13/02/13 03:00 - Atualizado há 11 anos
Nada mais desgastante para os síndicos com relação ao quadro de pessoal nos condomínios do que a constante rotatividade de seus funcionários. Não importa se os funcionários são próprios ou terceirizados o aborrecimento e as consequências são semelhantes.
O chamado “turn over” compromete a manutenção, a segurança e as contas de consumo (água, luz, gás e outros) do edifício. A falta de familiaridade com os equipamentos gera excessos e desperdícios de consequências muitas vezes imprevisíveis. Vale destacar que nos últimos anos a sofisticação das construções e dos acessórios que as compõem exigiu um maior preparo do elemento que opera e controla tais equipamentos.
Será que houve uma conscientização dos gestores com relação a essa evolução? Ou ainda predomina o antigo modelo: saiu, substitui, constituindo assim um ciclo vicioso sem grandes perspectivas de solução? Pior, procedimentos e normas se perdem na constante troca de seus operadores. Cada funcionário que se retira ou é demitido leva consigo o conjunto de conhecimento que acumulou ao longo dos anos, muitas vezes adquirido por ações baseadas em tentativas, erro e acerto.
Como obter resultados diferentes se as politicas de gestão não mudam? Será preciso quebrar alguns paradigmas! É também verdade que não existe uma solução única ou mágica, mas algumas ações certamente contribuem para reduzir essa constante troca de funcionários. E para surpresa ainda de muitos, não é somente o salário que os fideliza no emprego, embora seja o fator mais considerado.
É importante motivar e treinar a equipe dos condomínios. Nas edificações de maior porte a possibilidade de carreira por mérito faz do profissional um funcionário comprometido. Mas é preciso estabelecer claramente os critérios: postura, faltas, atraso, tratamento com os moradores e conhecimento das funções. Tudo isso com treinamento específico e periódico. Mesmo nos edifícios de menor porte, a motivação é claramente sentida quando existe um programa de treinamento proporcionado ao trabalhador o seu aprimoramento. Mais do que isso, o retorno vem com o aumento da vida útil dos bens do edifício, e da segurança de seus moradores.
Não se recomenda manter funcionários sem motivação ou descomprometidos, nem manter funcionários desqualificados para a função para as quais foram contratados. Infelizmente, algumas deficiências só aparecem com o decorrer do tempo. Trata-se de destacar os que mais se dedicam e melhor executam as suas tarefas diárias.
Programas simples de premiação periódica do(s) funcionário(s) menos faltoso(s), estabelecidos por metas, podem ser rapidamente implementados. Essas ações corrigem inclusive as muitas vezes injustas divisões da lista do final do ano, que agracia a todos, independentemente de seu desempenho. Esses programas podem prever prêmios não necessariamente pecuniários, por exemplo, um equipamento eletrônico no final do período estipulado.
Resultados surpreendentes são descritos na literatura de RH apenas com o simples acompanhamento e avaliação do desempenho dos empregados, mesmo sem qualquer acréscimo salarial ou premiação.
Outro fator importantíssimo que mantem o funcionário no emprego são os chamados benefícios indiretos. Embora não reflita diretamente em sua remuneração traz grandes benefícios pessoais: plano de saúde, café da manhã, vale alimentação diferenciado (além do obrigatório ), uniformes e outros que melhoram sua qualidade de vida. Além de mais econômico para os condomínios, pois não tem o “efeito cascata”, ou seja, não incidem nos encargos nem nas férias ou 13º salário.
Se estas ações não fixam definitivamente o funcionário no seu emprego, são diferenciais que pesam na sua decisão de avaliar uma nova proposta de emprego ou busca de diferentes alternativas profissionais. No final todos saem ganhando: trabalhador e empregador (funcionário e condomínio).
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