quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Dois edifícios estão ameaçados no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte
Um deslizamento de terra abre um buraco na rua, interrompe o tráfego local e moradores de prédios e residências ameaçadas têm que deixar suas casas. O enredo que se repete todo período chuvoso em Belo Horizonte dessa vez se desenrola na rua Cabo Verde, no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul. Situação parecida vivem moradores de um edifício no bairro Pirajá, na região Nordeste, e em Sabará, na região metropolitana da capital.
O problema teve início há cerca de um ano, quando começaram a aparecer rachaduras em prédios vizinhos a uma obra – segundo os moradores, a construção teria causado o problema. Há 30 dias, uma pequena rachadura se abriu na rua. Na madrugada de terça-feira, com a intensificação da chuva, o afundamento da rua aumentou e um poste de iluminação tombou. Ontem, o buraco cresceu significativamente, e a rua cedeu.
O terreno, que continua a se movimentar, pode colocar em risco dois prédios que ficam em frente ao buraco. A Defesa Civil ainda não interditou os edifícios, mas vai monitorar o local 24 horas por dia e, a qualquer sinal de aumento da erosão, os apartamento serão esvaziados. Os edifícios ameaçados têm três andares e seis apartamentos cada. Diante da possibilidade da saída, dez das 12 famílias já deixaram o local.
“Há um risco, mas um risco controlado e que pode ser monitorado. Diante dessa situação, não é preciso passar pelo desgaste que é obrigar as pessoas a deixarem suas casas. Vamos monitorar o local e, se houver uma movimentação relevante do terreno, ordenaremos para que saiam”, afirmou o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel Alexandre Lucas.
Causa. O problema teria sido causado pela construtora Edifica, que fez uma escavação no local para levantar um novo prédio e construiu um muro de arrimo, que agora ameaça cair. Mesmo sem assumir a responsabilidade pelo abatimento da rua, a Edifica vai iniciar hoje as intervenções para evitar a evolução do deslizamento. Por orientação do especialista em solo Euller Magalhães, a construtora fará um aterro atrás do muro de arrimo, para aumentar a sustentação da rua.
“O deslizamento ainda está em evolução e, se o abatimento da rua aumentar, pode atingir a estrutura dos dois prédios em frente”, avaliou Magalhães.
Outras quedas
3.4.2010. No bairro Anchieta, Centro-Sul da capital, o muro de contenção da obra do shopping Anchieta cede, ameaçando cinco edifícios – um foi parcialmente demolido. A construtora do shopping é a Edifica, mesma da obra no Cruzeiro.
2.1.2012. Um prédio desaba no Caiçara, Noroeste da capital. Um homem de 41 anos morre. No último mês de junho, três engenheiros responsáveis pelo edifício e pela pavimentação da rua foram indiciados por lesão corporal e homicídio.
10.1.2012. O edifício Vale do Buritis, no bairro Buritis, na região Oeste da capital, desaba. Três dias depois, o edifício Vale do Buritis é demolido. Os imóveis haviam sido interditados pela Defesa Civil em outubro de 2011, devido à rachaduras.
Fonte: http://www.otempo.com.br/