quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Avisos em elevadores de condomínios de Taboão alertam para o problema da falta de água
Vários condomínios de Taboão da Serra estão correndo contra o tempo na tentativa de minimizar os efeitos da falta de água. A medida mais urgente adotada em vários deles é a construção de poço artesiano para abastecer os apartamentos. As empresas que trabalham com o serviço cobram em média R$ 150 mil para perfurar os poços que prometem acabar com a falta de água. O problema é o prazo de espera para construção que pode chegar até 120 dias.
“Os poços artesianos estão sendo a solução mais procurada nos condomínios. As empresas que trabalham com esse serviço estão com fila de espera. Se o trabalho é bem feito e resolve o problema da falta de água”, afirma a proprietária de uma empresa de administração.
Com a crise da água em São Paulo a demanda para instalação de poços artesianos em condomínios cresceu e o vice-diretor do SECOVI (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), Hubert Gebara, alerta que o processo deve ser cercado por cuidados, entre eles aprovar a instalação e perfuração em ata de assembleia e cumprir os requisitos legais antes, durante e depois da perfuração do poço Tem condomínio que está implantando medidas para o reuso da água das máquinas de lavar nas descargas, limpeza de áreas comuns e jardins. Outros locais estudam maneiras de captar a água da chuva. Em muitos condomínios a compra de carros pipa quase virou rotina. A crise hídrica impôs uma nova realidade e é preciso se adaptar a ela. Em quase todos os prédios de Taboão da Serra há avisos alertando aos moradores para a necessidade de economizar água. Também já há alertas sobre a proposta de racionamento lançada pelo governo do estado que quer estabelecer corte de água por 4 dias e fornecimento regular de 2. A chuva dos últimos dias não amenizou o problema. Ao mesmo tempo o desperdício de água combatido pela Sabesp de forma ineficaz gera críticas entre os moradores que se sentem obrigados a economizar mesmo com a empresa não fazendo sua parte devidamente. Se quem mora em condomínio está tendo que pagar a conta para não ficar sem água, quem mora em casas também faz o mesmo. Já é crescente a quantidade de pessoas que compram água. Como a falta de água é rotineira a compra de galões vira rotina e obriga os moradores a gastar mais. O serviço de perfuração e instalação de poços artesianos envolve uma série de tarefas, a começar pelo estudo de avaliação hidrogeológica, feito por geólogo credenciado ao Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) que identifica as probabilidades de haver recursos hídricos no local avaliado. Se a disponibilidade hídrica se mostrar provável, é elaborado então um projeto construtivo da perfuração. Em mãos desses dois documentos, inicia-se o processo de obtenção de licença de perfuração. "Do ponto de vista legal, antes de iniciar a obra é preciso fazer solicitação de outorga prévia ao órgão estadual gestor de recursos hídricos. Esse serviço também pode ser prestado por bons fornecedores", diz Everton Luiz da Costa Souza, presidente da Abas (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas). Mas a licença de execução não confere a seu titular o direito de uso dos recursos hídricos. Depois de perfurado o poço e medida a vazão real da água, solicita-se a outorga do direito de uso da água.
Fonte: http://www.jornalnanet.com.br/