Ambiente
Individualização de hidrômetros
Mesmo com pontos negativos, medida vale mais a pena que conta coletiva
Por Mariana Ribeiro Desimone
domingo, 7 de abril de 2013
Cobrança coletiva da taxa de água é alvo de reclamação em condomínios
Condôminos dizem que forma de pagamento é injusta em São Carlos, SP. Lei municipal de 2007 exige cobrança individual em novos residenciais.
Moradores de condomínios de São Carlos (SP) reclamam da cobrança coletiva da taxa de água. O valor total, muitas vezes, é dividido entre todos, o que contraria a lei municipal de 2007 que exige a cobrança individual. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) informou que, desde o começo do ano, três empresas oferecem o serviço de leitura individualizada da água
No residencial Carlos Magno, são três hidrômetros para 112 apartamentos divididos em sete blocos. O valor total da água é repartido entre os moradores, entretanto, eles não estão felizes com a situação.
O síndico Alexandre Marcos de Souza afirmou que o gasto total em água é de R$ 3 mil por mês.
“O Saae vem, faz a leitura, deposita na hora na caixa de correio, levamos até o administrador e é feito o pagamento. O gasto total é repassado para todos os moradores por meio da taxa de condomínio que é fixa e já inclui a taxa de água”, explicou.
Segundo o síndico, o projeto do condomínio é antigo e não tem como instalar hidrômetros individuais. Com isso, a cobrança não é justa para muitos moradores.
Para a bancária Lourdes Dall’ Antonio, moradora desde fevereiro de 2009, a cobrança coletiva é errada. “Eu não concordo com essa divisão, acho que cada um tem que pagar pelo consome. Eu, por exemplo, moro com dois filhos, tem casas que moram até oito, então você acaba pagando por mais pessoas. Tem também muita gente que mora sozinha, então a taxa coletiva não é correta, nem justa”, protestou.
Mais empresas
No conjunto de prédiosna Vila Irene, pronto em novembro de 2012, onde está em fase de cadastro o novo sistema de leitura de água individual, os hidrômetros custaram aproximadamente R$ 500 por apartamento. A leitura é feita da rua por um sensor instalado no aparelho que passa as informações via rádio. O síndico não reclama da tecnologia, mas explica que o problema é que uma única empresa está cadastrada no Saee para realizar esse serviço.
“Uma taxa individual de R$ 6 além da conta individual é cobrada por cada hidrômetro dos respectivos apartamentos por não termos opção, ou seja, não temos outra empresa para tentar negociar um valor diferenciado”, explicou o síndico Renan Vendramini.
Para a vendedora Adriele Farias, que mora no condomínio com o marido e a filha, a expectativa é economizar com a cobrança individual. Mas ela não concorda com a cobrança da taxa para a leitura. “Estamos pagando nosso consumo, o que já é obrigatório, pagar a mais por uma empresa que cobra essa taxa extra de leitura é injusto”, reclamou.
O síndico concorda e também reclama da falta de opção. “Todo tipo de serviço prestado tem que ter uma concorrência para procurarmos outras formas de sermos melhor atendidos, no caso, nosso condomínio. Precisamos de outras empresas para também fazer essa leitura”, afirmou.
Orientação
Segundo o promotor de Justiça da área de consumo, Denilson Freitas, o Saae deve oferecer alternativas para a leitura da água ou assumir as taxas cobradas. A orientação para moradores que se sentirem lesados é procurar o Ministério Público para fazer a denúncia.
Estudo
O Saae informou que desde o começo do ano três empresas oferecem o serviço de leitura individualizada da água e que não é possível zerar o custo desse serviço para o consumidor. Mas o superintendente administrativo da autarquia, Miguel Ângelo Oliveira, disse que o Saae estuda como mudar o sistema de leitura para poder ampliar a oferta do serviço, dando mais opções aos condomínios.
Fonte: http://g1.globo.com/