Ambiente

Sustentabilidade em alta

Construções de baixo custo também diminuem conta de água e luz

Por Mariana Ribeiro Desimone

domingo, 11 de novembro de 2012


 Empresa inova para reduzir custos na construção de empreendimentos

Com uso de tecnologia, a empresa prevê uma economia de até 15% na conta de água do condomínio e ainda redução de 10% a 15% na conta de energia
 
Luciana Rebouças
 
Desde que começou a investir na Bahia, a incorporadora Fator Realty prioriza em seus empreendimentos projetos sustentáveis. Com uso de tecnologia, a empresa prevê uma economia de até 15% na conta de água do condomínio e ainda redução de 10% a 15% na conta de energia. Para o presidente da Fator, Paulo Fabbriani, uma construção sustentável precisa investir em inovação para reduzir o impacto no meio ambiente, mas também oferecer qualidade de vida para os seus moradores.
 
Fabbriani cita o Aquarius, condomínios residencial e comercial, na Pituba, como um projeto que trouxe um novo conceito para a cidade.
 
“Conseguimos montar um ambiente em que as pessoas, independente da vontade delas, ou de custos, conseguem ter uma vida sustentável. É possível morar no Aquarius e vender seu automóvel, porque você vai andando, por exemplo, para o shopping, para o seu trabalho na Tancredo Neves”, lembra Fabbriani.
 
 
Diretor da Fator Realty, Marco Chompanidis destaca o estilo de vida dos moradores do Aquarius: ‘É possível atravessar a rua e ir trabalhar’
 
No novo bairro, há escolas, hospitais, lojas e centros comerciais. A Fator investiu também na construção de uma praça superequipada, hoje ponto de encontro de moradores de outras regiões da cidade.
 
Além de um espaço para brincar, o local conta com barraquinhas, baiana de acarajé e mais de 10 clubes de corrida. A Fator, inclusive, patrocinou eventos na pracinha que montou na região.“Parece uma pracinha de interior. Com as pessoas se encontrando, como faziam antigamente”, recorda o diretor da Fator Realty, Marco Chompanidis.
 

Convívio 

 
O presidente da empresa, Paulo Fabbriani, destaca ainda que, ao perder menos tempo nos engarrafamentos, a qualidade de vida dos moradores aumenta: sobra mais tempo para o convívio da família, é possível almoçar em casa, entre outros ‘luxos’ para uma vida moderna. “Os moradores podem dizer que as suas vidas foram transformadas pelo modelo aplicável no Aquarius”, acrescenta Fabbriani.
 
O Amazon, um dos condomínios do Aquarius, foi construído com equipamentos para o reuso de água e o tratamento das águas da chuva, telhados reflexivos, o uso de placas solares, de madeiras certificadas e coleta seletiva do lixo. 
Com a captação da água das chuvas, é possível molhar os jardins do prédio sem pagar pelo uso da água. A energia das placas solares ilumina as áreas comuns do prédio.
 
“Todos os nossos prédios já nascem sustentáveis. Tem princípios que você coloca lá, mas se as pessoas não praticam esses processos, você não tem um ambiente sustentável”, diz o presidente da empresa.
 

Fontes alternativas 

 
Um exemplo prático citado por Chompanidis é o uso da água de poço artesiano (que pode ser retirada do solo ou captada da chuva), que tem pouca diferença quando comparada com a água que vem da concessionária - no caso da Bahia, da Embasa. “Essa água pode não ser tratada, mas pode ser usada para molhar 
o jardim, para lavar o carro, etc”, avalia Marco Chompanidis. 
 
O custo de empreendimentos sustentáveis ainda é mais caro. Entre 5% a 10% na comparação com prédios tradicionais. Perguntado sobre como trabalhar esse processo, sem transferir o ônus para o consumidor, Paulo Fabbriani é direto na resposta: tem que diminuir a margem de lucro.
 
Marcos Chompanidis também concorda. “As pessoas ainda não se dispõem a pagar por isso. Os moradores querem praticar a sustentabilidade da maneira deles: acondicionando o lixo de casa, usando menos luz, menos água”, acrescenta o diretor da Fator Realty.
 

Novos planos

 
O presidente da Fator, Paulo Fabbriani, diz que a empresa já estuda incorporar uma área na escala do Aquarius, mas espera a solução de uma questão: como ficará o plano de mobilidade urbana da cidade de Salvador?
 
“Para descobrir uma nova área não adensada, para fazer o que fizemos no Aquarius, dentro da cidade de Salvador, é preciso ter acesso”, informa. Chompanidis também acrescenta que esse aspecto da mobilidade é crucial, já que o tempo de deslocamento das pessoas de Salvador “ficou proibitivo”.
 
“Hoje, você tem aqui comércio, escolas, por exemplo. Você pode simplesmente morar, atravessar a rua e ir trabalhar ou levar a criança na escola”, lembra o diretor da empresa.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br