Manutenção
Fogo na garagem
Automóvel pega fogo e espalha fumaça dentro das unidades
Por Mariana Ribeiro Desimone
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Moradores de prédio esperam laudo sobre danos após fogo em garagem
Incêndio em carro levou fumaça a imóveis no domingo (17) em Ribeirão. Parte das famílias permanece no prédio mesmo sem água e energia.
Quinze famílias que residem em um edifício no bairro Jardim Macedo, em Ribeirão Preto (SP), aguardam um laudo da Defesa Civil para saber se poderão continuar ocupando o imóvel depois que seus apartamentos foram tomados pela fumaça ocasionada por um incêndio em um carro na garagem no último domingo (17). Mesmo sem água e energia elétrica - cortadas devido aos estragos - e convivendo com rachaduras nas paredes, há moradores que insistem em permanecer no local, segundo a administração do condomínio.
A Defesa Civil informou que, a princípio, nenhum dano estrutural foi identificado, mas recomendou a desocupação. Sobre o atendimento ao incêndio, o Corpo de Bombeiros comunicou ter tomado o procedimento padrão recomendado para este tipo de ocorrência.
O incêndio
A síndica Teresinha Pereira da Silva, de 54 anos, afirma que o incêndio começou no último domingo por volta de 22h no prédio de 16 andares onde vivem 40 pessoas. Um morador guardava seu veículo na garagem quando notou que o carro estava pegando fogo. “Ele tentou apagar, mas não conseguiu e o carro veio a explodir. Não saiu a perícia ainda, mas eu acredito que foi um problema na parte elétrica”, diz.
Ela conta que o veículo passava por um corredor entre o elevador e as escadas quando o incêndio começou. O espaço foi completamente atingido pelas chamas e as paredes ficaram queimadas. A parte elétrica e hidráulica ficou danificada. Nenhum outro veículo foi atingido.
Teresinha explica que duas pessoas tiveram que receber atendimento médico depois de inalar fumaça. “Uma mulher foi socorrida pelos bombeiros na hora, e outro morador também foi hospitalizado. Ele já foi liberado, mas a moradora permanece em observação”, relata.
Segundo a síndica, os apartamentos que ficam em cima da garagem foram afetados pela fumaça e alguns tiveram rachaduras no teto e nas paredes, provavelmente ocasionadas pelo intenso calor liberado pelo carro em chamas.
Teresinha diz que além dos bombeiros, uma equipe de perícia e funcionários da Defesa Civil estiveram no local para analisar se houve algum tipo de abalo estrutural. "Até então, falaram que a gente poderia entrar para a arrumação, mas não falaram mais nada. Estamos no escuro, como está minha casa. Não sabemos nada, mas as rachaduras estão aí."
Ainda assim, alguns imóveis voltaram a ser habitados, mesmo sem a autorização e sem fornecimento de energia elétrica e água. Quem não retornou está arcando com despesas extras em hotéis ou casas de conhecidos enquanto espera um parecer. “Desde domingo a gente está respirando esse pó e hoje vieram pessoas para arrumar a parte hidráulica e elétrica”, afirma
Teresinha.
Problemas no resgate
Um morador atendido durante o incêndio no domingo, que prefere não ser identificado, explica que a grande quantidade de fumaça prejudicou a saída no momento do ocorrido. Ele diz que tentou deixar o apartamento, mas precisou correr para a sacada, onde ficou esperando a ajuda. “Nós ficamos duas horas sem ser socorridos, na sacada. E nós com o celular ligado para fazer luz e eu gesticulando. A nossa sorte é que nós usamos toalhas molhadas no rosto para suportar a fumaça. Era muita fumaça”, conta.
Ele alega que a equipe de resgate não lidou corretamente com a situação. Segundo ele, os agentes não dispunham de máscaras para as vítimas. “Eles não levaram nenhuma máscara para descermos pela escada com eles. Nós nos agarramos nos braços deles e fomos descendo, sem nenhum equipamento, sem nenhum suporte, só com a toalha molhada que nós mesmos tínhamos pegado.”
Defesa Civil
O chefe da Defesa Civil, André Luís Tavares, informou, por telefone, que um engenheiro da Defesa esteve no local para fazer uma análise e "aparentemente" não visualizou abalo estrutural, mas recomendou a contratação de uma empresa especializada em estrutura. Ao ser informado que as famílias permaneceram no local depois do fogo, ele afirmou que as pessoas foram orientadas a respeito do risco, mas não há como fazer com que cumpram as recomendações.
Bombeiros
O Corpo de Bombeiros garantiu que seguiu o procedimento padrão para este tipo de ocorrência e explicou que a "viatura aérea" - escada utilizada para a retirada das vítimas - estava disponível, mas a existência de uma rede de energia elétrica tornou sua utilização insegura para o resgate.
A retirada das pessoas, segundo a corporação, foi feita pela própria escada do condomínio, que é aberta e ventilada. "Buscando a segurança dos socorristas para o combate e a retirada das pessoas, foi realizada a ventilação da área com o uso de mangueiras pressurizadas com água", alegou.
Durante o trabalho, as equipes informaram ter utilizado equipamentos de proteção respiratória. "Para a situação encontrada, era mandatório o controle do fogo no carro, sendo que não havia risco de propagação para os outros pavimentos e outros veículos. Ao mesmo tempo em que houve o combate ao fogo, havia bombeiros executando exploração e retirada de pessoas", comunicou.
Fonte: http://g1.globo.com/