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Luxo

Prédio residencial nos EUA é feito para resistir ao "fim do mundo"

Por Mariana Ribeiro Desimone

quarta-feira, 26 de novembro de 2014


 

Condomínio de luxo promete ser a prova do “fim do mundo”

 
Na eventualidade de que o nosso planeta passe por uma hecatombe nuclear, você acha que estaria preparado para sobreviver ao caos que se instauraria? Pois, caso você tenha por volta de US$ 3 milhões dando sopa, é possível comprar um espaço em um condomínio de luxo à prova do “fim do mundo”.
 
De acordo com Liz Moyer, do The Wall Street Journal, o primeiro complexo desse tipo foi construído próximo à cidade de Concórdia, no Kansas, EUA, e o sucesso foi tão grande que, depois do lançamento em dezembro de 2012, todos os apartamentos foram vendidos em um ano. Atualmente, mais um condomínio está sendo construído, e existe a possibilidade de que mais unidades sejam lançadas no Texas e em outros estados norteamericanos.
 
Os complexos são construídos em antigos silos para mísseis nucleares capazes de suportar o ataque direto de bombas nucleares. Essas estruturas contam com mais de 50 metros de profundidade e 15 metros de largura, e cada pavimento possui uma área útil de aproximadamente 170 metros quadrados — oferecendo a possibilidade de que apenas um apartamento ocupe todo o andar ou que a área seja divida em duas unidades.
 
Para que os ocupantes se sintam menos claustrofóbicos, os apartamentos contam com 2,74 metros, iluminação que imita a luz natural e, no lugar de janelas, as unidades possuem telas de vídeo que exibem desde paisagens naturais a cenários urbanos — à escolha do morador. Além disso, o complexo oferece spa, biblioteca, loja de conveniência, teatro, salas de aula, academia, dependências médicas e permite que os moradores possam ter animais de estimação.
 

Autossuficiente

 
No nível térreo, os condomínios podem ser selados por meio de duas portas blindadas pesando mais de 720 quilos cada uma, e os complexos contam com estruturas sofisticadas para o tratamento de água e purificação do ar, câmeras de segurança internas e externas, uma avançada rede de computadores de última tecnologia e vários geradores alternativos de energia.
 
E mais: os condomínios contam com sistemas de aquicultura e alguns alimentos poderão ser cultivados localmente através de hortas hidropônicas, existindo um estoque de comidas desidratadas e congeladas suficiente para manter os residentes bem alimentados durante 5 anos. Os desenvolvedores inclusive criaram um espaço para abrigar ocupantes problemáticos.
 

Empreendimento focado no medo

 
Um dos compradores — um empresário do ramo de tabaco que não quis ser identificado — pagou US$ 12 milhões (perto de R$ 32 milhões) por quatro andares completos. Segundo os desenvolvedores, a ideia era ter espaço suficiente para acomodar a família inteira e uns amigos no caso de que o apocalipse aconteça. O empresário também contratou um decorador para enfeitar os apartamentos com mais janelas, lareiras e mobília requintada.
 
Empreendimentos desse tipo estão focados em cidadãos endinheirados que se sentem ameaçados. Segundo os desenvolvedores, essa fatia de mercado cresceu bastante nos últimos anos — especialmente depois dos ataques terroristas de 11 de setembro em 2001 —, e o medo pela segurança vem sendo alimentado pela ameaça de epidemias mortais, pelo fortalecimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante e pela crise econômica mundial.

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