quarta-feira, 9 de junho de 2021
Curitiba registrou no começo de 2021 um verdadeiro salto na quantidade de contratos de trabalho encerrados por morte do trabalhador. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados pelo Ministério da Economia e compilados pelo Bem Paraná, no primeiro trimestre de 2021 o total de desligamentos por morte na capital paranaense mais que dobrou, sendo que entre as quatro profissões com mais ocorrências (faxineiro, cobrador de transporte coletivo, vigilante e porteiro de edifício) o aumento chegou a superar os 500%.
Entre janeiro e março, um total de 482 contratos de trabalho foram encerrados na capital paranaense após falecimento do trabalhador. Na comparação com os três primeiros meses de 2020, quando haviam sido registrados 209 desligamentos por morte, temos um aumento de 130,62%. Ademais, apenas em março último, quando o Paraná atravessou o momento mais grave da pandemia até aqui, 249 trabalhadores morreram, valor superior ao de todo o primeiro trimestre do ano anterior.
Quando analisado o ranking das profissões com mais registros neste começo de ano (confira as tabelas com os dados de Curitiba e do Paraná abaixo), fica evidente a prevalência de categorias que não puderam paralisar as atividades ou ao menos aderir ao home office durante a pandemia, com especial destaque aos trabalhadores de áreas como atividades administrativas, comércio, limpeza, segurança e transporte.
Os faxineiros, por exemplo, foram os profissionais com maior número de mortes no período analisado, com 24 registros, o dobro em relação a 2020. Na terceira posição aparecem ainda os vigilantes, com 18 óbitos entre janeiro e março de 2021 ante quatro registros em 2020 (crescimento de 350%); na quarta, os porteiros de edifícios, com 17 óbitos, nove a mais do que no primeiro trimestre do ano passado (e crescimento de 112,5%, portanto); enquanto os caminhoneiros completam o top cinco das profissões com mais desligamentos por morte, com 15 registros e crescimento de 400% na comparação com os primeiros meses do ano anterior.
Um dos aumentos mais expressivos nos desligamentos por morte na capital paranaense atinja justamente os cobradores de ônibus, com 19 falecimentos no primeiro trimestre de 2021 e crescimento de 533,33% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já entre os motoristas de ônibus, o salto no número de óbitos foi de 225%, passando de quatro registros num ano para 13 no outro.
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