Mercado
Mercado aquecido
Rio Grande do Norte vê expansão do número de condomínios
Por Mariana Ribeiro Desimone
domingo, 23 de outubro de 2011
Setor de condomínios cresce no RN
Roberto Lucena
*enviado a Goiânia
As construtoras e imobiliárias descobriram, há mais de uma década, um novo nicho de mercado em território potiguar. Os condomínios horizontais, sejam populares ou de alto luxo, ganharam espaço e firmaram-se como opção àqueles que desejam morar em locais onde a segurança e comodidade dos tradicionais condomínios verticais aliam-se ao conforto e espaço físico das residências. De olho nesse consumidor, empresas como Ecomax e Ecocil se preparam para tirar do papel novos empreendimentos. A FRG Urbanismo, construtora goiana há 25 anos no mercado, também chega ao Rio Grande do Norte para lançar um projeto.
Natal é a segunda cidade do Nordeste que vai receber investimento da FRG. Antes da capital potiguar, Fortaleza (CE) conheceu o conceito de moradia oferecido pela construtora. O desembarque em Natal já estava previsto para os próximos anos, mas foi antecipado devido à interferência da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, sócia do empreendimento.
"O terreno foi oferecido a Zezé e Luciano pela família Fonseca e Filhos. Eles queriam construir um parque temático, mas um irmão de Zezé percebeu o potencial para outro empreendimento. Eles nos procuraram e decidimos investir", explicou Adriano Carrijo, diretor de marketing e vendas da FRG.. "Fizemos uma pesquisa de mercado e viabilidade do negócio e estamos apostando que será um sucesso", completou.
O pretensioso sucesso pode ser mensurado pela procura do empreendimento - batizado Jardins Amsterdã - por potenciais compradores. Mesmo sem divulgação, o site do condomínio já recebeu quase 100 cadastros em apenas dois dias no ar. A FRG não fala sobre números, mas o valor geral de vendas do Jardins Amsterdã está previsto em R$ 75 milhões. São 333 lotes que variam de 492 a 1,8 mil metros quadrados distribuídos numa área total de 630 mil metros quadrados, sendo 240 mil metros quadrados dedicados às áreas de lazer e arborização. Além de Fortaleza (CE) e Goiânia (GO), a FRG Urbanismo está presente em Uberlândia (MG), Belém (PA), Brasília (DF), Vila Velha (ES) e Campinas (SP).
O investidor, segundo o diretor de marketing, é bem vindo, porém, o alvo principal de vendas são as famílias que desejam morar no condomínio. Para tanto, são criados algumas barreiras como o limite máximo de venda de quatro lotes por pessoa e a exigência de um cadastro. "Vamos estender o tapete vermelho para o investidor, mas nosso foco são as famílias que querem morar, construir", disse. A ideia, diz ele, é evitar o que aconteceu com o Alphaville, em Pium, onde os lotes foram vendidos em menos de 24 horas, porém poucas casas foram construídas no local.
O lançamento oficial do empreendimento acontece no dia 9 de novembro, porém, as vendas já foram iniciadas no local do condomínio, às margens da RN-313, em Cajupiranga. Para a solenidade de lançamento, está confirmada a presença de Zezé Di Camargo e Luciano. Em Goiânia (GO), cidade sede da FRG, há 12 condomínios horizontais com conceito "jardins" implantados pela companhia. No RN a empresa pretende lançar mais três condomínios em Cajupiranga.
*O jornalista viajou a convite da FRG
Crise não inibe lançamentos e vendas no Estado
Andrielle Mendes - repórter
A crise externa parece não ter afetado a construção civil no Rio Grande do Norte. O setor espera movimentar, em 2011, cerca de R$2 bilhões, só na Grande Natal. A quantia, obtida com a comercialização das unidades habitacionais, é 122% maior que a obtida em 2010, quando o setor movimentou R$900 milhões, segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon/RN).
O montante, no entanto, pode ser bem maior. O levantamento divulgado pelo Sinduscon/RN só leva em consideração as construtoras associadas que responderam a pesquisa. O número de lançamentos previstos para este ano também subiu. A previsão é de que 14,3 mil unidades habitacionais saiam do papel este ano. Em 2010, foram 5 mil - 1/3. Mais obras significam mais empregos com carteira assinada gerados no estado e mais renda.
A redução da taxa de juros, anunciada recentemente pelo governo federal, deverá contribuir ainda mais para as vendas, na avaliação de Sílvio Bezerra, ex-presidente do Sinduscon/RN e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RN. Ela é apontada como uma das razões por trás do incremento.
"O mercado está muito bom. Quem trabalha está se dando bem. A crise externa não afetou o segmento". A tendência, diz Sílvio, é de alta, nos próximos dez anos. "O mercado continua crescendo. Há demanda". Ana Adalgisa, diretora executiva do Sindicato, confirma. "A crise não afetou o mercado".
A Ecocil, presidida por Sílvio Bezerra, é uma das incorporadoras potiguares que faturarão mais este ano. Em 2011, comercializará R$350 milhões. O valor é 169,2% maior que o comercializado em 2010, quando faturou R$130 milhões com a venda de unidades habitacionais. Em 2012, o valor pode atingir a marca dos R$500 milhões, prevê Sílvio. "Daí pra frente nosso objetivo é manter, anualmente, um patamar entre R$ 500 e R$ 600 milhões. O setor tem que encontrar novos filões, novos nichos de mercado. Sempre tem alguém para comprar".
Atualmente, a Ecocil desenvolve 18 projetos. Juntos, eles representam 25 mil unidades a serem lançadas nos próximos cinco anos. A incorporadora planeja faturar R$3,5 bilhões nos próximos cinco anos, levando em consideração apenas esses 18 projetos. "Este número deve subir. Compramos novas áreas todo mês", acrescenta Sílvio.
A Moura Dubeux é outra que está apostando em lançamentos. A empresa anunciou recentemente sete projetos para o mercado natalense, com previsão de iniciar algumas das obras ainda em 2011 e com Valor Geral de Vendas de R$ 250 milhões.
Fonte: http://tribunadonorte.com.br/