Alexandre Marques

Trabalho da administradora

Empresa muitas vezes responde melhor questões técnicas que síndico, por ter mais conhecimento

Por Mariana Ribeiro Desimone

27/05/13 03:32 - Atualizado há 11 anos


 Por Alexandre Marques (*)

Nós que participamos de assembleias de condomínio quase diariamente, ouvimos muito a expressão nestas reuniões, ainda mais naquelas mais “acaloradas” que a administradora do condomínio está trabalhando para o síndico e sua equipe diretiva e, não, para o condomínio, como deveria.

Ouvimos ainda que a empresa está “blindando” a equipe, respondendo por eles em assembleia as perguntas formuladas, etc. Dando claramente o caráter de que haveria um conluio entre a administradora e a equipe responsável pela gestão do condomínio, eleita em assembleia.

Ora, nada mais equivocado. As administradoras, em sua maioria esmagadora, atuam de forma independente, séria, ética, profissional, buscando sempre o melhor para o condomínio e, sabe por quê? Porque sabe que seu nome é o que ela tem de mais valioso no mercado, construído ao longo de anos de trabalho duro e honesto. Além disso, sabe ainda que o condômino de um condomínio hoje, será morador em outro condomínio amanhã e, se gostar do trabalho da empresa, poderá indica-la em seu novo prédio.

Não se pode confundir o trabalho de apoio que a administradora dá aos síndicos e conselho em assembleia a “blindagem” ou qualquer outra finalidade escusa. Pelo contrário, parece-nos até natural que isso ocorra. Afinal, se ela cuida da gestão administrativa do condomínio, nada mais óbvio que ela esteja apta a responder toda e qualquer pergunta feita sobre a administração do condomínio. E, por sua especialidade e experiência, por vezes, consegue explicar à massa condominial em assembleia com muito mais clareza e didática uma questão intrincada do que o faria outra pessoa, principalmente um morador que está ocupando cargo diretivo pela primeira vez e tem dificuldade até com os termos técnicos empregados.

Daí a importância da empresa se colocar diante da direção do condomínio de forma independente e autônoma, desde o início. Claro que está subordinada as decisões da direção e da assembleia, porém, fazendo-o sempre de forma a não comprometer a seriedade de seu trabalho, com ética, transparência e eficiência.

Por outro lado, não podemos fechar aos olhos a uma ínfima parte destas empresas que realmente aliam-se aos maus síndicos, formando com estes verdadeiras quadrilhas dentro de condomínios, lesando os cofres da administração, e, aí sim, blindando a equipe diretiva com informações contábeis, financeiras, adulteradas, forjadas, levando a massa condominial a erro que, quando percebido, geralmente, já deixou o condomínio em uma situação de insolvência quase que total.

Felizmente o mercado de trabalho se encarrega desta seleção natural, fazendo com estas “empresas”, aí na acepção criminal do termo, pois, não podem ser chamadas de administradoras, fechem suas portas e seus dirigentes fujam!

De modo que há sim de se dar crédito ao trabalho que a administradora faz sempre de forma imparcial e independente para que o condomínio possa ser estar gerido de forma eficaz, transparente e honesta. Contrate uma administradora. Ela é sua parceira, síndico. 

(*) Alexandre MarquesAdvogado militante Consultor em Direito Condominal; Colunista SíndicoNet; Pós-Graduando em Direito Civil e Processo Civil; Especialista em Processo Civil pela ESA e Direito Imobiliário pelo UniFMU; Relator do Tribunal de Ética da OAB/SP , Diretor de Ensino da Assosíndicos (Associação de Síndicos de Condomínio Comerciais e Residenciais do Estado de São Paulo); Conferencista da OAB/SP, CRECI e SECOVI/RO; Sindicato dos Corretores de Imóveis de São Paulo, Conferencista convidado pela Faculdade Dois de Julho - Salvador/ BA, no curso de Pós-Graduação, Co-Autor do Audiolivro: “Tudo o que você precisa ouvir sobre Locação”, Editora Saraiva, Articulista de vários meios de mídia escrita e falada.