhava quando o muro caiu em cima dele. O operário não usava capacete.
 

Fonte: http://g1.globo.com