Arrastão em condomínio em tempos de quarentena
O uso de máscaras de proteção facial por conta da COVID-19 dificulta identificação, mas porteiros precisam ser rigorosos
Por José Elias de Godoy*
Atualmente, os meliantes não têm poupado esforços para assaltarem os condomínios, seja utilizando-se de artimanhas dissimuladas e com enganação, seja usando de violência planejada para invadirem os prédios, tudo para alcançarem seus objetivos delituosos.
No começo deste mês de maio, tivemos um arrastão num prédio no centro de SP onde foi veiculado, pela imprensa, da seguinte maneira:
Criminosos armados com fuzil fazem arrastão em prédio no centro de SP
Três homens foram presos e dois carros clonados foram apreendidos. Imagens mostram assaltantes fora do prédio, na garagem e em fuga. Imagens de câmeras de monitoramento mostram os três homens apontados como os autores do assalto na frente do prédio antes da ação, conversando com tranquilidade. Há também registros da garagem, onde eles passam a esconder o rosto com máscaras. Imagens gravadas por uma moradora pelo celular mostra a fuga dos assaltantes, armados, pulando o muro. (Fonte R7.- Record TV, de 05 de Maio de 2020).
Analisando-se este e outros fatos podemos verificar que o segredo para invasões dos prédios estão em suas entradas de pedestres e/ou veículos, ocorridas através de falhas de procedimentos por parte de moradores e colaboradores assim como pela ousadia dos ladrões.
Para tanto, deve-se tomar algumas precauções básicas nestes locais, iniciando-se pela identificação de toda e qualquer pessoa estranha que queira entrar no prédio, mas nunca se esquecendo do detalhe de que esta triagem deve ser feita na parte externa do condomínio, ou seja do lado de fora dos portões.
O porteiro deve ser instruído para, nunca, abrir os portões se não houver certeza de quem é bem como ter autorização, expressa, do morador, síndico ou zelador.
Não podemos deixar de lembrar que, com a atual situação de pandemia devido coronavirus, e a obrigatoriedade em se utilizar máscaras de proteção, as identificações devem ser mais rigorosas, para se ter, absoluta, certeza com quem está se falando visto que, com o uso de tal EPI, pode dificultar a visualização e identificação por parte do porteiro.
Para diminuir esses erros, a tecnologia moderna deve ser bem utilizada onde se pode dispor desde sistemas biométricos de identificação e até aplicativos com dispositivos de QR Code para controle e liberação de acessos.
Na entrada de veículos, deve-se tomar um cuidado especial uma vez que é um acesso de alta vulnerabilidade nos prédios.
Para tanto, desde o uso de controle remoto manual, que deve ser anti-clonagem, passando por sistemas automatizados de leitura por Tags RFID/UHF até controles por leitura de placa LPR, tudo isso para depender, o mínimo possível, da interferência Humana.
O perímetro também deve ser protegido e controlado com barreiras como, por exemplo, cerca elétrica moderna e inteligente para se prevenir e evitar invasões ou mesmo fugas por esse local.
Não podemos nos esquecer de que todas áreas vulneráveis e de movimentação devem ser monitoradas por sistemas de CFTV, de preferência digitais e com softwares inteligentes com capacidade para captação de imagens e sons além de emitir alertas em situações de emergência detectadas.
Agindo-se preventivamente é que se poderá minimizar esses riscos e dificultar o acesso daqueles que querem se aproveitar dessas vulnerabilidades e nos fazer vítimas de suas investidas.
(*) Consultor de Segurança em Condomínios pela empresa SUAT e autor dos livros "Manual de Segurança em Condomínios" e “Técnicas de Segurança em Condomínios".