Obras e Reformas

Obras de grande porte

Dicas e orientações sobre como contratar e tocar obras de grande porte em condomínios

Por Mariana Ribeiro Desimone

11/12/10 11:41 - Atualizado há 3 anos


Ser deixado na mão no meio do caminho é um dos principais perigos Realizar uma grande obra em condomínio não dá trabalho. Dá muito trabalho.

Há que se certificar da necessidade da obra, fazê-la ser aprovada em assembleia, descobrir como o pagamento será feito, escolher a dedo a empresa que irá concretizá-la e, é claro, acompanhar seu desenrolar passo a passo.

Um dos principais percalços para executar obras, principalmente em condomínios pequenos, é a falta de caixa para fazer frente ao investimento.

Afinal, quanto menos unidades dividirem o custo, mais difícil fica pagar.

Como pagar?

Caso o condomínio não tenha dinheiro em caixa, em um fundo de obras, por exemplo, ele pode recorrer a:

Na última opção, a ideia é que o condomínio vá pagando a reforma por etapas. Dessa forma, não se adianta dinheiro para a empresa, que deve se organizar para cumprir, no prazo acordado, aquela parte específica da reforma.

Porém, para qualquer trabalho é pedida uma entrada. Essa pode ser levantada com um rateio extra ou se utilizando do fundo de obras ou fundo de reservas, dependendo do tamanho do montante guardado.

O condomínio pode avaliar também se vale a pena, ou se é possível, esperar para arrecadar a verba necessária (ou parte dela), antes de realizar a obra.

Outra forma de pagamento é quando o condomínio ganha uma ação judicial – mas isso nem sempre acontece concomitantemente com a necessidade de se realizar uma grande obra.

Como contratar?

Para que tudo isso funcione, é importante que haja muito planejamento.

Por exemplo: ao perceber que o condomínio precisa de uma reforma de grande porte, o síndico deve procurar um profissional que o ajude a montar um memorial da obra.

Nesse documento, vão constar as etapas da obra, os materiais a serem utilizados, e como o condomínio deseja que a reforma seja feita.

Assim, ao enviar o pedido de orçamento para as empresas, elas já saberão o que será necessário de material e de mão de obra para que o trabalho seja feito.Caso a empresa comece a questionar o memorial, descarte-a.

Afinal, aquelas necessidades foram apontadas por um profissional.

O que pedir da empresa

Uma vez escolhida a empresa, é importante pedir alguns documentos, que certifiquem que ela apresenta boa saúde financeira, antes da assinatura do contrato:  

Em geral, para assinar um contrato com um condomínio, as empresas pedem a ata de eleição do síndico e procuram saber se não há débitos de natureza trabalhista.Também é importante pedir que as empresas forneçam os contatos de condomínios onde tenham executado obra similar.

Caso algum relato seja extremamente positivo ou negativo, vá checar pessoalmente o estado da reforma em questão.

Em se tratando dos profissionais da empresa, o condomínio deve se informar sobre se eles têm carteira assinada, se possuem seguro contra acidentes e se estão trabalhando com o equipamento de segurança dentro da norma.

Caso não haja esse tipo de equipamento e houver um acidente envolvendo os profissionais, o condomínio pode ser co-responsável pelo mesmo.Há também que haver um profissional especializado para, ao final da obra, fazer a chamada “anotação de responsabilidade técnica”.

Esse documento assegura que a reforma está em conformidade com a lei, e com as normas técnicas, e que o engenheiro está dividindo a responsabilidade pela obra com o síndico.

Outro cuidado importante é desconfiar de companhias que ofereçam muito desconto: pode ser sinal de necessidade de dinheiro em caixa.

Também evite dar entradas vultosas e, claro, deve-se guardar um montante para que a empresa receba apenas na finalização do trabalho.Também não se deve, por ser ilegal, aceitar trabalhar com empresas que não ofereçam nota fiscal. Afinal, sem documentação, não será possível reclamar caso o trabalho não esteja a contento.

Durante a obra

Caso a obra seja realmente muito grande e cara, vale a pena contratar um consultor terceirizado para se certificar que a empresa está cumprindo seu papel, fazendo tudo como foi acordado e utilizando os materiais combinados.

É um gasto a mais, porém, que evita que a reforma seja refeita ou que, depois de pouco tempo, ela comece a apresentar problemas.

Esse consultor também ajuda o condomínio a saber se as etapas serão cumpridas dentro do prazo.

Mesmo com todos esses cuidados, é possível, sim que a empresa abandone o trabalho (e o condomínio) no meio do caminho.

Por isso, é tão importante acompanhar de perto todas as etapas da obra.

Dessa forma, deixa-se claro, que pelo menos, há alguém prestando atenção ao trabalho executado.  

Fonte: José Roberto Iamposky, Paris Condomínios; Vania Dal Maso, administradora Itambé; Miqueas Bergmann, M.Bergmann; Marcelo Giannetto, EB Engenharia; Rosely Schwartz, prof. do curso de administração condominial da EPD; Sergio Meira, Secovi-SP; Washington Rodrigues, Apsa (RJ); Marcos André Santos, Ista