No Rio de Janeiro, 23 de abril é Dia do Síndico
A data da comemoração homenageia um carioca que acreditou no mercado condominial desde a sua formação
Há 37 anos, a cidade do Rio de Janeiro reserva o dia 23 de abril para homenagear um profissional marcante no seu estilo de vida: o síndico. Nós, do SíndicoNet, nos juntamos aos cariocas para dar os parabéns a esse profissional super dedicado que enfrenta, com ainda mais compromisso, um cenário único e desafiador devido à pandemia da COVID-19.
"Os reflexos do coronavírus impactam diretamente na vida dos condomínios e os síndicos ganharam uma carga de responsabilidade ainda maior, devendo orientar moradores e funcionários e implementar medidas de prevenção, controle e combate à propagação do vírus na comunidade", afirma a síndica profissional Karine Prisco.
É o que complementa Fulvio Stagi, síndico profissional que atua no Rio de Janeiro e em outros estados.
"Não está fácil porque muitas decisões que precisamos tomar deixam alguns moradores descontentes, como o isolamento das áreas de lazer, por exemplo. É preciso pulso firme e também desempenhar um forte papel de mediador para resolver os problemas de convivência que foram intensificados com a quarentena. O pior ainda está por vir com a inadimplência e o profissional terá que mostrar, junto com a administradora, seu poder de gestão. É um momento de grande aprendizado e, mais uma vez, só os fortes sobreviverão; não mais amadores".
Este momento de crise provocado pelo novo coronavírus destaca, de uma vez por todas, a importância do papel do síndico para o condomínio. Sendo assim, não poderíamos deixar de dedicar uma homenagem aos nossos grandes parceiros do Rio, que representam a segunda maior audiência do SíndicoNet.
A reportagem atualizada mostra o olhar carioca de duas tradicionais administradoras do Rio, que conhecem muito bem o mercado local e o perfil desses profissionais.
Como surgiu o “Dia do Síndico” no Rio de Janeiro?
A escolha da data homenageou Carlos Henrique Schneider, fundador da APSA. Ele acreditava que a construção civil seria o futuro do país e sua gestão foi considerada pioneira na administração de condomínios do mercado carioca, nos anos 1940.
Depois que morreu, em 1984, o Dia do Síndico passou a ser comemorado no dia do seu aniversário, em 23 de abril.
As mudanças na atuação do síndico, no olhar carioca
Claudio Affonso, diretor de Negócios Condominiais da Cipa, empresa de administração de condomínios há 65 anos no mercado carioca, descreve o impacto das novas demandas, da alta complexidade dos processos e da legislação em constante modificação sobre o perfil profissional:
“O síndico precisa estar muito atualizado e ter perfil dinâmico, empático e multidisciplinar para lidar, muitas vezes, com grandes equipes e uma enorme quantidade de contratos terceirizados ao mesmo tempo”.
Para Jean Carvalho, gerente geral de Condomínios da APSA, com mais de 87 anos de atuação no Rio de Janeiro, atualmente na terceira geração da família Schneider, a economia colaborativa é uma realidade.
“A cada momento, surgem novas relações e diferentes formas de convivência dentro dos condomínios. Como gestor dessa comunidade, o síndico precisa estar atento a esses movimentos, até mesmo para se antecipar e oferecer aos condôminos soluções para melhoria contínua da sua gestão e dessas relações”, analisa.
A importância do apoio da administradora ao síndico
Nesse cenário, prossegue Affonso, o papel da administradora de condomínio é fundamental para apoiar o síndico na condução das situações diárias, dando todo suporte operacional, técnico e de legislação.
“Nos posicionamos ao lado de cada um deles no apoio à gestão, trabalhando juntos para superar os desafios crescentes do mercado e garantir mais comodidade para seus clientes”, resume o diretor da Cipa.
A parceria e o suporte mais próximo por parte das administradoras visa fortalecer a profissionalização do síndico e prepará-lo para o futuro, em que será cada vez mais exigido pelo mercado.
Carvalho, da APSA, destaca que os condomínios também tiveram uma forte modificação com o surgimento de complexos residenciais e empresariais de maior densidade.
“Eles reúnem em suas concepções, moradia, trabalho, entretenimento e lazer. Tudo em um só local. A gestão dessas unidades condominiais passou a exigir maior grau de conhecimento do síndico”.
Por outro lado, reforça Carvalho, a crise que afetou a cidade do Rio de Janeiro de maneira mais intensa começa a dar sinais de melhora: “A expectativa é que as construtoras intensifiquem seus investimento e lançamentos em construções de condomínios acima de camadas mais populares”.
A figura do síndico nunca será tão importante nesse processo.
Claudio Affonso (diretor de Negócios Condominiais da Cipa); Jean Carvalho (gerente geral de Condomínios da APSA); Karine Prisco (síndica profissional) e Fulvio Stagi (síndico profissional).