04/05/23 02:13 - Atualizado há 1 ano
Assim, invasões a condomínios continuam acontecendo, com métodos cada vez mais aprimorados e novas práticas, como as gangues de roubo a bicicletas e a clonagem de controles remotos de garagens.
Neste mês de abril, por exemplo, um condomínio na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, sofreu um arrastão, no qual o síndico acordou com um arma apontada na cabeça e cerca de 12 pessoas, entre moradores e funcionários, foram feitas reféns. A linha de investigação é que o controle da garagem tenha sido clonado.
No mesmo mês, um trio alugou um apartamento em Moema, também na zona sul de São Paulo, com documentos falsos e furtaram R$ 140 mil, 15 mil dólares (R$ 75 mil), 10 mil euros (R$ 55 mil), além de 20 relógios e oito canetas da grife Mont Blanc da unidade do ex-diretor do Corinthians, Jorge Kalil.
São diversos modus operandi utilizados pelos criminosos para invadir condomíniosmodalidade linear de crime se comparada a outros tipos de delito.não sofrem muitas oscilações ao longo dos anos. Elas ocorrem todos os dias, ano após ano, notadamente em sua maior fração nas grandes cidades", explica ele, que é CPP (Certified Protection Professional) pela ASIS International.
Em um passado recente, houve a onda dos arrastões, agora a tendência são os furtos de bicicletas na garagem e a clonagem dos controles de portões.
isso não significa que outras formas de invadir condomínios pararam de acontecer. Pior que isso: a cada nova tecnologia de segurança implementada nos empreendimentos, criminosos desenvolvem novas técnicas de vazar as portarias.
Foram aproximadamente 2,5 mil ocorrências, contra 2,3 mil no primeiro semestre de 2021. Isso sem contar que existem casos que, por motivos alheios, sequer são comunicados aos Órgãos Públicos.
optaram por não registrar um Boletim de Ocorrência. Para mim, esse foi o maior erro e custou uma segunda invasão no prédio em um intervalo de apenas seis meses", comenta a síndica profissional Tânia Goldkorn.
De acordo com Eytan, a desigualdade social escancarada dos grandes centros urbanos, crises econômicas e desemprego são fatores que estão no cerne deste e de outros delitos que vemos. Com a pandemia e seus efeitos sobre o fechamento de empresas, este cenário se agravou.
Formado por um número maior de integrantes, esse grupo organizado possui recursos técnicos, financeiros e inteligência.
quase sempre, detêm de informações privilegiadas, como hábitos das vítimas, localização de cofres e disposição dos ambientes.
"Em um caso de invasão a condomínio que tive que lidar, por exemplo, os assaltantes foram direto para o quarto do casal, exatamente onde se encontravam os bens mais valiosos, e deixaram para trás um relógio caríssimo que estava na pia de um dos banheiros", relembra Tânia.
Também escolhem regiões conhecidas pelo alto poder aquisitivo, nas quais moram empresários e estrangeiros, com o objetivo de furtar, além de dinheiro em espécie, outros objetos de valor, como notebooks, celulares, relógios e joias.
atratividade é, sem dúvida, o maior fator de risco para os condomínios. Quanto maior a renda per capita da população, maior a atenção dos assaltantes", alerta Eytan.
Muitas vezes estão fortemente armados, costumam render porteiros, vizinhos ou vítimas, mantendo-os reféns, e fugindo de carro.
Agem sozinhos, ou no máximo, em dupla. Porém, é possível que os criminosos que atuaram no delito, a princípio isoladamente, estejam ligados a quadrilhas especializadas.
Reviram os imóveis também à procura de notebooks, celulares, relógios, joias, etc e usam mochilas/malas para levar os pertences das vítimas.
ambos optam por invadir apartamentos que estão vazios. Tocam a campainha das unidades para se certificarem de que não há ninguém em casa, e arrombam a porta, geralmente usando pé de cabra, chave de fenda ou qualquer outra ferramenta de ferro.
Marco Aurélio Amaral, superintendente geral da empresa RS Serviços, indica que as invasões a condomínio acontecem devido a três categorias de falhas:
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Eytan concorda: "Há erros de tomada de decisão, falta de treinamento, imperícia, imprudência, negligência, má fé ou dolo no cumprimento da função do porteiro. Recursos técnicos muitas vezes ausentes ou inadequados, sem contar na falta de uma gestão atenta, preocupada em criar procedimentos e conscientizar moradores."
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Prevenção:
falar sobre segurança no Brasil ainda está ligado à aparência das pessoas. Como se lê no tópico acima, boa parte das práticas criminosas se aproveita desse conceito equivocado para invadir condomínios. determinadas pessoas são consideradas mais suspeitas e outras, não.
Assim sendo, porteiros jamais podem sair de seu posto e somente devem liberar a entrada de alguém se tiverem certeza de que se trata de um morador.
sem medo de ser repreendido ou ameaçado por aqueles moradores impacientes que insistem em afirmar "Você já não me conhece? Vou te demitir se me barrar de novo".No caso de pessoas estranhas/visitantes, a abordagem correta é:
Se forem visitantes frequentes, que já possuem cadastro por exemplo, deve-se sempre ligar para o morador para obter autorização da entrada.
Prevenção
Neste artigo do especialista em segurança José Elias de Godoy, há uma lista de instruções para locações mais seguras em condomínios, confira.
Prevenção
porteiro nunca deve abrir o portão identificando apenas carros ou placas e, sim, quem está ali dentro. Além disso, recursos como enclausuramento intertravado (dois portões, o segundo só abre quando o primeiro fecha) também auxiliam o trabalho dos funcionários da portaria.controles remotos anticlonagem, com sistema de identificação de moradores e veículos pela portaria, são boas alternativas, assim como disponibilizar um botão de pânico para o porteiro usar em uma situação emergencial.
Reforçar portões para dificultar arrombamentos e conscientizar os moradores sobre o problema de perder crachás e controles são igualmente válidas.
Saiba mais: Conheça as ocasiões mais suspeitas em condomínios
Primeiramente, guardar chaves do apartamento ou dos veículos na portaria do condomínio é extremamente inadequado, pois os funcionários não são e nem podem ser responsáveis por algo de uso pessoal dos moradores.
chaves, documentos e controles remotos da garagem dentro do carro é um grande risco. Esses objetos devem sempre ser levados consigo ou guardados em um lugar seguro.Sabe quando você vai a um restaurante e deixa todos os seus pertences pessoais no porta-luvas, por exemplo?
substituí-lo por um "clone"vasculharem documentos que indiquem o endereço do dono do veículo.
Por isso, antes de deixar seu carro nas mãos de terceiros, atente-se quanto à procedência, seriedade e autenticidade da empresa prestadora de serviço.
muito complicado reunir provas.Uma alternativa para os bens e documentos que não podem ser retirados do carro é registrá-los, de preferência com foto, antes de ele ser entregue aos prestadores.
Imagine compartilhar informações pessoais com seu funcionário particular ou do condomínio, por mais que seja “de confiança”. Ele pode comentar inocentemente com um parente, um amigo ou permitir que um terceiro mal intencionado escute a história, e por aí vai.
As informações circulam com facilidade e as redes sociais contribuem para expor bens materiais, rotinas pessoais e nível sócio econômico dos moradores, o que pode atrair o olhar de pessoas que queiram cometer delito, como foi o caso do influenciador Carlinhos Maia. Manter a discrição é fundamental!
Em condomínios com funcionários terceirizados, as empresas especializadas em terceirização de portaria e segurança costumam realizar esse procedimento com maior expertise e frequência.
Fontes consultadas: Marco Aurélio Amaral (superintendente geral da empresa RS Serviços), Tânia Goldkorn (síndica profissional); Eytan Magal (especialista em segurança) e José Elias de Godoy (especialista em segurança de condomínios).