25/03/21 08:47 - Atualizado há 3 anos
Síndicos precisam estar preparados para lidar com a iminente baixa no quadro de funcionários infectados por covid-19. A média móvel diária de casos confirmados no Brasil está em alarmantes 75.288 - sexto recorde seguido (23/03).
Mesmo que essa situação não tenha batido à porta do seu condomínio, tenha um plano de contingência para saber como agir se o coronavírus atingir um colaborador, seja ele orgânico ou terceirizado.
O síndico profissional Antonio Rafacho Netto conta que passou por duas situações em que funcionários orgânicos de condomínios em que atua foram infectados pelo coronavírus.
"No primeiro caso, ao receber a notícia, alocamos um funcionário que trabalha no mesmo turno para cobrir o que ficou afastado em quarentena. Já no segundo caso, não tínhamos um substituto para a funcionária afastada, auxiliar de limpeza, e recorremos a uma empresa de terceirização de mão de obra parceira", relata Rafacho.
Ele explica que o custo do profissional temporário contratado para cobertura do posto foi coberto com saldo ordinário e não houve necessidade de rateio extraordinário.
Agora imagine dois funcionários do mesmo condomínio contraírem covid-19 simultaneamente? Pois foi o que aconteceu com a síndica profissional Angela Mendonça.Ela conta que um deles estava com um parente hospitalizado e visitava com frequência e foi infectado em uma dessas idas. Teve sintomas leves e continuou trabalhando sem avisar.
Quando seu colega teve sintomas e a comunicou, Angela contratou exame particular. Com o anúncio do resultado positivo é que o outro funcionário veio falar que estava com os mesmos sintomas dias antes, fez o teste e foi confirmado também.
"Este processo todo durou uns dez dias. Não cheguei a contratar postos extras, mas tive que contar com os nossos dois porteiros que restaram saudáveis com a jornada contínua", explica.
PLANO DE CONTINGÊNCIA - FUNCIONÁRIOS ORGÂNICOS
"Sobretudo nessa situação de calamidade pública, o cliente recebe todo o respaldo necessário para que as atividades de segurança, limpeza e manutenção sigam normalmente, sem prejuízos ao condomínio e, consequentemente, na qualidade de vida dos condôminos", complementa.
No caso da Nova Brasil, há uma sistemática de reserva técnica.
"Para cada um de nossos clientes, constituímos uma equipe extra, previamente treinada para qualquer contingência, evitando assim, que as coberturas sejam realizadas por colaboradores que não tenham conhecimento prévio na rotina, regulamento e cultura de cada condomínio", detalha Schittino.
Dos mais de 120 clientes na Grande São Paulo, o gerente da Nova Brasil estima que em 5% houve casos de covid-19. Quando um funcionário falta, a equipe de supervisão, que diariamente faz uma checagem dos postos, identifica a ausência e envia uma equipe extra para cobertura.
Embora sejam orientados a comunicar imediatamente ao supervisor caso tenham sintomas, passem mal ou familiar testar positivo para serem afastado das atividades laborais, nem sempre os terceirizados reportam, deixando o condomínio 'na mão'.
"Em comparação aos orgânicos, o grande problema é a falta de comprometimento de alguns terceirizados, que não avisam quando ficam doentes e só descobrimos a situação porque não aparecem para 'render' o porteiro, que deve ficar no posto até chegar um outro enviado pela terceirizada. É preciso fazer um trabalho de conscientização", desabafa Adriana Araújo, síndica profissional e sócia da Admix Services, que teve baixa de funcionários em sete condomínios da carteira.
PLANO DE CONTINGÊNCIA - TERCEIRIZADOS
"O condomínio tinha dinheiro em caixa. Mas estando 'apertado', acho totalmente pertinente o uso de verba do fundo de reservas e futura ratificação em assembleia esclarecendo as razões e motivos para tal. Afinal, uma pandemia é mais do que motivo para isso", orienta Angela.
Essa não é uma preocupação dos condomínios que já têm mão de obra terceirizada. Zero impacto financeiro com pagamento de horas extras está dentre as vantagens da modalidade, que não deixa o condomínio à mercê de ausências legais.
sem nenhum ônus aos clientes", destaca Moacyr.
Independente de o funcionário ser orgânico ou terceirizado, o síndico e o zelador devem passar e relembrar constantemente um conjunto de instruções e orientações aos colaboradores com o intuito de prevenir o contágio por covid-19:
O condomínio pode avaliar adoção de algumas das medidas abaixo:
"Em condomínios que possuem verba, criamos contas em apps de transporte para retirada e entrega dos funcionários em suas residências, mas muitos não suportam esse investimento, então replicamos os protocolos de biossegurança conhecidos", explica Rafael Bernardes, síndico profissional que teve funcionários com coronavírus em cinco condomínios.
Moradores também podem contribuir para a preservação dos funcionários do condomínio:
A portaria virtual ou remota se mostrou uma grande aliada dos condomínios nesse momento de pandemia, não só em substituição à mão de obra presencial, que já elimina a preocupação de síndicos com baixa de porteiros.
A outra vantagem é a redução dos custos proporcionada pela implantação do sistema - até 30% dos gastos com mão de obra - em tempos de crescente aumento do desemprego e de possível inadimplência da cota condominial. Isso se prova pela alta na procura pelo serviço.
"Tivemos um incremento de aproximadamente 35% em nossa carteira de clientes de portaria remota em um ano de pandemia. A procura pelo serviço demonstra que esta é uma solução extremamente viável para condomínios que desejam aumentar a segurança com uma redução da taxa condominial, neste momento crítico", diz Moacyr Schittino, da Nova Brasil.
A portaria remota proporciona atendimento 24 horas por meio de uma central remota que monitora todos os acessos do condomínio, faz atendimento de interfones, controle de acesso de visitantes, aberturas de portões etc.
Fontes consultadas: Antonio Rafacho Netto (síndico profissional), Angela Mendonça (síndica profissional), Moacyr Schittino (Nova Brasil), Adriana Araújo (síndica profissional), Rafael Bernardes (síndico profissional).