Ambiente

Maus tratos

Mulher que agredia cão em condomínio no RS pagará R$ 2,6 mil a fundo

Por Mariana Ribeiro Desimone

quarta-feira, 9 de abril de 2014


Mulher flagrada agredindo cão no RS pagará R$ 2,6 mil a fundo municipal

Vídeo gravado mostra mulher incentivando o filho a agredir um poodle. Ela ainda responde a um processo criminal na Justiça gaúcha.
 
A mulher flagrada agredindo um cão na raça poodle no ano passado em Porto Alegre desembolsará  R$ 2,6 mil, e o valor será destinado ao Fundo Municipal de Defesa dos Animais. Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, ela concordou em pagar o valor após ter reconhecido a procedência de uma ação civil pública ajuizada pelo órgão, em audiência realizada em março.
 
O caso ocorreu em maio do ano passado em um condomínio da Zona Norte da cidade. Imagens gravadas por um estudante mostram a mulher e o filho agredindo o animal, um filhote da raça poodle. O animal desmaiou e foi resgatado pelo subsíndico do condomínio, Bruno Campelo, e levado a uma clínica. No vídeo, a mulher que agrediu o filhote diz a um de seus filhos: "Todos os cachorros, todos os bichos que tu vês na rua a gente não trata bem. A gente vai e bate".
 
Segundo o MP, uma ação civil pública de reparação foi movida pelos promotores de Justiça Alexandre Sikinowski Saltz, Ana Maria Moreira Marchesan e Annelise Monteiro Steigleder contra ela. "O objeto da ação é que ela fosse condenada. Ela reconheceu a procedência do pedido para fim de reparar os danos morais difusas decorrentes da agressão", explicou Saltz ao G1.
 
O promotor considera o valor adequado como punição, e observa que foi estipulado conforme as condições financeiras da família. "É para ver que este tipo de atitude não fica impune. Quando se ajuíza uma ação por danos morais, é difícil avaliar financeiramente o sofrimento daquele animal. O que se observa é muito mais o caráter pedagógico", explicou.
 
Também corre na Justiça gaúcha um processo criminal contra a mulher. Ela é acusada de periclitação da vida e da saúde na 1ª Vara Criminal do Foro Regional Alto Petrópolis.
 
Marido fala em arrependimento
 
O marido da acusada de agredir o animal falou com a imprensa quando a levou à Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes (Deca) para prestar depoimento alguns dias depois do caso vir à tona. Ele disse que a família iria continuar vivendo normalmente, mesmo assustada com as ameaças sofridas desde que o vídeo foi publicado.
 
"Fiquei muito bravo com ela. O país inteiro ficou. Mas nós frequentamos a igreja, somos evangélicos, nunca passamos por isso. Houve muita exposição dos meus filhos. Ela vai assumir, já está arrependida", declarou o marido à época. "Creio que a denúncia deveria ser feita mesmo e ficar com a Justiça. Eu não cometi crime algum, vamos continuar vivendo normalmente, não temos por que nos mudar. Foi um fato isolado", diz.
 
Animal ganhou novo lar
 
Após ser agredido, o animal desmaiou e foi resgatado no dia 10 de maio de 2013 pelo subsíndico do condomínio, Bruno Campelo. O cão foi levado por ele e pelo síndico até uma clínica, onde passou por exames e foi medicado. Na mesma semana, ele já bebia água e se alimentava sozinho.
 
Adotado pelo homem que o resgatou, o filhote Rossi recebeu a primeira vacina quatro dias depois. Recuperado, ele já corria normalmente e brincava com a filha do novo dono, Bruno Campelo.
"Ele está começando a viver uma nova vida", afirmou Bruno ao G1, em visita à RBS TV na ocasião.

Fonte: http://g1.globo.com/