22/12/21 03:24 - Atualizado há 4 meses
Um lar é o maior investimento feito por muitas pessoas e quem opta por morar num condomínio costuma ter grandes expectativas quanto à segurança, lazer, comodidade e até com relação à vizinhança. Olhando por essa perspectiva, o papel do síndico ganha dimensões ainda maiores, afinal é ele o responsável por fazer grande parte dessas idealizações se tornar realidade.
Para entender melhor como funciona essa relação, o SíndicoNet convidou o filósofo Ives Alejandro Munoz para um bate-papo informal que rendeu reflexões sobre virtude, felicidade, propósito de vida e muito mais. Todos esses conceitos ligados à vida em condomínio, válidos para síndicos e moradores - dá para imaginar?
Confira os principais trechos dessa conversa e inspire-se:
Você é feliz? Falar sobre felicidade chega a ser um tabu de tão complexo. Agora já se imaginou sendo um dos responsáveis pela satisfação de dezenas de indivíduos?
Pois é. Apesar de muitos não entenderem a importância da figura do síndico, a verdade é que gerir um condomínio não se limita às atribuições burocráticas do cargo, como pagar impostos, negociar contratos, etc. Ele carrega um papel implícito de "administrar vidas", afinal, sua atuação tem um efeito direto no bem estar dos moradores.
Claro que o síndico, sozinho, não é e não pode ser o único responsável pela felicidade da comunidade, mas ele carrega uma certa parcela nisso. Cada tarefa desempenhada pelo gestor no condomínio, por mais material que pareça, tem a finalidade de cuidar.
Manter o jardim sempre verde, a piscina sempre limpa ou instalar um playground para as crianças se divertirem são ações que proporcionam momentos e eternizam sensações.
Nossa casa é o nosso porto seguro. É ali que nos sentimos mais confortáveis para desafivelar os cintos ou cantarolar no chuveiro e, assim, vamos construindo momentos felizes.
Por mais que o síndico não esteja fisicamente presente dentro do lar de cada um, suas tarefas impactam nesse espaço e, consequentemente, na sua felicidade. Ato nobre e corajoso, você não acha?
Numa microssociedade como a dos condomínios, semear virtudes (respeito, empatia, tolerância, etc) faz muita diferença para uma convivência harmoniosa, ou seja, para ter paz e ser feliz.
Vale ressaltar que essa é uma tarefa que pertence tanto aos síndicos quanto aos moradores, no entanto, cabe ao gestor como líder iluminar o caminho da comunidade nesse sentido, desenvolvendo suas próprias virtudes e servindo de espelho para todos.
Para cultivar essas virtudes no condomínio, um bom exercício é se conscientizar de que dividimos o espaço com inúmeras pessoas, das mais variadas personalidades, experiências, desejos, etc.
Na prática, isso significa que precisamos respeitar as diferenças, afinal, não vivemos sozinhos e ninguém é igual. Saber conviver com elas é estar mais próximo da felicidade!
É possível fazer várias analogias com o cargo do síndico, sobretudo na política, como por exemplo, o prefeito, que foi escolhido democraticamente pela coletividade para administrar a cidade. Ives prefere comparar o ofício usando como tela a Grécia Antiga, destacando os conceitos de "pertencimento" e "propósito de vida".
Como promotor da felicidade dos moradores, o síndico preenche sua existência e dá sentido ao cargo (ou à sua profissão). E mais: à sua vida!
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Conteúdo SíndicoNet e Ives Alejandro Munoz (filósofo)