Manutenção

Perigo de desabamento

Condomínio entregue em 2011 tem casas com rachaduras e infiltrações

Por Mariana Ribeiro Desimone

quarta-feira, 10 de abril de 2013


 Proprietários se mudam com medo de condomínio desabar, em Goiás

Entregues em 2011, casas já apresentam rachaduras, infiltrações e mofo. Imóveis foram adquiridos por financiamento bancário, em Senador Canedo.
 
Moradores de um condomínio de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, estão revoltados com a má estrutura das casas adquiridas através de um financiamento bancário. Eles afirmam que os imóveis custaram R$ 76 mil e apresentaram defeitos como rachaduras, infiltrações, desnível e mofo logo após a entrega, em 2011. Alguns proprietários estão se mudando temendo que os imóveis possam desabar.
 
“Logo depois que compramos, foi começando aparecer rachaduras na casa. Além disso, quando chove, a sala da frente fica inundada e o banheiro molha tudo do lado de fora. A situação aqui é bem crítica mesmo. É muito triste ver minha filha chegar pra mim e falar; mamãe a nossa casa está quebrada", declara a recepcionista Deibyane Lopes.
 
De volta ao aluguel
 
Por causa dos problemas, Deibyane resolveu sair da casa e morar novamente em uma residência pagando aluguel. Além dela, o segurança Fabrício Pereira da Costa pretende fazer o mesmo. Na casa dele, parte do telhado caiu, as paredes estão com rachaduras e tortas e, quando chove, a água escorre pela janela de um quarto.
 
“Quando viajo fico muito triste de deixar minha família aqui nesta casa com essas condições. Meu filho mais novo já está doente por causa do mofo nas paredes. Antes, meu sonho era sair do aluguel e ter minha casa própria, mas hoje meu maior sonho é tirar minha família daqui de dentro. Não estou aguentando mais morar nesse lugar”, desabafa.
 
Mesmo com a infraestrutura visivelmente afetada, os moradores do condomínio afirmam que a construtora responsável pela obra nega reformar as casas. A produção da TV Anhanguera tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno.
 

Reforma

 
Para o Ministério Público Federal (MPF), somente a reforma não irá resolver o problema, pois, a estrutura dos imóveis é precária. Cinco moradores entraram na Justiça contra os responsáveis pela construção das residências, mas ainda não tiveram o problema resolvido. O presidente da Comissão Imobiliária da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Rodrigo Guedes, orienta os consumidores a realizarem o mesmo procedimento.
 
“As famílias que se sentirem lesadas devem procurar um advogado da área imobiliária para buscar meios para conseguir o ressarcimento da compra. Poderão ser aplicadas as leis do Código Civil e Código de Defesa do Consumidor e a Lei da Incorporação Imobiliária. A construtora deve responder pelos riscos da construção dentro do prazo de 5 anos”, explica.

Fonte: http://g1.globo.com/