30/11/23 01:03 - Atualizado há 11 meses
No papel de síndicos, enfrentamos uma batalha diária nos condomínios em relação ao grupo opositor. Eles se unem a outros para prejudicar a gestão e, consequentemente, o condomínio.
Votam contra todas as propostas de melhorias apresentadas pela administração atual. Embora eles não se deem bem uns com os outros, unem-se para prejudicar ou derrubar a administração.
Os bons moradores, exaustos com assembleias tediosas e demoradas, acabam deixando de participar esquecendo-se que mais cedo ou mais tarde essas decisões vão refletir nas manutenções ou venda da sua unidade.
Lido diariamente com isso, especialmente um morador que envia e-mails pedindo explicações sobre a administração a semana toda. Mal conseguimos responder a um e-mail quando outro chega. Ele questiona tudo, não apenas em relação a despesas, mas também como é feita as manutenções e sobre questões que não estão especificadas na convenção ou no regulamento interno, ignorando o fato de que a lei se sobrepõe a esses documentos.
O síndico é forçado a dar explicações a alguém que claramente tem a intenção de prejudicar e não está interessado em aprender ou ter suas perguntas respondidas. O que ainda pior é que esse morador tenta ditar os rumos da gestão, impondo suas próprias vontades, ignorando o fato de que o síndico representa a maioria e não a vontade de um único indivíduo.
No início, eles se apresentam nas assembleias de maneira eloquente, demonstrando conhecimento, o que atrai simpatizantes e deixa dúvidas no ar. As pessoas começam a se questionar: "Será que isso ou aquilo está correto?". Eles podem dizer coisas como "Eu trabalho com isso há anos”.
Há um pensamento comum de que não é necessário pagar por um síndico profissional quando um morador pode assumir o cargo e economizar dinheiro, esquecendo-se de que o síndico profissional possui um conhecimento adquirido por meio de treinamento, capacitação, cursos e experiência de muitos anos.
Essas pessoas, muitas vezes inexperientes, veem alguém "defendendo o condomínio" e começam a apoiá-lo, até que chega a primeira incoerência, prejuízo de escolhas em alguns casos notificação ou ação legal.
O condomínio reflete bem a sociedade, onde a omissão dos "bons" permite as ações dos "maus".
E como fica o síndico para se defender? Lutamos em silêncio. Porque até o comunicado enviado a todos rebatendo aquele argumento tem que ser pensado, não sugestivo e não pode nem dizer o nome do cidadão.
Como é cansativo viver entre as críticas construtivas e a oposição, sem prejudicar toda comunidade e a saúde mental do síndico.
(*) Formada em Administração de Empresas pela FMU. Certificada em Administração de Condomínios pelo Secovi. Atua como Síndica Profissional na empresa Exclusiva Síndico.