Mercado
Sem abastecimento
Mercado imobiliário fica refém de concessionária de água no MT
Por Mariana Ribeiro Desimone
domingo, 6 de outubro de 2013
Entidades denunciam CAB ao MPE por engessar setor imobiliário de Cuiabá
Empresários e representantes de entidades reuníram-se quarta-feira, dia 2 de outubro, no Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso (Creci-MT), para discutir sobre a não integração do sistema de abastecimento de água e esgoto a novos condomínios residenciais por parte da concessionária responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário da capital de Mato Grosso, a Companhia de Águas do Brasil (CAB Ambiental).
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), Juares Samaniego, esteve presente para prestar o seu apoio e expor a sua indignação frente às consequências que o setor da construção civil de Cuiabá e toda a sociedade poderão sofrer caso a CAB não comece a atender as novas demandas .
"O que parece é que o planejamento da CAB está focado somente no Pedra 90. No bairro em que moro tem faltado água com frequência. A CAB alega que a qualidade da água melhorou, mas água é essencial para a vida. É preferível que tenha água com menos qualidade, mas que abasteça todos os dias", argumentou Samaniego.
Além do presidente do Creci, Ruy Pinheiro de Araújo, também estiveram presentes o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção de Mato Grosso (Sinduscon), Júlio Cesar de Almeida Braz; representando o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU-MT), Nicácio Lemes; o representante do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi), Marcos Pessoz; da Comissão de Direito Imobiliário da OAB, Luiz Carlos Assumpção; empresários da construção civil e o vereador Renivaldo Alves Nascimento.
Samaniego solicitou ao vereador Renivaldo, presidente da Comissão Parlamentar de Inquerito (CPI) da CAB, que seja revista na Câmara Municipal a constituição da Agência Municipal de Água e Esgotamento Sanitário (AMAES), visto que o relatório da evolução dos indicadores de qualidade dos serviços prestados pela CAB visivelmente não condiz com a realidade.
"Deve ser questionado o trabalho da AMAES. Como aceitar uma agência de fiscalização sem fiscais? E, além do mais, o conselho da AMAES deveria ser deliberativo e não apenas consultivo, onde entidades como a Sinduscon deveria ter assento, inclusive". declarou Samaniego.
Para os empresários e representantes das entidades presentes, a CAB está criando um problema social para Cuiabá. "O setor da indústria da construção civil representa seis bilhões de investimentos em Cuiabá e toda a cadeia envolvida também está sendo afetada", argumentou o presidente do Sinduscon.
"A CAB está provocando o engessamento do mercado imobiliário transferindo para as empresas as obrigações de sua responsabilidade", salientou o presidente do Creci.
Com o intuito de impedir que a situação se agrave ainda mais, a comissão decidiu que irá publicar na imprensa uma Carta Aberta para esclarecer à sociedade sobre o que tem ocasionado o atrazo na entrega de núcleos habitacionais e a constante falta de água em todo o município.
Também será elaborado um documento a ser encaminhado ao Ministério Público, para o ajuizamento de uma Ação Civil Pública contra a concessionária.
Fonte: http://www.odocumento.com.br/