Administração

Ônibus fretado

Condomínio do RJ gasta R$ 500 mil com esse tipo de transporte

Por Mariana Ribeiro Desimone

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


 Condomínio Parque das Rosas gasta R$ 500 mil por mês côm ônibus fretados

Para o presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck, se os ônibus fretados não existissem, os usuários migrariam para os carros de passeio, agravando os engarrafamentos:
- Acho que a tendência é reduzir essa dependência, com a chegada do metrô à Barra, em 2016. Além disso, muitas empresas abriram escritórios na Barra, reduzindo a demanda para o Centro.
 
Mas, por enquanto, não há sinais da redução da demanda. Um exemplo é o Parque das Rosas: em 1999, o serviço era prestado por 13 ônibus. Em 2008, eram 15. Este ano, a frotaconta com 17 carros. Segundo o presidente da associação de moradores do condomínio, Cleo Tagliosa, o aluguel (R$ 500 mil/mês) é rateado entre os apartamentos:
 
- A qualidade desses ônibus, indiscutivelmente, é melhor que os tradicionais. Claro, além do conforto, o usuário se sente mais seguro, pois o acesso é limitado aos moradores.
 
O presidente do Rio Ônibus, Lelis Marcos Teixeira, argumenta que serviços diferenciados não são exclusividade do Rio e sua existência não pode ser atribuída à qualidade da frota tradicional:
 
- Vamos acabar com as linhas dos condomínios? Para onde iriam os passageiros? Esse tipo de transporte oferece padrão de qualidade adicional para tirar carros da rua. É o caso dos frescões, que existem em qualquer país. Mas, na hora em que houver a expansão dos corredores de BRTs, muitos que usavam esses ônibus vão migrar porque terão um transporte exclusivo, capaz de fazer o mesmo percurso em menor tempo.
 
A situação dos ônibus fretados na região já foi tema de pelo menos duas teses de mestrado na Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ. Um dos trabalhos é de Paula Leopoldino de Barros, que nos últimos anos foi coautora de vários manuais técnicos editados pela Federação das Empresas de Transporte (Fetranspor).
 
Na tese, defendida em 2008, ela observa que, entre 1991 e 2000, somente a Barra teve crescimento populacional ao ritmo de 5,58% ao ano, enquanto no resto do Rio foi de 1,81%. Entre 2004 e 2007, foram lançadas 37.787 novas unidades residenciais na Barra, no Recreio e em Jacarepaguá: "Dois fatores, oferta de transporte público inexistente e concentração de pessoas com mesma origem, contribuíram para a criação de serviços de fretamento", escreveu ela.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/