06/10/14 03:50 - Atualizado há 10 anos
Por Hubert Gebara *
Além da ação policial de efeito imediato, há essa outra frente de luta de efeito mais lento e que depende do chamado pacto social, no momento totalmente esquecido. Sem esse pacto, o crescimento da economia fica mais difícil. A segurança – dentro e fora dos condomínios – também.
Países sem esse misterioso pacto encontram problemas. Nos Estados Unidos há um poderoso acordo não escrito: o sonho americano. É um misto de ideologia, patriotismo, orgulho e preconceito. Sem essa postura, o sentimento coletivo dá lugar à frustração social.
Esta é uma força maligna de mão dupla: o poder público acha que é muito esperto quando tira tudo o que pode do cidadão. Com razão, este se sente traído e passa a ver no poder público um inimigo. Rompe-se então o precioso elo.
Também é preciso entender que a vida com segurança total é sonho. Os condomínios não são uma alternativa perfeita, mas representam aquilo que podemos fazer de melhor no estágio atual. E podem ser aperfeiçoados em muito. Melhores critérios no trabalho de admissão de funcionários para os conjuntos residenciais são parte da questão. Treinamento permanente para os já admitidos, também. As empresas de segurança precisam emprestar e disseminar melhor seu know-how de segurança, em eventos realizados em parceria com as administradoras de condomínios.
Não há cabimento para certas falhas, como deixar a fita gravada nas câmaras instaladas ao alcance da mão dos bandidos – e a desatenção dos funcionários. Muito depende também dos próprios condôminos. Há ainda a questão do regulamento interno do condomínio. Quantos o seguem?
(*) Hubert Gebara é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), presidente eleito da Fiabci/Brasil e diretor do Grupo Hubert.