18/02/14 04:25 - Atualizado há 3 anos
O verão está aí, e com ele, o uso extensivo das piscinas em condomínio.
Afinal, quem é que não quer desfrutar das áreas comuns com tempo gostoso e junto da família?
Para tanto, o condomínio deve cuidar bem do local não apenas durante as estações mais quentes, mas durante o ano todo.
Isso porque o espaço deve estar apto para uso sempre – com exceção, é claro, dos horários em que houver manutenção no local.
Também é importante manter o espaço seguro, principalmente para evitar acidentes ou afogamentos envolvendo crianças, por exemplo. Afinal, pode não parecer comum, mas, infelizmente, todo ano noticiamos aqui um número considerável de casos de morte por afogamento em piscinas de condomínios.
E sempre é bom lembrar sobre as responsabilidades civis e criminais do síndico, já que em caso de negligência do gestor, o mesmo poderá ser responsabilizado.
Para que a sua gestão evite esses riscos e o local esteja sempre em dia, apresentamos abaixo dicas e orientações que vão desde cuidados básicos com a manutenção à explicações de uso para condôminos. Veja:
Uma boa manutenção é essencial não apenas para deixar a água sempre limpa e cristalina, ela é determinante também para evitar doenças de pele, como micoses, ou até infecções intestinais dos frequentadores.
A água do local deve ser filtrada diariamente, e o controle do cloro feito a cada dois dias. A checagem do pH deve ser executado duas vezes por semana.
Já a limpeza das bordas, a retrolavagem do filtro, o uso de algicidas, assim como a aspiração devem ser feitos uma vez por semana.
Outro ponto de atenção é o piso e as bordas da piscina. Os mesmos não devem apresentar rachaduras, lascas ou partes pendentes, para que o ambiente ofereça a segurança necessária.
O ideal é escolher o dia com frequência menor da piscina para a manutenção.
"Geralmente se opta por segunda para fazer essa manutenção, dia que geralmente há menos movimentação na pisicna", assinala Nilton Savieto, síndico profissional.
Outro ponto a ser considerado é a iluminação.
De acordo com Vinícios Consani, gerente comercial da Isamar Piscinas, não é comum que a iluminação da área da piscina dê choques.
Se isso estiver ocorrendo é porque a instalação foi feita de maneira incorreta. Nesse caso, procure uma empresa de manutenção que conte com um engenheiro elétrico para verificar a situação e efetuar as melhorias necessárias.
Sobre a mão de obra empregada, o especialista em recursos humanos e diretor da Gábor RH Ricardo Karpat afirma que o tamanho da piscina é o principal componente no momento de se escolher se o serviço será terceirizado ou não.
"Em condomínios menores, de uma torre só, geralmente o próprio zelador acumula essa função. Porém, em um condomínio-clube, o usual é que haja uma empresa contratada prestando esse serviço", aponta.
O especialista explica ainda que, no caso de serviço terceirizado, a compra dos produtos para a limpeza pode estar inclusa ou não, dependendo do que foi acordado em contrato.
Além do cuidado com a água, é importante zelar pela área como um todo.
Manter o mobiliário sempre limpo é fundamental. Escadas para entrar na piscina, assim como a área de chuveiro, também devem ser vistoriadas semanalmente.
O local também deve contar com placas indicando a profundidade da piscina.
Pensando ainda na segurança, o ideal é que a área seja cercada e trancada, para evitar o acesso de crianças desacompanhadas às piscinas.
Existem dois tipos de capas para as piscinas: a de proteção, que evita que folhas caiam na água, e por isso, colaboram com a limpeza, e também as térmicas, que além de manter a sujeira longe da água, ainda ajudam a manter a temperatura.
Cobrir a piscina também pode ser uma opção quando o local estiver fora de uso, como no inverno, por exemplo. Isso diminui drasticamente a perda de água por evaporação.
Afim de evitar focos de aedes aegypti, um cuidado importante é não permitir acúmulo de água e sujeira na superfície da cobertura. E quando não estiver em uso, o material deve ser armazenamento ser feito em local fechado e não aberto.
Caso a piscina do seu condomínio seja antiga, a manutenção deve ser feita ainda mais de perto.
Extrema atenção para azulejos soltos e também para a força de sucção do ralo. Se a mesma estiver muito forte, o ideal é chamar uma empresa de manutenção para regular melhor o sistema e evitar possíveis acidentes.
"Hoje, quem tem piscinas mais antigas vêm optando por um ralo anti-sucção. Ele não suga com força e é fácil de ser substituído. O valor varia entre R$ 70 e R$ 100 por ralo. As piscinas novas já são equipadas dessa maneira", explica Vinicius Consani.
Assim como falamos no início da matéria, infelizmente, todo ano noticiamos casos de acidentes e mortes de crianças presas pelo cabelo, devido à sucção do ralo.
A necessidade de guarda-vidas nas piscinas de condomínios depende de legislação municipal. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, obriga condomínios com piscinas com dimensões superiores a 6m x 6m a contar com um profissional do tipo.
Já em São Paulo, a legislação municipal determina obrigação somente para piscinas públicas, o que não é o caso de condomínios residenciais.
Consulte a legislação do seu município.
Como a piscina pode ser um dos locais onde há bastante frequência de moradores, é importante que todos conheçam bem as regras de uso.
Veja abaixo alguns pontos relevantes a serem relembrados:
O entendimento mais comum da Justiça é que os pais são os principais responsáveis e cuidadores dos menores, mesmo que nas áreas comuns do prédio”, argumenta Hubert Gebara, vice-presidente de condomínios do Secovi-SP.
Fontes consultadas: Vinícius Consani, gerente comercial da Isamar Piscinas; Ricardo Karpat, diretor da Gábor RH; Nilton Savieto, síndico profissional; José Roberto Iampolsy, da administradora Paris; André Junqueira, advogado especialista em condomínios; conteúdo SíndicoNet