quinta-feira, 18 de maio de 2017
5 falhas que comprometem o planejamento financeiro dos prédios
Não considerar a tendência de inadimplência e deixar de fazer poupança para manutenções preventivas estão entre elas, aponta a Lello
Cinco falhas principais comprometem o planejamento financeiro dos condomínios residenciais, colocando em risco o valor do patrimônio que é de todos os moradores. O alerta é da Lello, administradora paulistana líder de mercado, com filiais na capital paulista, ABC, interior e litoral.
Os problemas são identificados pelo "Esquadrão da Economia" da Lello, formada por especialistas da empresa nas áreas de departamento pessoal e administrativa que analisam as contas dos prédios com foco em identificar oportunidade de racionalização das despesas.
Altos índices de inadimplência, acima de 4%, comprometem o fluxo de caixa dos condomínios. Se o problema não for identificado e rapidamente solucionado, via acordos amigáveis ou encaminhamento de boletos para protesto ou, ainda, cobrança por via judicial, o condomínio terá dificuldades para pagar suas contas e poderá ter de usar recursos do fundo de reserva para realizar o pagamento de despesas correntes.
"Isso é muito ruim para o prédio, porque significa retirar dinheiro que é provisionado para obras de reforma, modernização e melhorias do condomínio. Assim, a manutenção e a atualização do empreendimento ficam comprometidas, com consequente desvalorização dos apartamentos", diz Angelica Arbex, gerente de Relacionamento com o Cliente da Lello Condomínios.
Um erro que pode custar caro ao condomínio e onerar o valor da cota paga pelos moradores. O condomínio deve provisionar despesas de manutenção preventiva para que tudo no empreendimento funcione bem: piscinas, elevadores, brinquedoteca, quadra e iluminação, entre outros.
É importante destacar que a correção de problemas emergenciais custa cerca de cinco vezes mais do que ter um plano integrado de manutenção corretiva, com recursos provisionados para tal finalidade.
Todos os anos, em outubro, há o dissídio dos trabalhadores de condomínios. Já em novembro e dezembro eles recebem o décimo-terceiro salário, e ainda há o pagamento de encargos sobre essa despesa. Condomínios que não fazem a provisão desses pagamentos, com rateio dessa despesa extra em 12 vezes, sofrem com aumentos expressivos da cota, de cerca de 15%, nos três últimos meses de cada ano. Isso pode contribuir para o aumento da inadimplência no último trimestre, com riscos ao fluxo de caixa do prédio.
"A folha de pagamento representa cerca de 50% das despesas totais de um condomínio. Qualquer impacto nesta área tem consequências no orçamento do prédio", lembra Angelica.
Alguns moradores pagam o condomínio antecipadamente, fora do mês de vencimento. Isso acontece porque é prática cada vez mais comum que o condômino receba o boleto com antecedência, via administradora, para estimular o pagamento em dia.
Os condomínios que consideram o recurso de cotas pagas previamente, antes do mês de vencimento acabam distorcendo a provisão de arrecadação, gerando a sensação de que há excesso de recursos. Isso é um grande erro, que pode comprometer o fluxo de caixa do prédio mais à frente, se o condomínio gastar o dinheiro antes.
A assembleia ordinária acontece apenas uma vez por ano. Abordar a questão orçamentária apenas nessa oportunidade é muito pouco, não mobiliza e não gera engajamento.
"O debate sobre o orçamento deve ser detalhado e amplo. Quanto mais informações compartilhadas, mais os condôminos têm a sensação de gestão participativa e mais integrada fica administração do prédio", diz a gerente da Lello.
Além disso ela lembra que um erro muito comum, principalmente entre síndicos que se elegem pela primeira vez, é querer fazer tudo de uma vez, sem respeitar o planejamento financeiro.
"Sem planejamento e organizações as coisas começam e não terminam, e o trabalho do síndico não é percebido nem valorizado pelos moradores", conclui.