Ambiente

Sem economia

Condomínios paulistas não conseguem bater cota de redução da conta

Por Mariana Ribeiro Desimone

sexta-feira, 2 de maio de 2014


Condomínios de São Paulo não conseguem reduzir consumo de água

Enquanto a maioria da população economizou, os condomínios estão na faixa dos 24% que não conseguiram poupar nos últimos três meses.
 
A partir desta quinta-feira (1), a Empresa de Abastecimento de São Paulo, a Sabesp, vai precisar reduzir em 10% a quantidade de água que retira do sistema Cantareira. A determinação é da Agência Nacional de Águas e do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Governo Estadual.
 
O objetivo é evitar um colapso do sistema, que está nesta quarta-feira (30) com 10,7% da capacidade - o menor nível já registrado.
 
Mesmo assim, na Região Metropolitana de São Paulo, muita gente continua não economizando.
 
Como virar o jogo? Os responsáveis pelos condomínios querem deixar de ser os vilões do desperdício de água em São Paulo.
 
Em uma reunião, nesta quarta-feira (30), com representantes da companhia de abastecimento, eles receberam a notícia de que, enquanto a maioria da população economizou, os condomínios estão na faixa dos 24% dos consumidores que não conseguiram poupar nos últimos três meses.
 
"Parece que isso se relaciona ao fato de que o condômino não sabe exatamente qual atitude prática ele deve adotar", comenta Rubens Carmo Dias, presidente da AABIC.
 
Em um prédio o síndico até tenta ensinar. Cola cartazes, manda e-mails para os moradores, fala pessoalmente. Mas onde todos dividem uma única conta, fica impossível saber quem desperdiça. Na Grande São Paulo dos 32 mil condomínios, 85% não tem cobrança individualizada.
 
“Mas acho que não existe esse tipo de conta individual de água, não é?”, questiona Luís Basso, cirurgião plástico.
 
Existe sim. E já há leis que determinam isso. Em Brasília, desde 2005. Em Porto Alegre, desde 2009. No Rio de Janeiro, desde 2011. E esta determinação pode valer para todo o país se o projeto de lei aprovado em 2008 pela Câmara, passar também no Senado.
 
O preço da obra é o que mais assusta o morador. O valor varia conforme a idade e a planta do prédio. De maneira geral, em edifícios antigos é preciso desativar a tubulação velha e implantar todo um sistema novo de distribuição de água.
 
Em um prédio as obras duraram quase um ano e custaram R$ 3,5 mil por apartamento. Depois que cada morador descobriu exatamente o quanto gasta, e passou a pagar por isso, o consumo caiu pela metade.
 
“Agora ficou mais justo o custo da agua. Eu pago o que eu consumo. Se tem um vazamento ou qualquer coisa e essa conta vem um pouco mais alta eu já descubro e já sei que tem algum vazamento”, aponta o síndico Lorival Verilo.

Fonte: http://g1.globo.com/