Administração

Vida de síndico

Boa gestão está aliada a conhecimento e a vontade de aprender

Por Mariana Ribeiro Desimone

domingo, 24 de novembro de 2013


 Síndicos inovam na administração dos condomínios 

Cuidar e administrar um condomínio não é fácil, são muitas as atribuições de um síndico. Essas minicidades estão cada vez maiores, o que torna a tarefa ainda mais complexa e exige síndicos cada vez mais preparados. Esta realidade mudou também o perfil dos moradores que assumem esse importante cargo. Saem os aposentados e entram síndicos mais jovens, além de profissionais especializados.
 
Rinaldo de Andrade Toná tem 35 anos e atua como síndico profissional há aproximadamente oito. Há cerca de um ano, decidiu abrir uma administradora de condomínios e atualmente 'comanda' 22 condomínios em Maringá. Ele visita pessoalmente os empreendimentos, organiza e participa das assembleias e conversa com moradores semanalmente, além de cuidar da parte administrativa e financeira junto com uma equipe de profissionais.
 
"A figura do síndico que é aposentado e cuida do seu prédio como se cuidasse da sua casa quase não existe mais. Os síndicos precisam ter conhecimento profundo de várias áreas, além de muito dinamismo", observa Toná.
 
De acordo com o empresário, os condomínios são administrados como verdadeiras empresas. Uma das novidades implantadas por sua administradora é a leitura individual do gás, serviço que existe em Maringá há pouco tempo, mas tem deixado os moradores satisfeitos. A leitura é feita no mesmo formato que a Copel faz. Uma empresa especializada realiza o serviço e entrega a medicação ao morador, que assim paga somente o que consumiu.
 
O síndico também está informatizando toda a parte operacional dos condomínios para facilitar a comunicação. "Implantamos um programa específico para que os condôminos conversem com o síndico".
 
Para o diretor de Condomínios do Secovi, Enzo Fabiano Cicuto, a idade do morador que decide ser síndico depende do perfil do empreendimento. "Não é possível afirmar que em geral os síndicos estão mais jovens. Tudo vai depender dos moradores".
 
Ele diz que em condomínios do programa Minha Casa Minha Vida, normalmente os síndicos tendem a ser mais jovens, já que a maioria dos moradores financiou o primeiro imóvel. Já em um empreendimento de classe média com apartamentos no valor entre R$ 500 mil e R$ 600 mil, os síndicos são pessoas mais maduras, entre 40 e 50 anos, profissionais liberais com mais experiência de vida.
 
Em condomínios de classe alta, segundo o diretor, os moradores optam por um síndico com idade acima de 50 anos ou a contratação de uma empresa especializada no setor. "São apartamentos com valores acima de R$ 1 milhão, com proprietários que normalmente são profissionais liberais muito requisitados ou empresários que não têm tempo para se dedicar à gestão do condomínio".

Esporte e inglês sem sair de casa

 
Independente da idade do síndico, o cargo vem sendo ocupado cada vez mais por pessoas que mostram criatividade na solução de problemas e maior preocupação com a valorização patrimonial, transparência financeira e sustentabilidade. Há três anos, o oficial de justiça Everton Renato Gouveia Moreira, 42, assumiu o cargo de síndico em um condomínio com 130 moradores.
 
"Profissionalizamos a segurança, implantando monitoramento por câmeras, contratamos uma empresa para auxiliar no setor de recursos humanos e reestruturamos o condomínio financeiramente. Além de melhorar toda a parte administrativa, contratamos profissionais credenciados junto ao Conselho Regional de Educação Física para as aulas de natação, futebol infantil, judô, dança de salão e tênis. Ainda oferecemos aulas de inglês no condomínio".
 
Os condôminos podem participar das atividades esportivas e também frequentar o curso de inglês a um custo equivalente a metade do valor que é cobrado no mercado - sem contar a comodidade de não precisar sair de casa. "Os moradores adoraram porque as crianças podem ir sozinhas para o judô ou futebol. Algumas participam de todas as atividades. Os pais não precisam mais levar e buscar e eliminam os riscos de trânsito", conta Moreira.
 
Depois que o oficial de justiça assumiu o cargo de síndico, o condomínio ganhou um site, onde os moradores podem fazer reservas do salão de festas e quadras poliesportivase ainda acompanhar o balancete das contas do condomínio e orçamentos. "Tudo está registrado no site e isso proporcionou mais transparência e agilidade nos serviços prestados".
 
Essa é a sua primeira experiência como síndico e, apesar da complexidade do trabalho, ele está contente com o resultado. "Como tenho flexibilidade de horários e um encarregado que está a todo tempo no condomínio, a atividade ficou mais fácil. Apesar dessa facilidade, é preciso ter muita disposição porque o trabalho é bastante complexo. Felizmente eu e o subsíndico conseguimos melhorar muito o condomínio e já recebemos convites de outros empreendimentos".
 
De acordo com o oficial de justiça, é preciso ter muita paciência e jogo de cintura. "O que me levou a ser síndico foi a vontade de ver as coisas funcionando de verdade". 
 
DIA DO SÍNDICO - 30 DE NOVEMBRO
Mais de 500 convidados estão sendo aguardados para o tradicional Jantar do Síndico que o Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi) – Regional Noroeste promoverá nesta sexta-feira, às 20horas, no Chateau Village Buffet. Além da homenagem aos síndicos pelo seu dia, comemorado nacionalmente em 30 de novembro, será um jantar de confraternização entre os associados do Secovi, por isso reunirá também imobiliaristas membros da diretoria do sindicato.

Fonte: http://maringa.odiario.com/